Renata

Que alegria conferir esse filme, que tanta nostalgia me traz, já que o original "Godzilla" foi o primeiro filme que assisti no cinema qdo tinha 7 anos, levada pela escola. O filme é bem feitinho, mas como não assisti às versões made in EUA, não tenho como comparar. É impressionante como o cinema do Japão, com seu estilo sóbrio, sem grande pirotecnia e com ênfase nos dilemas humanos, tem conseguido se firmar no cenário internacional. Assistir a uma representação do país destruído pós-segunda guerra é lembrar como os conflitos bélicos são inúteis e só servem para enriquecer a indústria armamentista e o ego de governantes fascistóides.

Sei que o filme foi lançado quando tínhamos um fascista no poder e por isso foi visto de forma tão condescendente pelo público. Na verdade, o que tem de bom ali é apenas o argumento pq tudo foi mal concebido: desenvolvimento dos personagens e da trama, direção de atores, ambientação mambembe, diálogos rasos, tom de novela, acho que nem no projac a coisa seria tão mal feita. No fim, ficou a sensação de que desperdiçaram a chance e recursos para abordar o tema de forma contundente, mas também coerente, mesmo dentro da lógica distópica, uma pena.

Que nostalgia o filme me despertou! Eu era extremamente fascinada pelos trapalhões, nasci em 1970 e comecei a acompanhar o grupo quando ainda estavam na Rede Tupy. Depois que foram pra Globo, toda a família batia ponto pra assistir. O episódio em que fazem uma sátira da música da Maria Bethânia é icônico e inesquecível. E que perfeição esse elenco, que linda a Neusa Borges! O cara que faz o Chico Anysio é a versão mais jovem do próprio. E acompanhar a fase dos Originais do Samba também é uma delícia. Como a música brasileira produzia canções de qualidade, sto deus, que saudade!