Tenho sempre um pé atrás com filmes do tipo "norte-americanos brancos salvam o dia", e com Captain Phillips não foi diferente, claro que não poderiam deixar de maquiar um pouco a verdadeira história do sequestro e, de quebra, dar um falso tom heróico ao Sr. Phillips, quando na verdade é sabido que a coisa não aconteceu bem daquele jeito. Deixando a ação de lado e enxergando o viés político e o contexto histórico da narrativa, consigo entender e ter empatia por aqueles somalis, porque quando se olha por esse ângulo, é possível identificar quem são os verdadeiros piratas. (pesquisem sobre como a pesca ilegal e predatória e o lixo tóxico e nuclear jogado nos mares somalis destruíram o meio de sobrevivência daqueles pescadores, e como essas atividades são realizadas apenas por países ricos, nunca por países miseráveis).
Obs: deixando claro que jamais o fato de compreendê-los signifique que eu concorde com sequestrar e machucar outras pessoas, só que uma vez que você olha por essa perspectiva você entende como aqueles pobres coitados são apenas peões comandados por um sistema muito maior que eles.
"Captain Phillips: There's got to be something other than being a fisherman or kidnapping people. Muse: Maybe in America, Irish, maybe in America."
O fato de não incluírem nenhuma atriz ou ator negros entre os indicados, mas jogarem Selma entre os melhores do ano, me parece o jeito da academia de dizer "mas eu tenho um amigo negro!" David Oyelowo poderia ocupar de maneira muito competente o lugar do Cooper(mas perai, ele é negro, e um negro indicado entre os melhores por dois anos seguidos, ai já é vandalismo). E digo mais, a academia perdeu uma oportunidade histórica de ter a primeira mulher negra a concorrer à frente de uma direção, isso é claro se Ana DuVernay ao menos indicada tivesse sido. Com um tema tão atual, honesto e emocionante, "Selma" te dá vontade de pular na tela e se unir a toda aquela luta. Um filme que tem que ser visto e sentido!
Uma propaganda republicana de duas horas de duração, e como tal, ignora completamente as políticas de guerra e o terrorismo americano. É simplesmente aterrorizante a forma como exaltam um genocídio realizado por um psicopata transformado em herói, alguém que se gabava de ter despachado centenas de vidas e dizia se divertir com isso. Sniper Americano certamente conquistará aqueles mesmos ingênuos que ovacionaram Capitão Nascimento em Tropa de Elite I e se satisfizeram-se com toda sua barbárie em nome de um "bem maior".
É preocupante que "Selma", que mostra a luta de Martin Luter King contra o racismo, receba apenas duas míseras indicações. Infelizmente, conhecendo os moldes nacionalistas, conservadores e preconceituosos da academia, é possível praticamente garantir que vão levar algum prêmio, apenas para que essa propaganda gratuita de guerra receba mais destaque.
Sadomasoquismo?! Faz-me rir. Nada mais que um relacionamento psicologicamente abusivo com um toque de BDSM descaracterizado. Aliás, tanto os livros quanto o filme são um desserviço ao BDSM, pois mostra tudo que ele NÃO É! Fazendo uma associação ridícula do fetiche à traumas de infância, como se fosse uma doença, um trauma do qual ele precisa se livrar. E, para completar, o cara ainda ignora uma regra importantíssima da prática: ele não respeita a "safe word", e ainda fica chateado quando a garota fala a palavra. Grey nos diz o tempo inteiro que Anastácia não passa de uma posse sua, uma propriedade, e eu não entendo como conseguiram romantizar uma estória dessas, quando na verdade seus desejos sexuais são a parte menos distorcida de sua personalidade controladora, arrogante e que beira a patologia. A velha ideia de que uma garota "pura" pode mudar/domar um cara violento através do ~amor verdadeiro~(um conceito que, por si só, já parte de uma falácia).
Em termos técnicos, não dava pra esperar uma obra prima. Direção razoável, fotografia bem pensada, alguns planos de câmera um tanto cafonas e uma trilha sonora realmente impecável.
Um profeta convertido em um general, sob o comando de um deus cruel.
Desde o início vi com receio as notícias sobre Êxodo: Deuses e Reis, a começar por ser uma fábula passada no antigo Egito e mesmo assim ser formado por um elenco majoritariamente branco de olhos claros, nem preciso explicar o quanto isso não faz sentido, e que ver americanos, europeus e australianos proferindo frases cheias de sotaque inglês foi, no mínimo, constrangedor. Aqui, Ridley Scott subverte lógica bíblica e tenta dar algum sentido científico a toda fantasia que é a história de Moisés e a libertação do povo Hebreu, eu não diria que o tiro saiu pela culatra, não me incomodou o filme destoar da história "original"- mesmo porque eu não acredito nela -, mas sim o fato da obra não conseguir funcionar como passagem espiritual, muito menos como conto épico. Faltou emoção, foi tudo muito blasé. Nem excelentes atores e efeitos visuais tão avançados salvam um roteiro tão pobre desses. E a cena de Ramsés sobrevivendo aquela big wave é ridícula em proporções inimagináveis, ficando pau a pau com a cena dos crocodilos. Engana-se quem acredita que o diretor reinventou ou deturpou deus, pois o deus mostrado por Scott é o mesmo deus bíblico: vingativo, cruel e cheio de contradições. Exatamente como uma criança birrenta. E eu acho que foi isso que Scott(como ateu que é) quis mostrar. Sei que muitos não gostaram, mas creio ter sido extremamente proposital representar a divindade de maneira tão insuportável daquele jeito. Aliás, é interessante pontuar que de acordo como as coisas são mostradas e tendo em vista todo aquele senso sádico de deus, você tende a ficar do lado de faraó - algo inimaginável no faraó odiável do clássico de 1956, Os Dez Mandamentos, interpretado brilhantemente por Yul Brynner. Acredito que Êxodo tenha seus pontos bons, como a direção esforçada de Scott, mas passou bem longe do que eu esperava.
Há apenas duas formas que você pode ver este filme: A forma fria para aqueles que nunca vivenciaram algo semelhante, que vão assistir e encarar como excesso de dramas e lamentações de um bando de adolescentes problemáticos; e a forma empática para aqueles que viveram ou vivem e sabem o que é ter que viver carregando uma dor profunda advinda de algum trauma terrível.
Não tem como não se emocionar quando você tem nem que seja a mais vaga ideia do que é passar por algo dessa natureza. Pra mim, as técnicas usadas para inserir o telespectador na estória foram extremamente bem sucedidas. Não é exagero dizer que os atores não parecem estar atuando, e sim vivendo, por isso fica tão fácil pegar empatia por todos eles. São personagens reais demais, intensos demais. Me apeguei especialmente a Marcus... Aquela letra cheia de sofrimento, dor e amor em um mesmo espaço, que vontade deu de abracá-lo e protegê-lo. :(
"Olhe em meus olhos para que você saiba o que é viver em uma vida sem saber como uma vida normal é."
Mas ai finalmente vem aquele final, que enche de esperança, te tira um sorriso sem que você nem perceba e te faz reafirmar a fé no altruísmo através de alguém que mesmo corroída por traumas(Grace), ainda sim, escolhe tocar outras vidas e por sua vez acaba também sendo tocada por elas. "E lá vamos nós de novo" :)
Pastelão. Cansativo. Uma sucessão de desgraças. E o que esperar de um gênero já tão exaustivamente saturado e estereotipado? É, pois é, não muito. Mas, sendo uma comédia, você espera o mínimo de senso cômico. A impressão é de estar assistindo a um crossover de Se Beber Não Case e Projeto X, e nem assim este filme consegue dar certo. E alguém pelo amor de deus avisa ao Marcos Palmeira que não ta dando mais pra fazer papel de galã, e que mais forçado que isso, é tentarem extrair algum talento dramático da Luana Piovani. Muita forçação de barra por metro quadrado, gente. Quanto maior a massa para distribuição, mais imbecil a obra, essa é a lógica desses produtores, só pode. Não é exagero chamar esta bomba de atentado à cultura brasileira patrocinado com o meu, o seu, os nossos suados impostos.
Aviso importante: Caso você tenha TOC na área de contaminação, é mais um motivo pra não ver, porque o filme se passa praticamente em banheiros e ninguém lava as mãos. Socorro. '~'
Personagens que conseguem ser ao mesmo tempo carrascos e vítimas das circunstâncias, mas todos igualmente corrompidos em algum nível - e nem percebem isto.
Um roteiro que se não convence pelo drama, no mínimo, tenta convencer pela comédia, e honestamente, nenhum dos dois artifícios convence de verdade. Emma entrega uma protagonista irritantemente forçada e que, em algumas cenas, soa caricata(como quando ela agradece sem parar, ou quando tem um ataque de histeria na casa do Rat). Enquanto tenta parecer estar buscando seu lugar no mundo de alguma forma, faz isso de maneira ora psicótica, ora mimada. Ao fim, o romance óbvio desde o início do filme, nada acrescenta a obra. Os créditos sobem e você percebe a simplicidade da estória, como ela só andou em círculos e chegou a lugar nenhum.
Misoginia em seu estado puro. Não me surpreende que a maioria das pessoas concluam que o que é retratado aqui se trata apenas de bullying escolar, afinal, machismo é paranóia, somos todos iguais, certo? Não, nunca fomos! Nunca fui exposta, mas me senti igualmente atacada, pois tenho empatia, tenho um corpo, sou vista como mulher e todos sempre esperam o momento pra apontar o erro. Me coloquei no lugar de Alejandra, e de tantas mulheres que sofrem com uma sociedade patriarcal que culpa a vítima sempre e não dá nenhum tipo de amparo a mesma. Algo que me deixou especialmente triste, foi ver que muitos dos agressores eram mulheres, machismo reproduzido é real e igualmente lastimável, e sendo uma, poderiam ser todas... Alejandra foi apedrejada por ser uma garota que fez sexo, que deu o que era dela, foi vista como puta e demônio por pessoas que não conseguem compreender que não haveria vítima se não houvesse criminoso. O sexo foi entre dois, a situação foi exatamente a mesma, mas não as consequências. Em nenhum momento o homem foi questionado, não foi com ele que mexeram, não foi sobre ele que recaíram as agressões, não foi ele que tentaram violar por acharem que "se deu pra uma, dá pra todos".
Ela. Ela. Sempre ela. Sério, cara. Que mundo de merda é esse?
Puro proselitismo religioso. Quase uma pregação maniqueísta. Mas o que o torna esse filme uma total perda de tempo é a visão extremamente unilateral, preconceituosa e ofensiva com a (des)crença alheia. Não é nada mais que uma propaganda do cristianismo.
Não me lembro de ter sentido tanto desprezo, nojo e impotência... É necessário estômago, os 98 minutos parecem não acabar mais. O processo de angústia no espectador é gradual, aumenta conforme a trama se desenrola. A princípio, o que vemos é apenas uma família inquieta, após o suicídio, as coisas começam a ficar estranhamente tranquilas demais, e é a calmaria que entrega que as coisas estão muito erradas naquela casa, a sensação que se tem é que ninguém pode falar sobre o que aconteceu. A ausência de trilha sonora foi genial, só evidência o silêncio desconfortável, apatia e passividade daquelas mulheres. Os olhares dissimulados, ações, movimentos disfarçados, punições... Aos poucos situações ainda mais cruéis transparecem.
A cena do abuso da filha mais velha pula na cara do espectador sem nenhum aviso, quase desconexa ao resto da história, escancarando uma realidade completamente pesada, causando uma sensação de soco no estômago enorme e um extremo mal estar.
Avranas constrói uma direção corajosa, que se mostra bastante segura, se utilizando de um jogo de câmeras que consegue causar no espectador a sensação de estar no dia-a-dia da família, junto de uma fotografia maravilhosamente desbotada e um roteiro com poucos diálogos. Silenciar sobre temas como esse, é fechar os olhos e negar que coisas assim acontecem e são uma realidade mais comum do que se pensa.
Sem querer ser do contra e tal, o trailer também me emocionou bastante, mas... sei lá, não me agrada tanto que dentre toda a história desse homem magnífico, parte de sua biografia seja focada em um romance que acabou em um divórcio litigioso. Claro que o fato de ter acabado não significa que não foi real, mas esse não deveria ser o tema central. (Hollywood e sua mania de enfatizar relações românticas ao redor de qualquer história) Penso que seria de muito mais importância e relevância para o roteiro se o foco fosse direcionado a pesquisa cosmológica brilhante que Hawking conseguiu, enquanto o mesmo estava em tratamento de sua doença, e o conhecimento extraordinário nos campos da relatividade geral. Enfim, o que temos por agora é só um trailer e algumas especulações, e eu realmente torço pra que tenham conseguido encapsular a essência de uma das maiores mentes de uma geração
Considerar Freaks um filme de terror é no mínimo muito preconceito. Desculpe, mas realmente não consegui enxergar terror aí, somente um drama encantador, acompanhado de uma crítica extremamente atemporal, social e humanista. Browning afundou com a própria carreira pra nos deixar essa obra prima, que apesar dos anos é incrível como continua contemporânea. Sem dúvida deve ser preservada.
As três estrelas vão todas para o tigre em 3D. Desculpa, mas aquele pensamento barato dele não me convenceu. Achei apelativo, puxando pro lado religioso demais.
Rick mandou Carol embora porque é um líder hipócrita que ignora o próprio histórico de violência e as pessoas que ele matou, como argumento ele usa o fato de que essas pessoas não faziam parte do grupo dele, mas por isso deixam de ser pessoas?! Ficou óbvio que a Carol se preocupou com o bem do grupo ao matar a Karen e o David. Pessoas são pessoas. Elas não têm mais valor ou deixam se ser uma ameaça só porque você as ama ou as conhece. Carol entendeu isso. Não é diferente do Shane, ou daqueles dois que ele matou no bar, ele não sabia que aqueles homens fariam mal ao grupo. Ele assumiu que eles fariam e agiu em cima dessa crença. A Carol fez a mesma coisa. Não há diferença. Sem falar no Carl, que matou o garoto na floresta a sangue frio, mas tudo bem porque é filho dele então homicídio não se torna algo tão grave. A verdade é que Rick usa as pessoas quando lhe é conveniente e sempre foi assim, tá sendo assim com o Daryl, no qual ele nem pensou quando mandou Carol embora, ele sabia que ela era importante pro Daryl.
Forçado, forçado e forçado! Argh, me deu nos nervos! Chloë simplesmente não gera a empatia automática que a personagem pede. Pelo contrário, mostra inclusive fisicamente que é perfeitamente capaz de cuidar de si mesma. Carrie é frágil e vulnerável, e não senti em nenhum momento isso na Chloë.
Achei bem vazio, pra falar a verdade. Gosto bastante de temas relacionados a problemas emocionais, mas esse não conseguiu me passar muita coisa. Porém, ver a atuação de Zach Galifianakis fora das comédias foi bem interessante. Só achei essa nota aí alta demais.
Talvez a intenção do diretor tenha sido justamente se utilizar do pouco diálogo pra retratar as relações interpessoais, como de fato muitas vezes são. As imagens mostram o que tem que ser visto, e mostram isso de uma forma crua e real. Muita gente passa a vida inteira e não consegue chegar no nível de intimidade daquele casal. Sexo é a coisa mais natural do mundo, e talvez esse não seja sobre amor, percebi muita solidão, mas é lindo. E sim, tem seu lado poético.
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraTenho sempre um pé atrás com filmes do tipo "norte-americanos brancos salvam o dia", e com Captain Phillips não foi diferente, claro que não poderiam deixar de maquiar um pouco a verdadeira história do sequestro e, de quebra, dar um falso tom heróico ao Sr. Phillips, quando na verdade é sabido que a coisa não aconteceu bem daquele jeito.
Deixando a ação de lado e enxergando o viés político e o contexto histórico da narrativa, consigo entender e ter empatia por aqueles somalis, porque quando se olha por esse ângulo, é possível identificar quem são os verdadeiros piratas. (pesquisem sobre como a pesca ilegal e predatória e o lixo tóxico e nuclear jogado nos mares somalis destruíram o meio de sobrevivência daqueles pescadores, e como essas atividades são realizadas apenas por países ricos, nunca por países miseráveis).
Obs: deixando claro que jamais o fato de compreendê-los signifique que eu concorde com sequestrar e machucar outras pessoas, só que uma vez que você olha por essa perspectiva você entende como aqueles pobres coitados são apenas peões comandados por um sistema muito maior que eles.
"Captain Phillips: There's got to be something other than being a fisherman or kidnapping people.
Muse: Maybe in America, Irish, maybe in America."
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 793O fato de não incluírem nenhuma atriz ou ator negros entre os indicados, mas jogarem Selma entre os melhores do ano, me parece o jeito da academia de dizer "mas eu tenho um amigo negro!" David Oyelowo poderia ocupar de maneira muito competente o lugar do Cooper(mas perai, ele é negro, e um negro indicado entre os melhores por dois anos seguidos, ai já é vandalismo). E digo mais, a academia perdeu uma oportunidade histórica de ter a primeira mulher negra a concorrer à frente de uma direção, isso é claro se Ana DuVernay ao menos indicada tivesse sido.
Com um tema tão atual, honesto e emocionante, "Selma" te dá vontade de pular na tela e se unir a toda aquela luta. Um filme que tem que ser visto e sentido!
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraUma propaganda republicana de duas horas de duração, e como tal, ignora completamente as políticas de guerra e o terrorismo americano.
É simplesmente aterrorizante a forma como exaltam um genocídio realizado por um psicopata transformado em herói, alguém que se gabava de ter despachado centenas de vidas e dizia se divertir com isso. Sniper Americano certamente conquistará aqueles mesmos ingênuos que ovacionaram Capitão Nascimento em Tropa de Elite I e se satisfizeram-se com toda sua barbárie em nome de um "bem maior".
É preocupante que "Selma", que mostra a luta de Martin Luter King contra o racismo, receba apenas duas míseras indicações. Infelizmente, conhecendo os moldes nacionalistas, conservadores e preconceituosos da academia, é possível praticamente garantir que vão levar algum prêmio, apenas para que essa propaganda gratuita de guerra receba mais destaque.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraSadomasoquismo?! Faz-me rir. Nada mais que um relacionamento psicologicamente abusivo com um toque de BDSM descaracterizado. Aliás, tanto os livros quanto o filme são um desserviço ao BDSM, pois mostra tudo que ele NÃO É! Fazendo uma associação ridícula do fetiche à traumas de infância, como se fosse uma doença, um trauma do qual ele precisa se livrar. E, para completar, o cara ainda ignora uma regra importantíssima da prática: ele não respeita a "safe word", e ainda fica chateado quando a garota fala a palavra.
Grey nos diz o tempo inteiro que Anastácia não passa de uma posse sua, uma propriedade, e eu não entendo como conseguiram romantizar uma estória dessas, quando na verdade seus desejos sexuais são a parte menos distorcida de sua personalidade controladora, arrogante e que beira a patologia. A velha ideia de que uma garota "pura" pode mudar/domar um cara violento através do ~amor verdadeiro~(um conceito que, por si só, já parte de uma falácia).
Em termos técnicos, não dava pra esperar uma obra prima. Direção razoável, fotografia bem pensada, alguns planos de câmera um tanto cafonas e uma trilha sonora realmente impecável.
Êxodo: Deuses e Reis
3.1 1,2K Assista AgoraUm profeta convertido em um general, sob o comando de um deus cruel.
Desde o início vi com receio as notícias sobre Êxodo: Deuses e Reis, a começar por ser uma fábula passada no antigo Egito e mesmo assim ser formado por um elenco majoritariamente branco de olhos claros, nem preciso explicar o quanto isso não faz sentido, e que ver americanos, europeus e australianos proferindo frases cheias de sotaque inglês foi, no mínimo, constrangedor. Aqui, Ridley Scott subverte lógica bíblica e tenta dar algum sentido científico a toda fantasia que é a história de Moisés e a libertação do povo Hebreu, eu não diria que o tiro saiu pela culatra, não me incomodou o filme destoar da história "original"- mesmo porque eu não acredito nela -, mas sim o fato da obra não conseguir funcionar como passagem espiritual, muito menos como conto épico. Faltou emoção, foi tudo muito blasé. Nem excelentes atores e efeitos visuais tão avançados salvam um roteiro tão pobre desses. E a cena de Ramsés sobrevivendo aquela big wave é ridícula em proporções inimagináveis, ficando pau a pau com a cena dos crocodilos.
Engana-se quem acredita que o diretor reinventou ou deturpou deus, pois o deus mostrado por Scott é o mesmo deus bíblico: vingativo, cruel e cheio de contradições. Exatamente como uma criança birrenta. E eu acho que foi isso que Scott(como ateu que é) quis mostrar. Sei que muitos não gostaram, mas creio ter sido extremamente proposital representar a divindade de maneira tão insuportável daquele jeito.
Aliás, é interessante pontuar que de acordo como as coisas são mostradas e tendo em vista todo aquele senso sádico de deus, você tende a ficar do lado de faraó - algo inimaginável no faraó odiável do clássico de 1956, Os Dez Mandamentos, interpretado brilhantemente por Yul Brynner.
Acredito que Êxodo tenha seus pontos bons, como a direção esforçada de Scott, mas passou bem longe do que eu esperava.
Temporário 12
4.3 590Há apenas duas formas que você pode ver este filme: A forma fria para aqueles que nunca vivenciaram algo semelhante, que vão assistir e encarar como excesso de dramas e lamentações de um bando de adolescentes problemáticos; e a forma empática para aqueles que viveram ou vivem e sabem o que é ter que viver carregando uma dor profunda advinda de algum trauma terrível.
Não tem como não se emocionar quando você tem nem que seja a mais vaga ideia do que é passar por algo dessa natureza. Pra mim, as técnicas usadas para inserir o telespectador na estória foram extremamente bem sucedidas. Não é exagero dizer que os atores não parecem estar atuando, e sim vivendo, por isso fica tão fácil pegar empatia por todos eles. São personagens reais demais, intensos demais. Me apeguei especialmente a Marcus... Aquela letra cheia de sofrimento, dor e amor em um mesmo espaço, que vontade deu de abracá-lo e protegê-lo. :(
"Olhe em meus olhos para que você saiba o que é viver em uma vida sem saber como uma vida normal é."
Mas ai finalmente vem aquele final, que enche de esperança, te tira um sorriso sem que você nem perceba e te faz reafirmar a fé no altruísmo através de alguém que mesmo corroída por traumas(Grace), ainda sim, escolhe tocar outras vidas e por sua vez acaba também sendo tocada por elas. "E lá vamos nós de novo" :)
A Noite da Virada
2.2 131Pastelão. Cansativo. Uma sucessão de desgraças. E o que esperar de um gênero já tão exaustivamente saturado e estereotipado? É, pois é, não muito. Mas, sendo uma comédia, você espera o mínimo de senso cômico. A impressão é de estar assistindo a um crossover de Se Beber Não Case e Projeto X, e nem assim este filme consegue dar certo. E alguém pelo amor de deus avisa ao Marcos Palmeira que não ta dando mais pra fazer papel de galã, e que mais forçado que isso, é tentarem extrair algum talento dramático da Luana Piovani. Muita forçação de barra por metro quadrado, gente. Quanto maior a massa para distribuição, mais imbecil a obra, essa é a lógica desses produtores, só pode. Não é exagero chamar esta bomba de atentado à cultura brasileira patrocinado com o meu, o seu, os nossos suados impostos.
Aviso importante: Caso você tenha TOC na área de contaminação, é mais um motivo pra não ver, porque o filme se passa praticamente em banheiros e ninguém lava as mãos. Socorro. '~'
Mapas para as Estrelas
3.3 477 Assista AgoraPersonagens que conseguem ser ao mesmo tempo carrascos e vítimas das circunstâncias, mas todos igualmente corrompidos em algum nível - e nem percebem isto.
A cena de Havana comemorando a morte do garotinho ao se dar conta que pegará o papel no filme, é perturbadora e medonha.
Vida de Adulto
3.3 230 Assista AgoraUm roteiro que se não convence pelo drama, no mínimo, tenta convencer pela comédia, e honestamente, nenhum dos dois artifícios convence de verdade. Emma entrega uma protagonista irritantemente forçada e que, em algumas cenas, soa caricata(como quando ela agradece sem parar, ou quando tem um ataque de histeria na casa do Rat).
Enquanto tenta parecer estar buscando seu lugar no mundo de alguma forma, faz isso de maneira ora psicótica, ora mimada.
Ao fim, o romance óbvio desde o início do filme, nada acrescenta a obra.
Os créditos sobem e você percebe a simplicidade da estória, como ela só andou em círculos e chegou a lugar nenhum.
Depois de Lúcia
3.8 1,1KMisoginia em seu estado puro. Não me surpreende que a maioria das pessoas concluam que o que é retratado aqui se trata apenas de bullying escolar, afinal, machismo é paranóia, somos todos iguais, certo? Não, nunca fomos! Nunca fui exposta, mas me senti igualmente atacada, pois tenho empatia, tenho um corpo, sou vista como mulher e todos sempre esperam o momento pra apontar o erro. Me coloquei no lugar de Alejandra, e de tantas mulheres que sofrem com uma sociedade patriarcal que culpa a vítima sempre e não dá nenhum tipo de amparo a mesma. Algo que me deixou especialmente triste, foi ver que muitos dos agressores eram mulheres, machismo reproduzido é real e igualmente lastimável, e sendo uma, poderiam ser todas... Alejandra foi apedrejada por ser uma garota que fez sexo, que deu o que era dela, foi vista como puta e demônio por pessoas que não conseguem compreender que não haveria vítima se não houvesse criminoso. O sexo foi entre dois, a situação foi exatamente a mesma, mas não as consequências. Em nenhum momento o homem foi questionado, não foi com ele que mexeram, não foi sobre ele que recaíram as agressões, não foi ele que tentaram violar por acharem que "se deu pra uma, dá pra todos".
Ela. Ela. Sempre ela. Sério, cara. Que mundo de merda é esse?
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraPuro proselitismo religioso. Quase uma pregação maniqueísta. Mas o que o torna esse filme uma total perda de tempo é a visão extremamente unilateral, preconceituosa e ofensiva com a (des)crença alheia. Não é nada mais que uma propaganda do cristianismo.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraNão me lembro de ter sentido tanto desprezo, nojo e impotência... É necessário estômago, os 98 minutos parecem não acabar mais. O processo de angústia no espectador é gradual, aumenta conforme a trama se desenrola. A princípio, o que vemos é apenas uma família inquieta, após o suicídio, as coisas começam a ficar estranhamente tranquilas demais, e é a calmaria que entrega que as coisas estão muito erradas naquela casa, a sensação que se tem é que ninguém pode falar sobre o que aconteceu. A ausência de trilha sonora foi genial, só evidência o silêncio desconfortável, apatia e passividade daquelas mulheres. Os olhares dissimulados, ações, movimentos disfarçados, punições... Aos poucos situações ainda mais cruéis transparecem.
A cena do abuso da filha mais velha pula na cara do espectador sem nenhum aviso, quase desconexa ao resto da história, escancarando uma realidade completamente pesada, causando uma sensação de soco no estômago enorme e um extremo mal estar.
Avranas constrói uma direção corajosa, que se mostra bastante segura, se utilizando de um jogo de câmeras que consegue causar no espectador a sensação de estar no dia-a-dia da família, junto de uma fotografia maravilhosamente desbotada e um roteiro com poucos diálogos. Silenciar sobre temas como esse, é fechar os olhos e negar que coisas assim acontecem e são uma realidade mais comum do que se pensa.
Recomendado para se assistir uma vez só.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraSem querer ser do contra e tal, o trailer também me emocionou bastante, mas... sei lá, não me agrada tanto que dentre toda a história desse homem magnífico, parte de sua biografia seja focada em um romance que acabou em um divórcio litigioso. Claro que o fato de ter acabado não significa que não foi real, mas esse não deveria ser o tema central. (Hollywood e sua mania de enfatizar relações românticas ao redor de qualquer história)
Penso que seria de muito mais importância e relevância para o roteiro se o foco fosse direcionado a pesquisa cosmológica brilhante que Hawking conseguiu, enquanto o mesmo estava em tratamento de sua doença, e o conhecimento extraordinário nos campos da relatividade geral. Enfim, o que temos por agora é só um trailer e algumas especulações, e eu realmente torço pra que tenham conseguido encapsular a essência de uma das maiores mentes de uma geração
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraLevando em conta que o filme tem como base de roteiro uma falácia científica ridícula, eu espero no mínimo boas cenas de ação.
A Grande Vitória
2.5 116Quem concedeu o drt de ator a Caio Castro, só podia estar louco!
Ouija: O Jogo dos Espíritos
2.0 983 Assista AgoraJumanji 2
Orange Is the New Black (1ª Temporada)
4.3 1,2K Assista AgoraSofrendo de tanto shippar Pollicial Bennett e Dayanara / Piper e Alex ♥
Monstros
4.3 509 Assista AgoraConsiderar Freaks um filme de terror é no mínimo muito preconceito. Desculpe, mas realmente não consegui enxergar terror aí, somente um drama encantador, acompanhado de uma crítica extremamente atemporal, social e humanista. Browning afundou com a própria carreira pra nos deixar essa obra prima, que apesar dos anos é incrível como continua contemporânea. Sem dúvida deve ser preservada.
O Passado
4.0 294 Assista AgoraPodia jurar que era a Kristen Stewart nesse pôster. O.o
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KAs três estrelas vão todas para o tigre em 3D. Desculpa, mas aquele pensamento barato dele não me convenceu. Achei apelativo, puxando pro lado religioso demais.
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraSobre Rick ter mandado Carol embora...
Rick mandou Carol embora porque é um líder hipócrita que ignora o próprio histórico de violência e as pessoas que ele matou, como argumento ele usa o fato de que essas pessoas não faziam parte do grupo dele, mas por isso deixam de ser pessoas?! Ficou óbvio que a Carol se preocupou com o bem do grupo ao matar a Karen e o David.
Pessoas são pessoas. Elas não têm mais valor ou deixam se ser uma ameaça só porque você as ama ou as conhece. Carol entendeu isso. Não é diferente do Shane, ou daqueles dois que ele matou no bar, ele não sabia que aqueles homens fariam mal ao grupo. Ele assumiu que eles fariam e agiu em cima dessa crença. A Carol fez a mesma coisa. Não há diferença. Sem falar no Carl, que matou o garoto na floresta a sangue frio, mas tudo bem porque é filho dele então homicídio não se torna algo tão grave. A verdade é que Rick usa as pessoas quando lhe é conveniente e sempre foi assim, tá sendo assim com o Daryl, no qual ele nem pensou quando mandou Carol embora, ele sabia que ela era importante pro Daryl.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraForçado, forçado e forçado! Argh, me deu nos nervos! Chloë simplesmente não gera a empatia automática que a personagem pede. Pelo contrário, mostra inclusive fisicamente que é perfeitamente capaz de cuidar de si mesma. Carrie é frágil e vulnerável, e não senti em nenhum momento isso na Chloë.
Se Enlouquecer, Não se Apaixone
3.8 1,7K Assista AgoraAchei bem vazio, pra falar a verdade. Gosto bastante de temas relacionados a problemas emocionais, mas esse não conseguiu me passar muita coisa. Porém, ver a atuação de Zach Galifianakis fora das comédias foi bem interessante. Só achei essa nota aí alta demais.
Nove Canções
2.6 384Talvez a intenção do diretor tenha sido justamente se utilizar do pouco diálogo pra retratar as relações interpessoais, como de fato muitas vezes são. As imagens mostram o que tem que ser visto, e mostram isso de uma forma crua e real. Muita gente passa a vida inteira e não consegue chegar no nível de intimidade daquele casal. Sexo é a coisa mais natural do mundo, e talvez esse não seja sobre amor, percebi muita solidão, mas é lindo. E sim, tem seu lado poético.