Quem está habituado com o gênero do terror, já viu espíritos serem usados para falar de traumas do passado, de problemas psicológicos, doenças hereditárias e até mesmo DSTs. E mesmo com essa gama bastante variada de abordagens, se me dissessem que tais entidades poderiam servir de metáfora para o uso de drogas entre jovens, eu olharia com bastante ceticismo para a pessoa.
Mas é exatamente o que acontece em Fale Comigo. Mia e seus amigos participam de festinhas, só que em vez dos jovens virarem shots, se injetarem ou compartilharem baseados, eles são possuídos por espíritos.
Na segunda festa tem até uma montagem bem típica dos filmes de festas adolescentes, com cada personagem usando a icônica mão que estampa os pôsteres.
E quanto mais uma personagem usa o objeto, mais ela quer usar, mais ela começa a enxergar a realidade de outro forma. Assim como o uso exagerado de qualquer substância, abusar da possessão pode ter um final trágico.
Fale Comigo também surpreende pela coragem. Os diretores sempre vão além do que as produções atuais do gênero iriam. Onde Hollywood colocaria um corte para não mostrar nada muito pesado, os Phillipou vão lá e filmam a cena em detalhes. E que detalhes, a maquiagem é de encher os olhos (ou de fazer a gente querer desviar eles da tela). Eu, que sempre dou risada de pessoas que saem da sessão por causa de cenas muito pesadas, fiquei com vontade de sair correndo em determinado momento da segunda festinha da molecada.
Só que Danny e Michael não sabem só chocar, eles ainda encontram formas de ressaltar como as mãos são essenciais em nossa relação com as pessoas e com o mundo. Aqui e ali há planos-detalhe das mãos dos personagens recusando algo (ou alguém), fazendo carinho, sendo feridas, causando mal a alguém ou apenas recebendo um pouco de esmalte.
Fale Comigo é a prova de que o terror não precisa de sangue em abundância, mas sim de sangue novo. De gente capaz de olhar para espíritos, zumbis, robôs ou super-heróis de uma forma diferente.
Me diverti mais com esse daqui do que com muitos desses blockbusters cheios de expectativas que chegam ao cinema. Justamente por não se levar a sério nem como adaptação do desenho da Dora e nem como filme de aventura é que ele acaba sendo tão gostoso de se assistir. Em meio a tantos filmes pipoca sisudos, Dora acaba se destacando por ser leve.
Tirando algumas boas atuações, é tudo muito burocrático. Certos momentos, que poderiam gerar alguma tensão, passam sem causar nenhum impacto, como o trecho em que é mostrado o passado do Vieira. Tenho a impressão que várias cenas foram gravadas de primeira, sem que o diretor tentasse fazer algo com mais apelo emocional.
E o mistério, qualquer pessoa mais acostumada com gênero vai conseguir desvendar sem muitos problemas.
Produções da Netflix já parecem ser feitas por e para algoritmos, mas Agente Stone vai além: temos aqui o primeiro filme inteiramente criado por uma inteligência artificial. A começar pelo roteiro, que pinta uma IA como essencial para salvar o mundo.
a protagonista e sua agência teriam aprendido a confiar menos num computador e mais em seus extintos. Aqui a lição final aqui pendendo a favor da IA. Ora, Chat GPT, não é assim que você vai fazer as pessoas confiarem em você.
E se eu já não tivesse visto a Gal Gadot dar entrevistas e apresentar eventos, eu juraria que ela foi criada por computação gráfica. Seria por sua beleza fora do comum? Um pouco, mas mais pela inexpressividade de sua atuação. A moça parece incapaz de expressar qualquer tipo de emoção enquanto diz uma de suas falas. Em dado momento no final, a protagonista dá um baita discurso sobre o que faz ela e a agência dela serem diferentes do vilão. Tá certo que o texto medíocre não ajuda, só que a levantada de sobrancelha que a "atriz" dá só faz tudo ficar ainda mais vergonha alheia.
A falta de personalidade e senso de humor da protagonista contribuem ainda mais para essa aura robótica que ela tem. Notem como ela parece não entender o conceito de ironia ou força de expressão.
Em uma das últimas cenas, Fulana Stone (é tudo tão esquecível que eu realmente não lembro o primeiro nome dela) visita a hacker vilã na cadeia, que diz que a partir de agora terá como objetivo se tornar uma detenta bombada. Ao ouvir isso, a espiã apenas diz:
- Você já teve objetivos piores.
Não me surpreenderia se em alguma continuação fosse revelado que Fulana Stone é na verdade um robô convivendo entre os humanos. No entanto, acho que é ser esperançoso demais esperar esse tipo de criatividade da IA responsável pelo roteiro.
Lembro que na época que assisti Skyfall, comentei com um amigo como ele alçava a franquia do espião britânico ao patamar de grife. A fotografia, as locações, o figurino, estava tudo um patamar acima dos filmes de ação feitos na época. A partir dali, 007 era o que as outras produções do gênero tentariam ser.
Spectre vem para mostrar que essa ideia de grife foi levada a sério demais. A fotografia impecável continua lá. Cada nova cena parece saída diretamente de um comercial de perfume ou de uma marca de roupas muito caras: tudo muito lindo e blasé. Só que isso dura quase 2h30 e não 30 segundos, como os comerciais citados. Tirando a sequência do começo, não tem nada minimamente empolgante em Spectre. Para um filme de ação, a 4ª missão de Daniel Craig como James Bond é bastante apática.
E todo visual elegante serve só para disfarçar a trama desnecessariamente inchada e o vilão bobo que só sabe ficar repetindo a cada 5 minutos
Mesmo os clichês quando feitos pela Pixar parece que tem um charme diferente. Um dia antes de assistir a esse daqui vi A Liga dos Monstros que é o que poderia se chamar de filme clichê: história de superação, personagens que duvidam de si mesmos e uma montagem de treinamento, como manda a cartilha de todo filme de esportes. Mas em nenhum momento a história cativa ou você se conecta com os personagens.
Já com a Pixar é diferente, desde os primeiros instantes nos afeiçoamos àquela família de fogo, às dificuldades que eles passaram. De certa forma, eles representam todos os imigrantes que já saíram de sua terra natal em busca de prosperidade, mas que são recebidos com olhares de desconfiança. É um jeito inteligente e lúdico de abordar o racismo.
Não tinha como Elementos não ser clichê, uma vez que ele bebe muito da fonte das, hoje clássicas, comédias românticas dos anos 90 e começo dos anos 2000. Não tem como ser mais clichê que isso, só que tem como fazer isso bem feito. E é exatamente o que vemos, com um visual de encher os olhos e um roteiro redondinho.
E, de certa forma, Elementos é sim uma mudança nos padrões da Pixar. Deve ser uma das únicas animações do estúdio que não aposta na já batida fórmula do protagonista que se perde e parte numa jornada de autodescoberta. Pode não ser inovador como Toy Story e Aranhaverso um dia foram, só que às vezes tudo que a gente precisa é acreditar durante 1h30 que pessoas podem superar suas diferenças para ficarem juntas, seja com o Tom Hanks e a Meg Ryan ou com o um desenho da Disney.
É gostosinho e bem divertido de se ver, o Tom Hanks e a Meg Ryan tem uma química invejável, dá gosto de ver os dois juntos em cena. Só não coloco entre os meus favoritos porque tem uma barriguinha ali nos 20 minutos finais que fez o ritmo desandar.
A parte que interessa, que é a Demi Moore tirando a roupa, é excelente. Tanto por ela ser linda e ter um corpão quanto por saber dançar muito bem. A cena dela saindo do banho só de toalha certamente teria feito minha adolescência mais feliz.
Só que tudo que não envolve isso é bem qualquer coisa. Parece que quiseram misturar comédia, noir, thriller erótico, crítica social e as peças não encaixaram muito bem... Pra piorar ainda tem o Burt Reynolds que parecia estar bêbado em todas as cenas. O personagem dele que era pra ser algum tipo de vilão simplesmente não representa ameaça em momento nenhum.
Quem lê thrillers está acostumado com o termo "suspense vira-página", usado para aqueles livros de mistério que você simplesmente não consegue largar até chegar ao final. Desaparecida é um suspense vira-página em forma de filme.
É tão bem amarrado, com reviravoltas colocadas no momento certo e um ritmo tão intenso que você simplesmente não liga de assistir a quase 2h de telas de computador e celular. É a prova de que para contar uma boa história você só precisa de um bom roteiro e uma boa ideia. Enquanto algumas produções não conseguem fazer isso com um orçamento milionário e efeitos especiais absurdos, este aqui te deixa preso do começo ao fim.
É divertido e é um bom passatempo, só que tinha potencial pra ser muito mais que isso. A impressão que dá é que fizeram apenas bom pra não deixar ninguém com saudade do DCEU e nem bravo o suficiente pra reclamar dele na internet.
É aquela diversão despretensiosa, como qualquer gibi de super-herói deveria ser, e quanto mais cedo você aceita a pegada cartunesca que ele propõe a ter, maior será a sua diversão.
Só é inaceitável que um filme que ficou tanto tempo sendo adiado e em pós-produção tenha efeitos especiais tão toscos. Nisso, algumas homenagens acabam virando heresia.
É um encerramento bagunçado para um universo cinematográfico que sempre sofreu com a falta de organização. E quando chega a última cena, ficamos nos perguntando:
é um reboot? Um universo alternativo? É só uma piada? Vai continuar em outro filme? Parece que The Flash encerra o DCEU assumindo a grande bagunça que foi essa fase da DC nos cinemas.
É muito mais errado do que eu me lembrava. Me diverti duas vezes: primeiro pelas piadas e em seguida por concluir que várias delas seriam impensáveis nos dias de hoje.
Tem cachorro sendo arrastado até a morte, criança fumando maconha, criança dizendo que o beijo de língua foi elogiado pelo pai, cadáver sendo abandonado na chuva.
Esse aqui daria trabalho pra ser exibido num sábado à tarde.
Mas de tudo isso, o que me incomodou de verdade foi o protagonista. Que personagem insuportável e egoísta,
a ponto de flertar com uma mulher mais jovem após a esposa criticá-lo por desovar o corpo da tia.
Talvez essa seja a grande piada de Férias Frustradas que muita gente deixa passar despercebido, o Clark Griswold ser um cara que faz questão de passar tempo com a família, mas que, na verdade, não está nem aí pra ela. Toda viagem é só uma desculpa pra ele realizar os próprios sonhos.
Eu aceito a pessoa dizer que é clichê, comentar as atuações ruins ou apenas falar que não gosta desse tipo de filme, mas ficar de chororô porque não é mais uma franquia sobre racha e corridas é inaceitável pra mim. Já tem mais de 10 anos que Velozes e Furiosos não tem mais esse foco e, ainda assim, a cada novo lançamento surgem as mesmas reclamações sobre essa mudança de rumo.
Este é provavelmente um dos capítulos mais divertidos da franquia. Gargalhava alto com cada absurdo que era mostrado em tela (e não eram poucos!). E as frases de efeito? Uma mais canastrona que a outra. E diferente de algumas produções do gênero, a ação de Velozes e Furiosos 10 é bem filmada e editada, apesar dos cortes rápidos você entende exatamente o que acontece em tela. Diferente do 9º filme, em que um núcleo vai ao espaço numa cena bastante confusa de tão mal feita.
Outro grande acerto é o vilão, o mais imprevisível. Sou bastante crítico com os trabalhos do Jason Momoa, sempre acho que ele faz o mesmo sujeito mal-encarado e de poucas palavras, mas devo confessar que aqui ele mandou bem. Dá pra ver que o cara se divertiu bastante como Dante Reyes. A cada cena com ele eu ficava curioso pra saber qual seria a próxima maluquice daquele psicopata. Ei, Momoa, talvez seja a hora de investir numa carreira voltada pra comédia.
Se fosse pra apontar um defeito seria a falta de conclusão,
os créditos sobem justamente numa cena em que algo grandioso está para acontecer e deixa público curioso pra saber como o Toretto vai se sair daquela situação.
Já era de se esperar por ser apenas a 1ª parte do encerramento da franquia, só que não deixa de ser um pouco frustrante.
Torço com todas as minhas forças para que a continuação venha desrespeitando todas as leis de trânsito e da física, se tiver viagem no tempo e realidades paralelas será ainda melhor. E quem quiser ver corrida que ligue a TV no domingo às 9h da manhã e assista Fórmula 1 na Globo.
Tem um xerife durão e de honra inabalável, um vilão muito mau, carros velozes e cenas de ação que, apesar de não serem excepcionais, dão conta do recado. Sabe, às vezes num sábado à noite é só disso que a gente precisa.
Um misto bem satisfatório de comédia de ação com faroeste moderno.
Tinha tudo pra ser um filmaço, De Niro é talento puro e o Eddie Murphy é o carisma em pessoa. Para o azar de ambos, os responsáveis pareciam não entender com sobre a polícia, programas de TV ou mesmo relações pessoas funcionam. Pensando melhor, levando em conta o resultado final, acho que eles não deviam saber nem como filmes funcionam.
Conforme ouvia a história do Gênio, Alithea acabou percebendo que ela mesma estava presa numa garrafa. Mas diferente da garrafa do seu amigo mágico, a dela era feita de introversões, sentimentos reprimidos e hábitos adquiridos ao longo da vida. Após tantos anos vivendo dessa forma, deixar seu cárcere poderia ser uma tarefa tão difícil quanto fugir de um recipiente mágico. Com isso em mente, ela pediu o amor. Mas o amor não é algo a ser conquistado em vez de pedido?
Vejo muitas pessoas comentando aqui que o filme se perde no final, só que para mim foi o contrário. Ele é poético e melancólico em partes iguais, questionando se, nos dias de hoje, com tanta tecnologia e correria, ainda é possível existir algum tipo de magia, seja ela dos mitos ou do amor.
Na minha memória de adolescente, Evolução era tão mais divertido e engraçado. Deixando de lado as piadinhas duvidosas (e que não são poucas), a trama demora demais para acontecer, com as criaturas surgindo só depois da metade do filme.
Até isso acontecer, tome cenas aleatórias, como a ex-namorada do protagonista aparecendo do nada usando uma das camisas dele e ameaçando tirá-la no meio de uma lanchonete. Mais deslocada que isso, só a personagem da Julianne Moore, que só serve pra ficar tropeçando e derrubando as coisas. Fico me perguntando quanto ela devia estar devendo ao agiota para se prestar a esse papel.
E como desgraça pouca é bobagem, ainda tem um dos piores product placement que eu lembro de ter visto em qualquer produção. Não bastasse usar o xampu pra derrotar a criatura gigantesca no final, ainda tem um "comercial" dele antes dos créditos.
Se isso é evolução, acho que eu prefiro ser primitivo.
É evidente que a Netflix não se esforçou muito para fazer essa sequência, tanto que o mistério e a duração são mínimos, ainda assim eu achei bem divertido. A química entre o Adam Sandler e a Jennifer Aniston é tão boa que seguro as pontas desse filme básico. Eles se dão tão bem em cena que eu não ligaria se o filme tivesse meia hora a mais.
Me chamou a atenção por ser bem sombrio para os padrões da Disney, certos momentos parecem saídos de capas de disco de metal. Mas há personagens e informações demais para serem desenvolvidos em menos de 1h30, dando a impressão que algumas coisas são apenas jogadas.
Fico curioso para saber se os 12 minutos cortados pelos antigos chefões da Disney deixariam a animação melhor.
Gosto do personagem e gosto ainda mais do Idris Elba, mas pra mim não funcionou tão bem quanto deveria. A falta de ritmo e a condução sem imaginação das cenas compromete o que poderia ser um thriller de altíssimo nível. E fica ainda pior se comparado a alguns dos melhores episódios da série.
E quando você para pra pensar no roteiro... Já enquanto assistia notei que algo me incomodava, e não demorei para perceber o que era:
Luther, um procurado pela polícia, andava livremente pelas ruas de Londres. Policiais ou civis pouco se importavam com ele. Isso poderia ter sido contornado de um jeito tão simples, era só a polícia ter usado o Luther como consultor na investigação, um Hannibal Lecter só que sem todo o canibalismo. E a polícia teria se beneficiado bastante da ajuda do protagonista, uma vez que ele parece ter poderes de adivinho, concluindo e fazendo suposições a partir do absoluto nada.
Apesar de todo o esforço do Andy Serkis, o vilão soa tão vazio. Um psicopata que é sádico e maldoso simplesmente porque sim.
Pior que isso, só o comentário pra lá de batido sobre como as pessoas liberam seu lado mal na internet. Desde o surgimento da web, os filmes e séries já abordam esse tema, talvez seja hora de trocar o disco.
Ainda assim, não posso ignorar o final, que me deixou muito curioso.
Ao que tudo indica, após pegar um assassino malvadão, Luther irá se tornar um agente secreto/especial. É uma brincadeira com o famoso fancast do Idris Elba como 007, que só não aconteceu devido a alguns comentários feitos nas redes sociais (ok, talvez o vilao do filme tenha certa razão). Eles até fazem uma brincadeira lá pela metade, com o Luther recusando uma taça de martíni.
Se for pra ver o maior fã de David Bowie atuando como agente secreto, voltarei para uma sequência com a maior boa vontade do mundo.
sempre salvar aqueles dois gêmeos buchas na última cena, já é o segundo filme em que isso acontece. Nesse daqui, Chad ficou com o bucho mais esburacado que estrada brasileira e ainda assim sobreviveu.
Diferente de muitos comentários aqui, não acho que a franquia precisa acabar, por mim poderiam lançar um por ano que eu iria assistir com um sorriso no rosto.
Fale Comigo
3.6 974 Assista AgoraQuem está habituado com o gênero do terror, já viu espíritos serem usados para falar de traumas do passado, de problemas psicológicos, doenças hereditárias e até mesmo DSTs. E mesmo com essa gama bastante variada de abordagens, se me dissessem que tais entidades poderiam servir de metáfora para o uso de drogas entre jovens, eu olharia com bastante ceticismo para a pessoa.
Mas é exatamente o que acontece em Fale Comigo. Mia e seus amigos participam de festinhas, só que em vez dos jovens virarem shots, se injetarem ou compartilharem baseados, eles são possuídos por espíritos.
Na segunda festa tem até uma montagem bem típica dos filmes de festas adolescentes, com cada personagem usando a icônica mão que estampa os pôsteres.
E quanto mais uma personagem usa o objeto, mais ela quer usar, mais ela começa a enxergar a realidade de outro forma. Assim como o uso exagerado de qualquer substância, abusar da possessão pode ter um final trágico.
Fale Comigo também surpreende pela coragem. Os diretores sempre vão além do que as produções atuais do gênero iriam. Onde Hollywood colocaria um corte para não mostrar nada muito pesado, os Phillipou vão lá e filmam a cena em detalhes. E que detalhes, a maquiagem é de encher os olhos (ou de fazer a gente querer desviar eles da tela). Eu, que sempre dou risada de pessoas que saem da sessão por causa de cenas muito pesadas, fiquei com vontade de sair correndo em determinado momento da segunda festinha da molecada.
Só que Danny e Michael não sabem só chocar, eles ainda encontram formas de ressaltar como as mãos são essenciais em nossa relação com as pessoas e com o mundo. Aqui e ali há planos-detalhe das mãos dos personagens recusando algo (ou alguém), fazendo carinho, sendo feridas, causando mal a alguém ou apenas recebendo um pouco de esmalte.
Fale Comigo é a prova de que o terror não precisa de sangue em abundância, mas sim de sangue novo. De gente capaz de olhar para espíritos, zumbis, robôs ou super-heróis de uma forma diferente.
Dora e a Cidade Perdida
3.2 151 Assista AgoraMe diverti mais com esse daqui do que com muitos desses blockbusters cheios de expectativas que chegam ao cinema. Justamente por não se levar a sério nem como adaptação do desenho da Dora e nem como filme de aventura é que ele acaba sendo tão gostoso de se assistir. Em meio a tantos filmes pipoca sisudos, Dora acaba se destacando por ser leve.
P.S.: fiquei bastante incomodado com a menina que usou o buraco do cocô e não se limpou.
Achados e Perdidos
2.9 75Tirando algumas boas atuações, é tudo muito burocrático. Certos momentos, que poderiam gerar alguma tensão, passam sem causar nenhum impacto, como o trecho em que é mostrado o passado do Vieira. Tenho a impressão que várias cenas foram gravadas de primeira, sem que o diretor tentasse fazer algo com mais apelo emocional.
E o mistério, qualquer pessoa mais acostumada com gênero vai conseguir desvendar sem muitos problemas.
A partir do momento que a Flor começou a dar em cima do protagonista descaradamente, as intenções da moça ficaram claras.
Agente Stone
3.0 144 Assista AgoraProduções da Netflix já parecem ser feitas por e para algoritmos, mas Agente Stone vai além: temos aqui o primeiro filme inteiramente criado por uma inteligência artificial. A começar pelo roteiro, que pinta uma IA como essencial para salvar o mundo.
Num filme comum, ao final
a protagonista e sua agência teriam aprendido a confiar menos num computador e mais em seus extintos. Aqui a lição final aqui pendendo a favor da IA. Ora, Chat GPT, não é assim que você vai fazer as pessoas confiarem em você.
E se eu já não tivesse visto a Gal Gadot dar entrevistas e apresentar eventos, eu juraria que ela foi criada por computação gráfica. Seria por sua beleza fora do comum? Um pouco, mas mais pela inexpressividade de sua atuação. A moça parece incapaz de expressar qualquer tipo de emoção enquanto diz uma de suas falas. Em dado momento no final, a protagonista dá um baita discurso sobre o que faz ela e a agência dela serem diferentes do vilão. Tá certo que o texto medíocre não ajuda, só que a levantada de sobrancelha que a "atriz" dá só faz tudo ficar ainda mais vergonha alheia.
A falta de personalidade e senso de humor da protagonista contribuem ainda mais para essa aura robótica que ela tem. Notem como ela parece não entender o conceito de ironia ou força de expressão.
Em uma das últimas cenas, Fulana Stone (é tudo tão esquecível que eu realmente não lembro o primeiro nome dela) visita a hacker vilã na cadeia, que diz que a partir de agora terá como objetivo se tornar uma detenta bombada. Ao ouvir isso, a espiã apenas diz:
- Você já teve objetivos piores.
Não me surpreenderia se em alguma continuação fosse revelado que Fulana Stone é na verdade um robô convivendo entre os humanos. No entanto, acho que é ser esperançoso demais esperar esse tipo de criatividade da IA responsável pelo roteiro.
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraLembro que na época que assisti Skyfall, comentei com um amigo como ele alçava a franquia do espião britânico ao patamar de grife. A fotografia, as locações, o figurino, estava tudo um patamar acima dos filmes de ação feitos na época. A partir dali, 007 era o que as outras produções do gênero tentariam ser.
Spectre vem para mostrar que essa ideia de grife foi levada a sério demais. A fotografia impecável continua lá. Cada nova cena parece saída diretamente de um comercial de perfume ou de uma marca de roupas muito caras: tudo muito lindo e blasé. Só que isso dura quase 2h30 e não 30 segundos, como os comerciais citados. Tirando a sequência do começo, não tem nada minimamente empolgante em Spectre. Para um filme de ação, a 4ª missão de Daniel Craig como James Bond é bastante apática.
E todo visual elegante serve só para disfarçar a trama desnecessariamente inchada e o vilão bobo que só sabe ficar repetindo a cada 5 minutos
como o 007 sofreu a vida inteira e como ele foi responsável por tudo aquilo.
Invasores
3.1 393 Assista AgoraArrisco dizer que é o filme de invasão alienígena mais genérico e mais chato já feito.
Elementos
3.7 470Mesmo os clichês quando feitos pela Pixar parece que tem um charme diferente. Um dia antes de assistir a esse daqui vi A Liga dos Monstros que é o que poderia se chamar de filme clichê: história de superação, personagens que duvidam de si mesmos e uma montagem de treinamento, como manda a cartilha de todo filme de esportes. Mas em nenhum momento a história cativa ou você se conecta com os personagens.
Já com a Pixar é diferente, desde os primeiros instantes nos afeiçoamos àquela família de fogo, às dificuldades que eles passaram. De certa forma, eles representam todos os imigrantes que já saíram de sua terra natal em busca de prosperidade, mas que são recebidos com olhares de desconfiança. É um jeito inteligente e lúdico de abordar o racismo.
Não tinha como Elementos não ser clichê, uma vez que ele bebe muito da fonte das, hoje clássicas, comédias românticas dos anos 90 e começo dos anos 2000. Não tem como ser mais clichê que isso, só que tem como fazer isso bem feito. E é exatamente o que vemos, com um visual de encher os olhos e um roteiro redondinho.
E, de certa forma, Elementos é sim uma mudança nos padrões da Pixar. Deve ser uma das únicas animações do estúdio que não aposta na já batida fórmula do protagonista que se perde e parte numa jornada de autodescoberta. Pode não ser inovador como Toy Story e Aranhaverso um dia foram, só que às vezes tudo que a gente precisa é acreditar durante 1h30 que pessoas podem superar suas diferenças para ficarem juntas, seja com o Tom Hanks e a Meg Ryan ou com o um desenho da Disney.
Freaky: No Corpo de um Assassino
3.2 464É divertido, mas poderia ter explorado bem mais a premissa. Sei lá, esperava mais bizarrices.
Dr. Hollywood - Uma Receita de Amor
3.1 84 Assista AgoraQuem poderia imaginar que o início de carreira do Dr. Rey tinha sido assim?
Mens@gem Para Você
3.4 428 Assista AgoraÉ gostosinho e bem divertido de se ver, o Tom Hanks e a Meg Ryan tem uma química invejável, dá gosto de ver os dois juntos em cena. Só não coloco entre os meus favoritos porque tem uma barriguinha ali nos 20 minutos finais que fez o ritmo desandar.
Striptease
2.7 313 Assista AgoraA parte que interessa, que é a Demi Moore tirando a roupa, é excelente. Tanto por ela ser linda e ter um corpão quanto por saber dançar muito bem. A cena dela saindo do banho só de toalha certamente teria feito minha adolescência mais feliz.
Só que tudo que não envolve isso é bem qualquer coisa. Parece que quiseram misturar comédia, noir, thriller erótico, crítica social e as peças não encaixaram muito bem... Pra piorar ainda tem o Burt Reynolds que parecia estar bêbado em todas as cenas. O personagem dele que era pra ser algum tipo de vilão simplesmente não representa ameaça em momento nenhum.
Desaparecida
3.7 289 Assista AgoraQuem lê thrillers está acostumado com o termo "suspense vira-página", usado para aqueles livros de mistério que você simplesmente não consegue largar até chegar ao final. Desaparecida é um suspense vira-página em forma de filme.
É tão bem amarrado, com reviravoltas colocadas no momento certo e um ritmo tão intenso que você simplesmente não liga de assistir a quase 2h de telas de computador e celular. É a prova de que para contar uma boa história você só precisa de um bom roteiro e uma boa ideia. Enquanto algumas produções não conseguem fazer isso com um orçamento milionário e efeitos especiais absurdos, este aqui te deixa preso do começo ao fim.
The Flash
3.1 752 Assista AgoraÉ divertido e é um bom passatempo, só que tinha potencial pra ser muito mais que isso. A impressão que dá é que fizeram apenas bom pra não deixar ninguém com saudade do DCEU e nem bravo o suficiente pra reclamar dele na internet.
É aquela diversão despretensiosa, como qualquer gibi de super-herói deveria ser, e quanto mais cedo você aceita a pegada cartunesca que ele propõe a ter, maior será a sua diversão.
Só é inaceitável que um filme que ficou tanto tempo sendo adiado e em pós-produção tenha efeitos especiais tão toscos. Nisso, algumas homenagens acabam virando heresia.
É um encerramento bagunçado para um universo cinematográfico que sempre sofreu com a falta de organização. E quando chega a última cena, ficamos nos perguntando:
é um reboot? Um universo alternativo? É só uma piada? Vai continuar em outro filme? Parece que The Flash encerra o DCEU assumindo a grande bagunça que foi essa fase da DC nos cinemas.
[spoiler][/spoiler]
Férias Frustradas
3.5 295É muito mais errado do que eu me lembrava. Me diverti duas vezes: primeiro pelas piadas e em seguida por concluir que várias delas seriam impensáveis nos dias de hoje.
Tem cachorro sendo arrastado até a morte, criança fumando maconha, criança dizendo que o beijo de língua foi elogiado pelo pai, cadáver sendo abandonado na chuva.
Mas de tudo isso, o que me incomodou de verdade foi o protagonista. Que personagem insuportável e egoísta,
a ponto de flertar com uma mulher mais jovem após a esposa criticá-lo por desovar o corpo da tia.
Talvez essa seja a grande piada de Férias Frustradas que muita gente deixa passar despercebido, o Clark Griswold ser um cara que faz questão de passar tempo com a família, mas que, na verdade, não está nem aí pra ela. Toda viagem é só uma desculpa pra ele realizar os próprios sonhos.
Sintonia de Amor
3.4 231 Assista AgoraCoitado do personagem do
Bill Pullman, cujo único erro foi ser sem graça demais.
[spoiler][/spoiler]
Velozes e Furiosos 10
3.0 300 Assista AgoraEu aceito a pessoa dizer que é clichê, comentar as atuações ruins ou apenas falar que não gosta desse tipo de filme, mas ficar de chororô porque não é mais uma franquia sobre racha e corridas é inaceitável pra mim. Já tem mais de 10 anos que Velozes e Furiosos não tem mais esse foco e, ainda assim, a cada novo lançamento surgem as mesmas reclamações sobre essa mudança de rumo.
Este é provavelmente um dos capítulos mais divertidos da franquia. Gargalhava alto com cada absurdo que era mostrado em tela (e não eram poucos!). E as frases de efeito? Uma mais canastrona que a outra. E diferente de algumas produções do gênero, a ação de Velozes e Furiosos 10 é bem filmada e editada, apesar dos cortes rápidos você entende exatamente o que acontece em tela. Diferente do 9º filme, em que um núcleo vai ao espaço numa cena bastante confusa de tão mal feita.
Outro grande acerto é o vilão, o mais imprevisível. Sou bastante crítico com os trabalhos do Jason Momoa, sempre acho que ele faz o mesmo sujeito mal-encarado e de poucas palavras, mas devo confessar que aqui ele mandou bem. Dá pra ver que o cara se divertiu bastante como Dante Reyes. A cada cena com ele eu ficava curioso pra saber qual seria a próxima maluquice daquele psicopata. Ei, Momoa, talvez seja a hora de investir numa carreira voltada pra comédia.
Se fosse pra apontar um defeito seria a falta de conclusão,
os créditos sobem justamente numa cena em que algo grandioso está para acontecer e deixa público curioso pra saber como o Toretto vai se sair daquela situação.
Torço com todas as minhas forças para que a continuação venha desrespeitando todas as leis de trânsito e da física, se tiver viagem no tempo e realidades paralelas será ainda melhor. E quem quiser ver corrida que ligue a TV no domingo às 9h da manhã e assista Fórmula 1 na Globo.
O Último Desafio
3.4 841 Assista AgoraTem um xerife durão e de honra inabalável, um vilão muito mau, carros velozes e cenas de ação que, apesar de não serem excepcionais, dão conta do recado. Sabe, às vezes num sábado à noite é só disso que a gente precisa.
Um misto bem satisfatório de comédia de ação com faroeste moderno.
É Hora do Show
2.8 118 Assista AgoraTinha tudo pra ser um filmaço, De Niro é talento puro e o Eddie Murphy é o carisma em pessoa. Para o azar de ambos, os responsáveis pareciam não entender com sobre a polícia, programas de TV ou mesmo relações pessoas funcionam. Pensando melhor, levando em conta o resultado final, acho que eles não deviam saber nem como filmes funcionam.
Era Uma Vez um Gênio
3.5 160 Assista Agora- Você já tentou se enganar dizendo para si mesma que não queria algo que queria? Não dá certo.
Conforme ouvia a história do Gênio, Alithea acabou percebendo que ela mesma estava presa numa garrafa. Mas diferente da garrafa do seu amigo mágico, a dela era feita de introversões, sentimentos reprimidos e hábitos adquiridos ao longo da vida. Após tantos anos vivendo dessa forma, deixar seu cárcere poderia ser uma tarefa tão difícil quanto fugir de um recipiente mágico. Com isso em mente, ela pediu o amor. Mas o amor não é algo a ser conquistado em vez de pedido?
Vejo muitas pessoas comentando aqui que o filme se perde no final, só que para mim foi o contrário. Ele é poético e melancólico em partes iguais, questionando se, nos dias de hoje, com tanta tecnologia e correria, ainda é possível existir algum tipo de magia, seja ela dos mitos ou do amor.
Evolução
2.7 308 Assista AgoraNa minha memória de adolescente, Evolução era tão mais divertido e engraçado. Deixando de lado as piadinhas duvidosas (e que não são poucas), a trama demora demais para acontecer, com as criaturas surgindo só depois da metade do filme.
Até isso acontecer, tome cenas aleatórias, como a ex-namorada do protagonista aparecendo do nada usando uma das camisas dele e ameaçando tirá-la no meio de uma lanchonete. Mais deslocada que isso, só a personagem da Julianne Moore, que só serve pra ficar tropeçando e derrubando as coisas. Fico me perguntando quanto ela devia estar devendo ao agiota para se prestar a esse papel.
E como desgraça pouca é bobagem, ainda tem um dos piores product placement que eu lembro de ter visto em qualquer produção. Não bastasse usar o xampu pra derrotar a criatura gigantesca no final, ainda tem um "comercial" dele antes dos créditos.
Se isso é evolução, acho que eu prefiro ser primitivo.
Mistério em Paris
2.8 173 Assista AgoraÉ evidente que a Netflix não se esforçou muito para fazer essa sequência, tanto que o mistério e a duração são mínimos, ainda assim eu achei bem divertido. A química entre o Adam Sandler e a Jennifer Aniston é tão boa que seguro as pontas desse filme básico. Eles se dão tão bem em cena que eu não ligaria se o filme tivesse meia hora a mais.
O Caldeirão Mágico
3.5 123Me chamou a atenção por ser bem sombrio para os padrões da Disney, certos momentos parecem saídos de capas de disco de metal. Mas há personagens e informações demais para serem desenvolvidos em menos de 1h30, dando a impressão que algumas coisas são apenas jogadas.
Fico curioso para saber se os 12 minutos cortados pelos antigos chefões da Disney deixariam a animação melhor.
Luther: O Cair da Noite
3.1 127 Assista AgoraGosto do personagem e gosto ainda mais do Idris Elba, mas pra mim não funcionou tão bem quanto deveria. A falta de ritmo e a condução sem imaginação das cenas compromete o que poderia ser um thriller de altíssimo nível. E fica ainda pior se comparado a alguns dos melhores episódios da série.
E quando você para pra pensar no roteiro... Já enquanto assistia notei que algo me incomodava, e não demorei para perceber o que era:
Luther, um procurado pela polícia, andava livremente pelas ruas de Londres. Policiais ou civis pouco se importavam com ele. Isso poderia ter sido contornado de um jeito tão simples, era só a polícia ter usado o Luther como consultor na investigação, um Hannibal Lecter só que sem todo o canibalismo. E a polícia teria se beneficiado bastante da ajuda do protagonista, uma vez que ele parece ter poderes de adivinho, concluindo e fazendo suposições a partir do absoluto nada.
Apesar de todo o esforço do Andy Serkis, o vilão soa tão vazio. Um psicopata que é sádico e maldoso simplesmente porque sim.
Pior que isso, só o comentário pra lá de batido sobre como as pessoas liberam seu lado mal na internet. Desde o surgimento da web, os filmes e séries já abordam esse tema, talvez seja hora de trocar o disco.
Ainda assim, não posso ignorar o final, que me deixou muito curioso.
Ao que tudo indica, após pegar um assassino malvadão, Luther irá se tornar um agente secreto/especial. É uma brincadeira com o famoso fancast do Idris Elba como 007, que só não aconteceu devido a alguns comentários feitos nas redes sociais (ok, talvez o vilao do filme tenha certa razão). Eles até fazem uma brincadeira lá pela metade, com o Luther recusando uma taça de martíni.
Se for pra ver o maior fã de David Bowie atuando como agente secreto, voltarei para uma sequência com a maior boa vontade do mundo.
Pânico VI
3.5 801 Assista AgoraDivertidíssimo, com ótimos momentos de tensão e bem mais sangue os anteriores. Só acho desnecessário
sempre salvar aqueles dois gêmeos buchas na última cena, já é o segundo filme em que isso acontece. Nesse daqui, Chad ficou com o bucho mais esburacado que estrada brasileira e ainda assim sobreviveu.
Diferente de muitos comentários aqui, não acho que a franquia precisa acabar, por mim poderiam lançar um por ano que eu iria assistir com um sorriso no rosto.
No entanto, gostaria que as próximas sequências fossem mais corajosas, deixaria a experiência bem mais interessante.