Thiago Martins

Eles deveriam ficar juntos. Não tem essa de que ela seguiu o caminho dela e agora tem uma família. Ela mesma diz que ele é o amor da vida dela, e ele só continuou vivo por causa dela, para voltar para ela. Ela deveria pedir o divórcio, simples assim.
Não tem complicação nisso. Uma vez que o ex-namorado dela continua vivo (que ia pedir ela em casamento, pois ele deu uma aliança para ela antes de embarcar) o casamento dela já era, vai ser um casamento ruim, pois ela vai passar o tempo todo pensando no namorado vivo! Eles casando, poderiam ter filhos juntos, como acontece em muitas histórias da vida real!

Aquela moça que trabalha na Fedex e que passa informações para ele se chama Bettina Peterson. Ela aparece na primeira cena do filme enviando um pacote para Rússia, para seu ex-marido Dick Peterson que está traindo ela. Nessa cena inicial, no lugar que ela mora, uma espécie de fazenda, está escrito na entrada Dick e Bettina, mas na cena final, 4 anos depois, está escrito somente Bettina. Ou seja, ela está solteirona! O filme da a entender que o personagem principal encontrou um novo significado em sua vida, que a maré trouxe outra Vela para ele, que é essa Bettina! Porém eu preferiria que ele se casasse com a Kelly e tivesse um filho chamado Wilson que seria campeão mundial de volei!!

Eu achei que ele estava fantasiando tudo, que ele estava tão deprimido e com tanto sentimento de culpa que criou em sua cabeça um universo alternativo para poder consertar o passado. O final que eu esperava era ele acordando no mundo real, numa pós tentativa de suicidio.

Mas foi ficando bizzarro. O bairro todo voltou para o passado. Dando a entender que todo mundo se pudesse, gostaria de voltar alguns anos para tentar fazer diferente. Talvez o desejo de muitos de nós voltarmos a um determinando ponto da vida e partir dali com o conhecimento do futuro seja para não errar de novo ou para ter vantagens financeiras.
O mais esquisito foi o casal de vizinho deles voltarem sem a filha. Ou seja, a filha do vizinho deles também morreu. O que seria uma enorme coincidencia e muito improvavel a melhor amiguinha da filha deles ter morrido também naquele espaço de 5 anos. As crianças na dinamarca costumam morrer tanto assim?!

E aí que eu acho que a história se perde, quando o vizinho velho conta que praticamente o bairro todo voltou pelo túnel. E porque ele volta exatamente para o minuto em que a filha dele morre? Por que o roteirista quis? Ou será que o túnel leva para onde a consciência está gritando? (isso não é explicado, mas poderia ter enriquecido a história)

E o que aconteceria se voltasse pelo túnel, como aconteceu com a esposa e filha dele? Voltariam para o futuro de onde o marido veio? Como se fosse um portal de 5 anos de tempo. E voltariam para um bairro vazio? Pensando no vizinho velho, ele disse que usou o túnel para enriquecer, porque sabia os resultados dos jogos no futuro. Ou ele havia decorado por alguma razão, ou ele simplesmente passava pelo túnel de novo, ia para o futuro, coletava todos os resultados, voltava pelo túnel e fazia as apostas.

Que cagada! Imagina ela se explicando pra polícia que foi fazer uma brincadeirinha para testar o amor do namorado. Eu estava torcendo pra ela morrer lá dentro pra não passar tanta vergonha depois!

O roteiro força ao colocar apenas a chave para sair do quarto. Todo quarto do panico possui um mecanismo próprio interno para poder sair, sem depender somente de chaves (ou de apenas um dispositivo eletronico, caso fosse mais moderno). Teria um dispositivo fixo e mecanico para poder sair de dentro, e jamais só uma chave que poderia quebrar. Mesmo esse sendo antigo, teria uma alavanca de emergencia. Mas tudo bem, a gente aceita pela trama.

Agora, o policial vai ter certeza de que o Maestro matou a nova namorada. Ele avisou que o mataria se acontecesse qualquer coisa com a Fabiana. Mas fica aberto para pensarmos.