"O Jogo que Mudou a História", nova série da plataforma de streaming do Brasil.
José Júnior resumiu sua trama: "O Rio de Janeiro tem mais de mil áreas deflagradas. O 'Jogo' é uma série que conta como surgiram os grupos armados. Surgem em 1979. A Falange Vermelha foi a primeira. Além desse surgimento, falamos das grandes guerras. Uma série que tem 12 protagonistas, 70% do nosso elenco é preto. Gravamos em todas favelas reais. Na Tavares Bastos, Vigário Geral, Parada de Lucas, no Dique, na Rocinha. A trilha sonora é feita de forma customizada. A nossa tem predominância de samba rock, funk, MPB. Uma pegada muita preta e nordestina. Há uma série de sotaques. Gravamos em dois presídios reais: o Complexo da Frei Caneca, já fechado, e o do Bangu 1, que está ativo. Orgulho em mostrar a história do ponto de vista do preso, da população, do agente penitenciário. Normalmente nesses filmes é mostrada a história sob o ponto de vista da polícia ou do jornalista, não do protagonista real. Minhas referências foram as histórias que eu ouvia. Não li livro algum, não tive referência. É uma série que vai impactar bastante quem vai assistir", adiantou.
Alli Willow comentou sobre sua personagem: "Faço uma freira e ela é minha grande personagem. Foi uma paixão minha. A gente foi muito impactado pela série e pela preparação. A gente mergulhou em muitas histórias. São fios de muitas realidades diferentes. Ela é inspirada na Irmã Doroty. Tivemos experiências que incorporamos no projeto. Nunca tive uma preparação comparável com a que tive neste trabalho".
Babu Santana comentou sobre a importância da série: "Faço o Houfman, um dos líderes da tomada de Ilha Grande. Estou muito feliz. Um personagem muito complexo. É duro e ao mesmo tempo carismático. Só aceitei fazer esse tipo de personagem porque era projeto do José Júnior. Estávamos precisando de um preto periférico contando uma história assim. Tem um olhar de dentro de quem morou na favela e de quem viveu essa situação, o que é muito importante. Vi o AfroReggae nascer e poder estar caminhando ao lado dele é incrível".
Bukasssa Kabengele complementou: "Tive o convite para viver o mestre, um dos líderes fundadores do Comando Vermelho. É uma série que não só conta toda a complexidade do narcotráfico, mas como as pessoas são desconsideradas. E é uma série que aceita os sotaques. Mestre Osevam tenta reconstruir sua família e sua dignidade, embora a sociedade não permita".
Fabrício Assis também falou sobre seu papel: "Tive a honra de fazer o Renatinho. Sou apaixonado por esse personagem. A série traz o ponto de vista de todo mundo e o Renatinho é morador. Ele se vê no meio daquela guerra na infância e tem uma infância interrompida. Ele vira refém da situação. O pai dele era chefe do morro. E a gente que mora da favela acaba vivendo isso mesmo. A série mostra a situação do ponto de vista do morador, de quem está na cadeia e de onde a pessoa não vai sair socializada porque o sistema penitenciário não é justo".
Jailson Silva se emocionou quando analisou seu personagem: "É um policial que luta após sair da prisão. Me vejo no personagem porque o Belmiro tem 45 anos, a mesma idade que eu fiz a gravação. É um projeto que vai conquistar o mundo e é um grande privilégio ter feito parte desse projeto que não vai só me representar, como vai representar o Brasil em geral. Foi uma honra fazer um projeto tão grandioso. Vim preparado para estar neste projeto. Ansioso pela estreia".
Jonathan Azevedo lembrou sobre a importância da preparação do elenco: "Tivemos todo um preparo. Um diretor incrível, roteirista maravilhoso, uma preparadora fantástica. E pessoas que me inspiraram no elenco, além da galera que me acolheu. Vivo um personagem que realmente existiu. Gilsinho é um cara que mistura o intelecto e a paixão que o Jonathan têm como pessoa. Todo mundo que fez parte desse projeto deixou parte de sua vivência para o povo ver esses Brasis do Brasil".
João Fernandes não escondeu sua animação: "Interpreto o Binho e essa história permeia oportunidades. Ao longo da minha caminhada artística, nunca vivi nada igual. Por mais que seja uma série que tenha muitos personagens reais, sinto que é uma ode a muita gente sem nome. A gente vai dar uma visão do que essas pessoas viveram. A visão de quem está de dentro. Não é uma coisa do policial ou do jornalista, é do povo. Tudo o que acontece caminha para o futuro dos jovens periféricos. Um prazer poder ter contado essa história com essa relevância".
Pedro Wagner contou um pouco de seu personagem: "Faço o Amarildo nessa colcha de retalhos sobre coragem. É o presidente da associação de moradores. Um imigrante que saiu de um lugar com um apagamento muito grande e vai parar em uma comunidade. Eu me sinto extremamente agradecido. É o personagem da minha vida. Nem em mil vidas conseguirei agradecer ao José Júnior por esse presente. Tem muito da minha ancestralidade nesse papel. Espero que as pessoas se apaixonem por essa história".
Ravel Andrade analisou a realidade que a série retrata: "Foi um projeto muito forte para todo mundo. A preparação foi uma grande transformação na minha vida. A preparadora Fátima Domingues misturou pessoas reais com ex-agentes, atores, enfim, muitas pessoas. O nosso grande ouro está na junção dessas pessoas, na simbiose criada. Levo para minha vida. Meu personagem Egídio é um jovem de classe média alta que sai com o carro do pai, atropela uma menina e a mata. Ela é filha de um coronel que bota ele no presídio de Ilha Grande. A série se passa nos anos 70, época da ditadura. O personagem está ali para mostrar a rapidez com que o sistema carcerário transforma uma pessoa em criminoso. E isso com uma pessoa sendo branca de classe média porque com o negro é ainda pior e mais cruel".
Samuel Melo fez um resumo sobre o seu personagem: "Gegê é um moleque de favela que tem um grande sonho em ser jogador de futebol. Eu também tentei esse sonho e tenho uma sensibilidade muito grande com esse personagem. Quero agradecer essa oportunidade e torço para que o público fique encantado. O jogo que vai mudar a história do Brasil assistindo a essa série".
"O Jogo que Mudou a História" terão dez episódios.
‘Ervas Secas’ é obra-prima sobre existência humana à deriva!
Filme do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, 'Ervas Secas', premiado no Festival de Cannes, mergulha sem pressa no absurdo de vidas aparentemente desimportantes.
Quando nos deparamos com Samet pela primeira vez, o protagonista solitário do drama Ervas Secas, do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, é impossível não sentir o peso de sua desolação. Abandonado em um lugar que parece estar no meio do nada, ele enfrenta a neve profunda e o uivo do vento, sem uma alma à vista. O retorno ao trabalho após as férias de inverno só intensifica sua angústia, pois ele volta para um emprego que despreza em uma pequena vila isolada que detesta. Ao longo das próximas três horas do filme, essa miséria existencial raramente dá trégua, deixando-nos a imaginar quantos outros serão arrastados junto com ele.
Ceylan, o renomado cineasta cujo filme Sono de Inverno, de 2014, foi laureado com a Palma de Ouro em Cannes, tem uma habilidade singular para retratar indivíduos desiludidos lutando contra o desespero, enquanto as circunstâncias sombrias em que estão inseridos são contrastadas pelas paisagens deslumbrantes da Turquia, com a beleza ao redor quase zombando de sua dor. No entanto, mesmo dentro do impressionante corpo de obra de Ceylan, Ervas Secas se destaca como um mergulho no abismo da complexidade humana, apresentando um protagonista que, ao final, é difícil de ser redimido. Essa verdade pode não ser evidente de imediato, mas se torna inescapável conforme a história se desenrola.
Interpretado por Deniz Celiloğlu, excelente, Samet reside em İncesu, uma comunidade sonolenta e empobrecida no leste da Anatólia, onde ensina arte na escola local ao lado de seu companheiro de casa, Kenan (Musab Ekici). Com apenas um semestre restante antes de completar seu mandato obrigatório de quatro anos, ele anseia pela transferência para a vibrante Istambul, ansioso para escapar de um lugar que ele considera nada além de um fosso de desesperança.
Existem algumas pequenas consolações em sua existência. Samet se encanta por Sevim (Ece Bağcı), uma aluna inteligente com quem compartilha uma conexão especial. No entanto, a dinâmica entre eles logo se torna mais complicada, com flertes sutis e presentes trocados, tudo deixado pairando no ar como um segredo não dito. E como todos os segredos, este terá suas consequências.
Mas a história de Samet não se resume apenas a Sevim. Ele também conhece Nuray (Merve Dizdar, melhor atriz no Festival de Cannes 2023), uma colega professora com quem tem um encontro às cegas. A interação entre eles é amigável, porém reservada, e logo descobrimos que Nuray carrega consigo as cicatrizes de um passado doloroso, incluindo a perda de sua perna direita em um ataque terrorista. Enquanto Samet se vê envolvido em um triângulo romântico tenso entre Sevim e Nuray, suas próprias motivações e desejos se tornam cada vez mais difíceis de decifrar, ou aceitar.
À medida que mergulhamos mais fundo na psique de Samet, percebemos que ele é um homem atormentado por suas próprias incertezas e desejos contraditórios. Ele busca controle sobre sua vida em um mundo que parece determinado a mantê-lo preso em um ciclo de desespero e desilusão. E conforme o filme avança, testemunhamos suas tentativas desesperadas de encontrar redenção e significado em meio ao caos de sua existência.
O trabalho de Ceylan ganha vida na tela grande, onde as vastas paisagens da Anatólia proporcionam o cenário perfeito para os dramas pessoais de seus personagens. Filmado com maestria por Cevahir Şahin e Kürşat Üresin, cada cena é uma obra de arte em si mesma, com cada detalhe cuidadosamente elaborado para transmitir a angústia silenciosa de Samet e seus companheiros.
E assim como as fotografias capturadas por Samet ao longo do filme, Ervas Secas nos convida a contemplar a complexidade da condição humana, explorando temas de solidão, desespero e redenção. No final, somos deixados com uma sensação de ambiguidade, sem respostas fáceis ou soluções simples. Pois, assim como Samet, cada um de nós está lutando para encontrar nosso lugar neste mundo, perdidos nas vastas planícies das nossas próprias existências e insignificâncias.
‘Late Night With the Devil’ diverte e assusta enquanto critica a televisão!
Em estilo found footage, o filme de horror 'Late Night With the Devil', dos diretores australianos Cameron e Colin Cairnes, explora um episódio maldito de um talk show nos anos 1970.
Ao menos desde Poltergeist (1982), de Tobe Hopper, e Videodrome (1983), de David Cronenberg, a televisão foi apropriada enquanto um objeto que pode ser conectado ao sobrenatural e ao maligno. A tecnologia nascente – por conta tanto de seus elementos físicos marcantes (como a estática) quanto por seu poder de persuasão – sempre pareceu um dispositivo capaz de servir de portal para o que havia de mais obscuro.
Ainda não lançado no país, Late Night With the Devil, dos diretores australianos Cameron e Colin Cairnes, tem gerado uma ótima repercussão entre os fãs do gênero ao fazer uma espécie de homenagem não apenas a esses filmes, mas à televisão produzida nos anos 1970 e aos programas em estilo talk show. Mas, diferente dos filmes de que, aqui o foco está na produção dos programas (e não em sua recepção), mas, sobretudo, nas consequências do já pungente sensacionalismo televisivo.
A proposta de Late Night With the Devil é se enquadrar enquanto um found footage. Há uma fita que foi encontrada que mostra um episódio do programa Night Owls de 1977, capitaneado pelo apresentador meio canastrão Jack Delroy (David Dastmalchian, de Duna, que está excelente no papel). O episódio, exibido durante o Halloween, é maldito: sabe-se que algo muito terrível ocorreu naquela noite.
Contudo, o que vai ocorrendo – e que não cabe contar aqui para não estragar a experiência – é eletrizante. Em cerca de 90 minutos, a obra dos irmãos Cairnes convence e nos envolve em um único fôlego do início ao fim.
Uma homenagem (horrenda) à televisão
Categorizado entre o horror e a comédia, Late Night With the Devil é desses raros filmes que conseguem aproximar gêneros improváveis de uma forma original. É engraçado por razões difíceis de precisar, sem nunca arrancar gargalhadas – o chiste está na paródia bem feita à estética dos anos 1970 e na crítica elegante que carrega aos excessos televisivos em prol da audiência.
Jack Delroy, no momento de produção de seu programa, está em baixa: parece condenado a sempre permanecer na vice-liderança, atrás do programa de Johnny Carson. Mas, como quase todo apresentador de programas populares, Delroy parece propenso a fazer qualquer coisa para salvar o show. Ao lado de seu produtor nebuloso (Josh Quong Tart), ele dá a sensação de ser daqueles tipos capazes de vender a mãe caso isso renda uns pontinhos de IBOPE.
David Dastmalchian está excelente como o apresentador Jack Delroy.
Para tentar bombar no Halloween, eles investem em um filão que costuma ir bem nesse tipo de atração: o sobrenatural (o que faz lembrar, por exemplo, nos tantos programas dominicais que levaram médiuns ao antigo local do presídio do Carandiru para ouvir espíritos). E, como o título já entrega, isso pode significar, no Night Owls, um “convite” ao diabo.
Os cenários iluminados de um estúdio de televisão, por incrível que pareça, podem ser mais assustadores que os ambientes soturnos típicos de filmes do gênero. Entram então no palco desse programa maldito personagens tão bizarros como risíveis, como um médium árabe capaz de se conectar com os mortos (o ator libanês Fayssal Bazz), um sujeito meio “Padre Quevedo” que se dedica a desmentir fraudes (Ian Bliss) e uma parapsicóloga (Laura Gordon) que salvou uma menina de uma possessão demoníaca (Ingrid Torelli, assustadora).
Talvez toda a ideia não seja exatamente original, assim como filmes que criticam o sensacionalismo televisivo não são uma novidade. Mas Late Night With The Devil prova uma verdade: quando bem executada, até uma trama meio batida pode gerar um bom filme.
Segunda temporada de "Encantado`s" mantém as qualidades da primeira.
Em meio ao sucesso da primeira temporada de "Encantado`s" na televisão por assinatura --- cuja estreia foi em novembro de 2022 e a exibição na televisão fechada entre maio e junho de 2023 ---, uma segunda já tinha sido encomendada e estreou na plataforma de streaming do Brasil em março deste ano. A receptividade do público seguiu em alta e sua entrada na grade da tevê aberta se deu em pouco mais de um mês ---- um intervalo muito menor. E dá para entender todos os motivos para o êxito da série.
Na primeira temporada, o público conheceu o funcionamento do mercado e da agremiação Joia do Encantado, que dividem o mesmo espaço no estabelecimento da família Ponza, em uma mistura de personagens apaixonados por ambos. De dia, é Olímpia (Vilma Melo) quem administra o comércio, sucesso entre os moradores do bairro, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quando anoitece, é hora de arrastar as prateleiras e abrir espaço para o samba, a maior inspiração na vida de Eraldo (Luis Miranda). E é encarando as adversidades e levando o dia a dia com leveza que esses irmãos mantêm a união para tocar os negócios herdados pelo pai, Geraldo Ponza, também interpretado por Luis Miranda. Depois do desfile apoteótico que emocionou a avenida, Olímpia, Eraldo e toda a turma enfrentam novos desafios. Se a disputa entre os irmãos foi a base da primeira temporada, agora, sem deixar de lado os conflitos da dupla,
que passa pela sobrevivência dos seus empreendimentos para contornar os resultados negativos dos investimentos frustrados que fizeram, as relações familiares ganham diferentes camadas e histórias dos personagens que vivem no entorno dos protagonistas são aprofundadas. Mergulhando nas novidades da temporada, no mercado, Maria Augusta (Evelyn Castro), influencer digital e a mulher de Eraldo, salva o "Encantado`s" da falência e se autoproclama como gerente, sendo mais um problema para a cunhada, Olímpia. Já no bairro, a vilã da vez é Dalva (Eliane Giardini), que ocupa o lugar de Madurão (Tony Ramos), com objetivos que vão muito além da mera compra do terreno dos Ponza. Após ter aprontado com Eraldo e quase levado a Joia do Encantado ao rebaixamento no último episódio da primeira temporada, Madurão é rechaçado por Marlene Ponza (Dhu Moraes). A matriarca da família não aceita as desculpas do bicheiro, que acaba ridicularizado pela comunidade. Mas antes de ser enviado para um ponto menor, o mandachuva consegue articular sobre quem o substituirá na contravenção: entra em cena Dalva. A princípio, a chegada da mãe de Ceroto (Leandro Ramos) parece trazer alívio cômico para a série, mas as aparências enganam. O curioso é que Tony precisou se afastar da segunda temporada por conta das gravações intensas de "Terra e Paixão", onde vivia o temido Antônio La Selva. E Eliane Giardini, além de tê-lo substituído, ainda conseguiu emendar com a novela de sucesso de Walcyr Carrasco e, na pele da perversa Agatha La Selva, fez um trio grandioso com Tony e Gloria Pires (Irene La Selva). No primeiro episódio da segunda temporada, Tony e Eliane contracenaram brevemente, o que causou a lembrança imediata do folhetim das nove.
A série fala de afetos, relações e superação com uma mistura competente de humor e leveza. Desta vez, além do núcleo familiar dos Ponza, a cada episódio ficam evidentes um pouco mais das relações e características das figuras que compõem tanto o supermercado como a Joia do Encantado. Com um elenco repleto de talentos, o caminho para a expansão desses personagens foi algo esperado e merecido. Há um foco na relação de Melissa (Ramille) e Ponza, além da nova relação de Melissa com Pedro (Dhonata Augusto). O agora namoro entre Flashback (Digão Ribeiro) e Pandora (Dandara Mariana) e uma espécie de trégua nos embates entre os irmãos Olímpia e Eraldo diante de Maria Augusta, que não deixa de ser um problema em comum, e até uma crise na dupla formada por Eraldo e Leozinho (Augusto Madeira). Também há uma boa sacada em abordar como é a rotina da comunidade nos meses em que não há nada sobre Carnaval.
A sintonia entre Vilma Melo e Luis Miranda reflete bem o clima gostoso da série e Evelyn Castro segue como um dos pontos altos do elenco. Mas é até injusto destacar apenas alguns porque todos esbanjam talento e os personagens são carismáticos. Luellem de Castro diverte através do péssimo humor de Ana Shaula, Ludmillah Anjos traz toda a sua luminosidade para Crystal, Digão Ribeiro imprime uma pureza bonita demais ao Flashback e a entrada da maravilhosa Eliane Giardini e do ótimo Romeu Evaristo (Tião) deixou o time ainda melhor. Ainda merecem elogios Augusto Madeira, Dandara Mariana, Dhonata Augusto, Ramille, João Côrtes (Celso), Neusa Borges (Tiia Ambrosia) e Dhu Moraes. Vale citar também as deliciosas participações, como Clara Moneke revivendo a Kate de "Vai na Fé", Fabíula Nascimento, Paolla Oliveira, Késia, Welder Rodrigues, Tia Surica, Urias e até Regina Rouca.
"Encantado`s" ---- com direção artística de Henrique Sauer e direção de Nathalia Warth e Naína de Paula ----, manteve as qualidades da primeira temporada na segunda e já tem uma terceira em andamento. Fruto do sucesso de uma história simples e desenvolvida com amor pelas autoras e criadoras Renata Andrade e Thais Pontes, que contam com a colaboração de Antonio Prata, Chico Mattoso e Hela Santana.
Impressionante como não acontece NADA nessa novela. Semanas e semanas passam e tudo segue exatamente na mesma, onde até os diálogos se repetem. E a Globo jurou que seria um sucesso baseada no resultado de 31 anos atrás. Caiu do cavalo.Bem feito.
O terceiro filme de uma série pode ser um sucesso ou um fracasso. Há uma onda de “uau, chegamos até aqui?” por parte dos cineastas e uma onda de “Não acredito que eles estão fazendo outro” no público e, compreensivelmente, os cineastas e estúdios tentam ver se conseguem levar a série em uma direção diferente na finalização de uma trilogia. O problema é que, com essa mudança, embora entre em jogo certa admiração pelo risco, a mudança de rumo pode muitas vezes desperdiçar ou diminuir o que já foi construído a partir dos filmes anteriores e solidificar a decisão do cinéfilo de não procurar mais filmes daquela franquia. Aconteceu com a franquia Brinquedo Assassino e a franquia Halloween e, infelizmente, acabou acontecendo com Mad Max. A série, que começou com um filme de baixo orçamento mas bem realizado, conseguiu seu sucesso no segundo longa. O primeiro filme pegou o básico do cinema de ação e construiu o início de uma história distópica assustadora, embora um tanto leve e sem grandes momentos memoráveis. Sua sequência, no entanto, acelerou, trazendo um grande investimento em ação e cenários, afirmando formalmente o personagem titular de Mel Gibson como um herói importante do gênero de ação. O terceiro filme, Mad Max - Além da Cúpula do Trovão, faz uma abordagem no estilo Retorno de Jedi para a sequência, suavizando-a tudo, acabando com a violência do segundo filme, decorando-a com fantasias, tentando algo completamente diferente e, por fim, deixando reações extremamente divididas entre o seu público. O que antes era uma série sobre suspense e desordem no meio do nada se transformou em um filme que segue a fórmula de um épico ou de um conto de guerreiro clássico mas com pouco efeito. Além da Cúpula do Trovão se transforma em um filme de fantasias bobas e coisas que mastigam cenários, em vez de capitalizar o que tornou a franquia tão única e, muitas vezes, tão hipnotizante. Gibson retorna no papel titular, desta vez exilado no deserto por Aunty Entity (Tina Turner), a governante de Bartertown. Enquanto vagava pelo deserto, novamente tentando permanecer vivo e alerta em um mar de caos e desordem, Max se depara com o local da queda de um Boeing 747. As pessoas dentro do avião são membros de um culto de carga melanésia, muitos dos quais são crianças. Depois de proteger os aldeões do filme anterior, Max se confronta para tentar manter a ordem entre as pessoas e protegê-las, especificamente as crianças, dos perigos das gangues que espreitam no deserto. (Filme de ação cheio de crianças nunca dão certo). Mad Max - Além da Cúpula do Trovão parece um filme que conseguiu escapar do controle de George Miller e realmente escapou, já que o filme teve 3 roteiros diferentes e dois diretores foram creditados. O filme parece ter sido sequestrado pelas forças maiores de Hollywood, que, por sua vez, minimizaram toda a violência, recusaram temas mais sombrios e criaram um filme muito mais preocupado com a representatividade das pessoas do que com os perigos que espreitam no deserto. Isso seria compreensível se o filme não estivesse sobrecarregado por uma sensação geral de desconexão total com os filmes anteriores. Pouco interesse humano pode ser obtido desses personagens, e Max sente como se tivesse transcendido o reino de ser um enigma para um personagem completamente artificial, sem peso, e sem seus dilemas que tanto o atormentam, além de extremamente caricato, especialmente quando vestido com aquelas fantasias ridículas. Essa direção diferente do filme, equipado com cenas mais "alegres", até meio "Disney", totalmente distintas dos dois projetos anteriores. Faz o filme parecer o tempo todo um suspense de baixo risco, especialmente na parte intermediária do filme; em nenhum momento sentimos um perigo verdadeiro na história. Existem alguns momentos legais no longa, graças ao carisma de Mel Gibson, mas é apenas isso; sem a presença do astro, esse filme seria ainda mais esquecível. Finalizando, Mad Max - Além da Cúpula do Trovão sofre sob o peso de suas próprias ambições e ideias, criando efetivamente algo a partir de uma propriedade original que não existia para começar. Tenho certeza de que se você dissesse ao Max do primeiro filme que ele acabaria nas situações em que se encontra neste filme, ele riria de você.
Só para vocês terem uma ideia, o governo decide revelar que existe vida em outros planetas, e mais que isso, mostra provas dos contatos com outras civilizações. Vocês já imaginaram a confusão que isso iria causar só com as religiões no planeta? Os conflitos, fanatismos e muito mais.
E só citando as religiões, sem falar nos possíveis colapsos econômicos, militares e todo um caos que poderia acontecer.
O pavo é facilmente manipulado em uma eleição, fazem loucuras por política, viram verdadeiros fanáticos, às vezes até criminosos, imaginem a reação popular em algo tão grandioso.
Sem duvidas, first blood foi o mais autentico e visceral de todos.
Amo o herói Rambo revelou o lado do soldado que voltou da guerra sofrido e desamparado pelo governo e comunidade. Amo a trilogia Rambo!!
"Nada acabou, senhor, nada. Não se consegue desligar. A guerra não era minha; você me chamou, não pedi para ir. Fiz o que tinha que fazer para vencer, mas não deixaram a gente ganhar; e eu volto para o mundo e vejo aqueles babacas no aeroporto protestando, me chamando de assassino de bebês e todo tipo de baboseira. Quem são eles para protestar contra mim; quem são eles? Se estivessem na minha pele pelo menos saberiam porque estavam gritando. Para mim a vida civil não é nada. No campo poderia pilotar um helicóptero, dirigir um tanque, comandava equipamentos de 1 milhão de dólares, aqui eu não consigo arrumar uma porcaria de um emprego de frentista de posto de gasolina." A cena, na minha opinião, a mais emocionante do filme... Pesado
O livro é bem bacana, a adaptação vale apena. Considero uma das melhores obras sobre "traumas de guerra".
Em outro sentido de ironia do filme, uma cena no escritório de Teasle mostra que ele possui uma caixa sombria com medalhas, o que significa que ele também é um veterano. Não se sabe por que Teasle mostraria tal preconceito em relação a Rambo, embora uma explicação possa ser que é provável que a visão original de Teasle sobre os veteranos não fosse a de homens desempregados e desalinhados como Rambo, mas sim a de homens bem-vestidos voltando para casa após a Guerra da Coréia (1950-1953) e que imediatamente conseguiu empregos, o que contribuiu para a década de 1950, um dos tempos económicos mais vibrantes da história americana, enquanto outra explicação é o ciúme rancoroso de veteranos da Guerra do Vietname como Rambo sendo mais publicamente enfatizado em veteranos da Guerra da Coreia como o próprio Teasle.
O diretor americano de origem síria Moustapha Akkad filmou o filme "A Mensagem" para explicar que o Islã é uma religião de tolerância e paz. Em 2005, o hotel em que ele se hospedou na Jordânia foi atacado por uma organização terrorista islâmica, e o diretor e sua filha perderam a vida!
Essa série é muito boa, não se brinca com choradeiras ou para Gerações de Cristal.
É cruel? Sim, pois é direta e com clareza.
Quando um humano é transformado em Hellspawn, o seu corpo mortal fica na Terra e a sua alma recebe um novo corpo feito em parte da essência demoníaca do Senhor Infernal que o cria, mas em grande medida é criado a partir de uma substância chamada Necroplasma, que é parasitária, empática e um potente gerador de energia mágica. O necroplasma reage à mente e ao ego do sujeito e recria um corpo poderoso que emana uma aura maligna, que então alimentará os poderes do hospedeiro e nutrirá o seu fato, embora seja um poder limitado e se desgasta a menos que a cria absorva aura maligna de lugares e seres afastados da bênção celestial. No entanto, este processo de recarga literalmente apodrece a alma que outrora a originou e transforma progressivamente a cria num demónio.
Suas habilidades ainda são limitadas e possuem fraquezas. A luz e o fogo de Deus enfraquecem-no e podem feri-lo. A zona morta, um pedaço do céu no mundo, desativa seus poderes, o mesmo quando toca em um ser celestial de alto nível.
Aposto que este vídeo não vai ter curtidas nem nada, porque Spawn tem medo das Gerações de Cristal?
Preferem um Superman que dá muito 🥱🥱🥱
Eu prefiro um roteiro como Spawn, pena que a 🎥 não bateu muito e eles tinham um bom ator Michael Jai White.
𝐌𝐨𝐨𝐧𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 é uma série de televisão norte-americana, exibida nos Estados Unidos em 2007 pela rede CBS, no Brasil pela Warner e SBT em Portugal pela FOX. A série foi cancelada em 2008, após uma só temporada.
𝙎𝙞𝙣𝙤𝙥𝙨𝙚: O enredo gira em torno de vampiros.
O protagonista é Mick St. John (𝐀𝐥𝐞𝐱 𝐎’𝐋𝐨𝐮𝐠𝐡𝐥𝐢𝐧), um detetive particular ao estilo noir, que descreve seus pensamentos enquanto se envolve em casos exóticos. Ele se tornou vampiro há mais de meio século, em 1952, quando foi mordido pela vampira Coraline (𝐒𝐡𝐚𝐧𝐧𝐲𝐧 𝐒𝐨𝐬𝐬𝐚𝐦𝐨𝐧). Ela era sua noiva e o transformou no dia do casamento. Mick a abandonou com raiva e repulsa, mas nunca se viu livre dela, que ainda o ama.
Muito da mitologia dos vampiros é deixado de lado: eles podem andar sob a luz do Sol, embora não por muito tempo, não morrem com estacas (só ficam paralisados) ou água benta e são neutros quanto ao alho. Já no piloto da série, Mick encontra uma pessoa do passado, Beth Turner (𝐒𝐨𝐩𝐡𝐢𝐚 𝐌𝐲𝐥𝐞𝐬), uma jornalista que ele salvou da sua esposa maligna há vinte e dois anos e pela qual se apaixona. O elenco principal se completa com o mentor de Mick, Josef (𝐉𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐃𝐨𝐡𝐫𝐢𝐧𝐠), um vampiro sarcástico e centenário.
Em 𝐌𝐨𝐨𝐧𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭, aborda-se a concepção de vampiro do Ocultismo, em que o personagem absorve energia vital. Essa energia está presente no sangue e é descrita em antigos textos místicos. Já no piloto, um professor de Antropologia diz que somos todos vampiros, pois começamos nossas vidas nos alimentando do sangue materno e, adultos, buscamos recuperar essa agradável, quase religiosa sensação de beber sangue.
O seriado é produzido por 𝐃𝐚𝐯𝐢𝐝 𝐆𝐫𝐞𝐞𝐧𝐰𝐚𝐥𝐭, co-criador de Angel. De acordo com o The Hollywood Reporter, Moonlight se avizinha como uma das mais interessantes séries sobrenaturais dos últimos anos. Basicamente, o protagonista investiga um caso por episódio e sua companheira, sabendo que ele é um vampiro, passa a ajudá-lo. Coraline, que nunca desistiu de Mick, reaparece no meio da primeira temporada.
Uma série que poderia muito bem ter tido mais temporadas, mas que infelizmente foi cancelada muito cedo - 📺
Manuela dias recebeu a missão de escrever uma nova temporada de "Justiça", após o sucesso da série exibida pela Globo há 8 anos. A autora criou quatro novas histórias que se interligam, repetindo o formato original, e manteve apenas uma personagem da história de 2016. A trama teve uma imensa repercussão na época e foram vários elogios. No entanto, apesar do saldo muito positivo, a produção teve problemas visíveis no desenvolvimento. E as incongruências da narrativa se agravaram em "Justiça 2".
O novo enredo chegou ao fim no Globoplay nesta quinta-feira (23/05), depois da liberação dos quatro últimos episódios, fechando o ciclo com um total de 28 capítulos. A sinopse da série resumiu bem o drama dos protagonistas. O motoboy Balthazar (Juan Paiva) é preso injustamente após ser reconhecido como assaltante do restaurante Canto do Bode em um catálogo digital de suspeitos da polícia. Violentada pelo tio na adolescência, Carolina (Alice Wegmann) muda de cidade para se distanciar da situação. Quando volta para Ceilândia (DF), revive traumas do passado e decide denunciar seu abusador. Renato (Filipe Bragança), um traficante de classe média, se muda para a comunidade do Sol Nascente. Com seu som alto ligado 24 horas por dia, passa a entrar em conflito com as vizinhas Geíza (Belize Pombal) e Sandra (Gi Fernandes). Em um momento de desespero, Milena (Nanda Costa) rouba um carro e acaba presa por um crime que não cometeu. Das quatro histórias, a única que não deu para engolir desde o primeiro ato foi a de Milena. A autora subestimou a inteligência do público do primeiro ao último minuto daquele enredo. O objetivo era claro: formar um casal lésbico sem sofrer a censura da televisão aberta. E a química entre Paolla Oliveira e Nanda Costa foi visível. Mas só química não sustenta uma trama.
Não precisava ter sacrificado tanto a lógica para a paixão das personagens. Milena ter roubado um carro e esfaqueado o motorista apenas para usar a bateria do veículo como gerador --- para a sua mãe não perder os salgadinhos em sua geladeira --- foi o suprassumo do ridículo. E todos os acontecimentos posteriores deixaram o contexto ainda pior, incluindo três assassinatos que desafiaram a racionalidade de qualquer um. Tudo sobre o núcleo já foi analisado em uma crítica anterior (que você pode ler aqui: Trama de Milena em "Justiça 2" faz o público de idiota).
Já as outras três tramas prenderam a atenção graças ao desempenho visceral do elenco e ao contexto, que representa uma rotina triste da sociedade brasileira em cima do que acontece com o povo preto e mulheres vítimas de estupradores. No entanto, até mesmo as narrativas de Balthazar, Carolina e Geíza foram se perdendo ao longo dos episódios a ponto de também ultrapassarem a linha tênue da licença poética. É importante tomar cuidado na cobrança de verossimilhança na ficção porque toda obra tem seus furos, o que é compreensível e até 'perdoado' pelo público caso a história seja muito boa e bem estruturada. Mas no caso da série as situações estapafúrdias foram virando uma bola de neve.
O conflito que desencadeia todas as desgraças na vida de Geíza é bastante frágil. Um playboy jamais ficaria com um som ligado 24 horas em uma favela sem ser enquadrado pelo tráfico local. Ainda que ele estivesse dentro do 'esquema'. E como assim Geíza e Sandra decidem fugir do local do crime comprando passagens na rodoviária? A saída de Geíza da prisão, após sete anos, promoveu uma inversão de papeis com sua filha virando protagonista e ela coadjuvante. A lógica seria Geíza lutar pela sua inocência, uma vez que assassinou Renato em legítima defesa. Mas a personagem se viu diante de um esquema de lavagem de dinheiro, onde sua filha era a laranja. Tudo por culpa de Nestor (Marco Ricca), um político corrupto e responsável por 99% das maldades da série, o que também enfraqueceu a narrativa. O bom plot é a morte de Sandra, que assusta e surpreende. O telespectador não espera aquele desfecho. Mas o crime acontece por conta de uma situação forçada. Como pode Cassiano (Luciano Mallman), o sujeito que mais quer se vingar de Nestor, colocar as duas em um carro com um motorista que ele nunca viu na vida? E, após a outra desgraça que acomete a vida de Geíza, fica difícil comprar o romance que surge entre ela e Abílio (Danton Mello), pai do rapaz que ela matou. Até porque ele foi o responsável indireto pela morte de Sandra, já que compactuava com o esquema. Por mais que tenham se unido contra Nestor, é uma situação tão incômoda quanto a criada pela mesma autora em "Justiça", quando Elisa (Debora Bloch) se envolveu com Vicente (Jesuíta Barbosa), o genro que matou a filha dela.
A trama de Carolina começou muito bem e era a que mais instigava porque Jayme (Murilo Benício) foi preso pelas várias tentativas de estupro, após a denúncia da sobrinha. A omissão da família diante do crime ainda expunha uma dura realidade na vida de muitas mulheres e adolescentes. Mas, depois que Júlia (Júlia Lemmertz) acabou no hospital, o enredo começou a degringolar. Carolina decidiu virar garota de programa para pagar a conta do hospital particular que cobrava semanalmente pela internação. E seu único cliente era Nestor. A mãe acabou morrendo porque Jayme contou sobre a nova profissão de Carol, mas a personagem seguiu com o político. Após muitos encontros, o vilão se encantou pela garota, que virou uma espécie de amante fixa. A sobrinha de Jayme descobriu que foi ele o responsável pela morte da mãe e decidiu matá-lo. Então seduziu Nestor para que aprendesse com o cliente a atirar. Aprendeu, furtou a arma dele e armou um plano idiota. Ia matá-lo durante uma campanha feita para a pet shop de sua propriedade e depois fugiria. Simples assim. Kellen (Leandra Leal) descobriu e não permitiu que a burrice se concretizasse. Só que Carol aceitou uma carona do tio, que tentou violentá-la outra vez, mas não conseguiu porque a sobrinha provocou um acidente e fugiu.
E nem o drama de Balthazar escapou do amontoado de contrassensos. A saga do motoboy era uma das mais realistas diante de tantas situações que ocorrem com jovens negros no país. Porém, tudo começou a mudar quando a aliança com Cassiano foi firmada. Além do personagem ter perdido o destaque que tinha, passou a protagonizar situações esdrúxulas, como a cena em que o rapaz deduziu que Maria Eduarda (Helena Kern) entenderia um código de ligar apenas três vezes porque jogava um negócio chamado "Game 3" e por lá eles poderiam conversar sem serem grampeados por Nestor. A filha do corrupto se aliou aos dois para libertar a mãe, Silvana (Maria Padilha), da clínica em que acabou internada contra a vontade. Mas a tal aliança não teve qualquer resultado até a última semana da série. Para piorar, Larissa (Jéssica Marques) descobriu que o autor do assalto ao restaurante Canto do Bode foi o seu ex-noivo, Túlio (Breno da Matta). O crime que caiu nas costas de Balthazar só foi desvendado porque a garota reconheceu o tênis do sujeito, que ainda usava o par sete anos depois. Após ter sido desmascarado pela ex, o motoboy foi até Nestor e pediu autorização para matar Balthazar com a garantia de que não iria para a cadeia. A proposta foi aceita. E o que ele fez? Pegou um carro e atropelou o rival, que fazia entregas de bicicleta e usando um capacete. A tentativa de assassinato aconteceu no meio de uma avenida movimentada e na frente de uma multidão que acompanhava os ensaios de Milena. Outra sequência que desafiou os limites da lógica. O criminoso achou que não tinha câmera de tráfego na área? Que não teria testemunha? Fora que a cena do atropelamento foi tão fraca e mal realizada que nem o para-brisa do carro quebrou.
A autora tinha a chance de melhorar o saldo da trama com finais catárticos e estruturados. Mas não conseguiu. Os três últimos episódios pareceram um surto coletivo e apenas o fim de Balthazar se mostrou condizente com sua trajetória, uma vez que o motoboy viveu um verdadeiro inferno repleto de desgraças até o seu merecido final feliz com direito ao dinheiro da indenização pela sua prisão injusta e um bonito casamento com Larissa. Mas que ideia infeliz exibir o jornal com todos os desfechos no término de cada episódio. Era para ter a imagem apenas no último. O telespectador recebeu uma cuspida de spoilers na cara a ponto de arruinar qualquer surpresa dos demais desfechos e que não foram bons.
A solução que Carolina encontrou para se vingar de Jayme foi quase um plano infalível do Cebolinha, da "Turma da Mônica". Qual o sentido da personagem concluir que Darlan (Fábio Lago) surtaria com o sequestro da sua cachorra a ponto de assassinar alguém a sangue frio? E tudo funcionou direitinho por pura conveniência de roteiro. A personagem ainda traiu as duas únicas pessoas que a ajudaram em meio ao caos de sua vida. Seria muito mais lógico o Nestor ter sido usado por ela para matar o seu abusador. Aliás, a ex-prostituta roubou a arma dele e o sujeito mais esperto da trama não descobriu? Ele nunca mais a procurou por qual motivo? E por que o casamento de Carolina tinha acabado? Uma cena longa de 'DR' (Discussão de Relacionamento) foi exibida e não teve explicação para o mais importante. Eles reataram? Dividiram o dinheiro da indenização? Nada foi dito. Ao menos a última cena, quando Carolina mergulhou no mar para limpar sua alma ao som de "Triste, Louca ou Má", cantada por Maria Gadú, merece elogios.
Já o desfecho de Geísa e Abílio foi pior ainda. A mãe de Sandra deu seu apartamento para o chefe do tráfico para que o pai de Renato conseguisse fugir do presídio (o sujeito foi preso por conta de uma armação de Nestor). E os dois foram embora de ônibus sem um tostão no bolso, mas felizes pelo amor que criaram um pelo outro. Não teve vingança alguma ou justiça. Para que gravaram aquele vídeo de Nestor transando com Carolina se não teve qualquer serventia? Assim como aconteceu com Carolina, a punição do algoz do casal foi realizada por outra pessoa, no caso Silvana, que esfaqueou o marido enquanto o asqueroso homem a estuprava. Uma morte muito 'simples' e rápida diante de todos os horrores que o vilão fez na série. E o que aconteceu depois? Só aparece a manchete no jornal impresso com a notícia de que a 'esposa matou o marido a sangue frio'. Sangue frio? Não foi comprovado que ela estava sendo violentada? Não foi feito nenhum exame? Ela foi parar na cadeia? O que aconteceu com a filha deles? Marco Ricca e Maria Padilha deram um show, mas foi outro desfecho que deixou a desejar e não teve nem a metade do impacto esperado.
O vigésimo oitavo episódio foi marcado pela conclusão da saga do casal Jordana e Milena, que foi formado após uma sucessão de situações absurdas. Portanto, a expectativa era bem baixa diante do conjunto da trama da aspirante a cantora. E realmente não houve nada de impactante ou surpreendente. As incongruências seguiram ali a ponto de Jayme desvendar que Milena foi a assassina de Egisto por conta de uma pulseira que ele lembrou que ela usava durante um encontro que teve com Jordana por cerca de um minuto. A empresária ainda levou o casaco em que Luara (Juliana Xavier) costurou cópias dos documentos que comprovavam seus crimes, após tê-la matado, para jogar no mar, ação que foi vista por Jayme. Não era mais fácil ter queimado o tecido em casa? E graças ao tio de Carolina que Jordana soube do crime de Milena. A última cena, em que Jordana viu Luara em um show de Milena, foi a comprovação derradeira da parceria das duas. Mas a milionária manteve o relacionamento com a cantora e fez uma cara de decepção para manter a dúvida no telespectador sobre o que aconteceu depois (se matou a namorada afogada ou se vai ficar sempre com medo de ser a próxima vítima).
"Justiça 2" foi uma série carregada pelo seu elenco repleto de talentos. Quase todos merecem aplausos e defenderam seus personagens com segurança. E no quesito entretenimento, a produção também prendeu até o final graças aos bons ganchos de Manuela Dias. Mas a autora pecou bastante no desenvolvimento de todas as histórias e muitas vezes subestimou a inteligência do público, o que afetou conjunto da obra e o resultado final, que se mostrou bem aquém da primeira temporada. Uma grande decepção.
A nova série da TV, escrita por Manuela Dias e baseada no mesmo formato e universo de "Justiça", exibida em 2016, apresenta quatro histórias fortes e com elementos que prendem a atenção do público. No entanto, há várias incongruências no roteiro que prejudicam a narrativa. Ainda assim, o conjunto desperta interesse por conta de um fator decisivo: o elenco escalado.
Os atores sustentam a história através de interpretações contundentes. A autora e o diretor, Gustavo Fernández, foram muito felizes na escolha do time de "Justiça 2" e em todas as cenas o êxito na escalação aflora. É até injusto citar um grande destaque porque a disputa é acirrada, inclusive entre os coadjuvantes e participações pontuais.
Entre os protagonistas, Belize Pombal, Alice Wegmann e Juan Paiva acabam sobressaindo por conta da dramaticidade de suas respectivas histórias, todas impregnadas de sofrimento por todos os lados, onde não há um respiro sequer.
Uma mulher presa por ter cometido um crime em legítima defesa, uma garota violentada pelo tio e um rapaz que foi parar na cadeia por conta de um reconhecimento facial racista. A narrativa do trio fica cada vez mais pesada com o passar dos episódios, o que vai exigindo uma entrega mais intensa doa atores, que correspondem integralmente.
Belize Pombal é uma força da natureza. Sua potência cênica é fascinante e seu trabalho irretocável ficou conhecido pelo grande público através da primeira fase do remake de "Renascer", onde emocionou na pele da também sofrida Quitéria, mãe de Maria Santa (Duda Santos). A atriz ganhou uma merecida protagonista na série e arrebata assim que surge em cena. A saga de Geiza é a pior de todas e as cenas dilaceram o telespectador. O olhar de profunda tristeza da personagem toca fundo em quem assiste e Belize fez uma dobradinha incrível com a igualmente talentosa Gi Fernandes, que viveu Sandra, a única filha daquela mulher. E o acontecimento trágico dessa trama proporcionou uma cena de elevado grau de dificuldade para a intérprete, que tirou de letra.
Alice Wegmann prova mais uma vez que está pronta para qualquer desafio, inclusive uma protagonista de novela, ainda que não esteja em seus planos por agora diante do seu envolvimento com tantos outros projetos. Carolina é uma mulher de olhar triste e distante por conta de tantos abusos sofridos ao longo da infância e adolescência. A prisão do abusador Jayme (Murilo Benício), durante sete anos, não provoca qualquer melhora em seu estado psicológico e sua soltura ocasiona uma piora ainda maior em sua vida. São cenas desconfortáveis e pesadas. A atriz está irretocável em cena e vale destacar seus momentos ao lado de Murilo Benício e Júlia Lemmertz, intérprete de Júlia, a mãe omissa e adoentada de Carolina.
Juan Paiva vem se destacando como João Pedro no remake de "Renascer" e ganhou mais um personagem sofredor em "Justiça 2", uma vez que Balthazar come o pão que o diabo amassou e está em uma situação muito pior que a do caçula de Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) na novela das nove. Preso injustamente por sete anos, o motoboy não conseguiu se despedir da avó, que faleceu enquanto o neto estava na cadeia, e se viu sem o pouco que tinha quando saiu da prisão. O ator virou um 'expert' em interpretar tipos que não conseguem um segundo de paz e está ótimo na série. Aliás, em seu núcleo há outros talentos que precisam ser citados. Jéssica Marques merece elogios pela composição da íntegra Larissa, amor da vida do rapaz, assim como as participações de Dja Martins como a avó Regina e Amir Haddad como o Seu Galdino. E o que dizer sobre Marco Ricca e Maria Padilha?! O ator está magistral vivendo o violento e corrupto Nestor, um vilão maniqueísta digno de dramalhão mexicano. Já Maria faz muita falta na televisão e voltou com uma personagem que honra seu talento. A perua Silvana aparenta valer tão pouco quanto o seu marido, mas com o passar dos episódios vai ficando claro que é mais uma vítima do responsável por todos os males da história.
A saga de Milena (Nanda Costa) é a mais fraca da série e é impossível comprar qualquer narrativa em cima do que vai acontecendo com aquela protagonista, mas a química entre Nanda e Paolla Oliveira é incontestável e sempre é bom ver um casal homoafetivo sendo explorado sem a censura ainda tão presente na teledramaturgia da Globo. E Paolla interpreta uma personagem totalmente diferente de tudo o que já tinha feito na televisão. A poderosa empresária musical é uma psicopata que não pensou duas vezes antes de assassinar o meio irmão que conheceu no dia do velório de seu pai. A atriz está à vontade em cena. Vale elogiar também Marcello Novaes na pele do mau-caráter Egisto, assim como Teresa Seiblitz (mais uma figura que faz falta nas novelas) na pele de Silvana e Juliana Xavier como Luara.
E Leandra Leal é a única atriz que participou de "Justiça" há 8 anos e voltou como Kellen, a cafetina que acaba participante direta ou indiretamente de todas as histórias. Ela foi um dos grandes destaques da série original e não é diferente na continuação. Ainda mais solta em cena, a atriz faz uma dobradinha deliciosa com Fábio Lago, intérprete de Darlan, marido da personagem. Ainda é necessário mencionar todos os demais integrantes do elenco que se destacam, como Danton Mello interpretando um tipo que nunca tinha vivido antes na carreira. O metódico, introspectivo e depressivo Abílio é um perfil que muitos autores jamais direcionariam para o ator, que está seguro em cena. Rita Assemany (tia Ingrid), Giovanni Venturinni (Elias) e a participação visceral de Filipe Bragança no terceiro episódio (como Renato) também foram grandes acertos.
"Justiça 2" tem bastante problemas em seu desenvolvimento, mas o talento dos atores faz diferença. É o ponto alto da série.
Os detalhes da trama da 2ª temporada de Tulsa King estão envoltos em segredo, mas o final da 1ª temporada forneceu muitas dicas sobre para onde a história irá.
No final da 1ª temporada, Dwight (Sylvester Stallone)
e sua equipe derrotaram Waltrip e sua gangue de motoqueiros locais. Após a doce vitória, porém, Stacy Beale traiu Dwight e mandou prendê-lo durante os eventos do final.
Além da virada surpresa de Stacy, o Chickie (Domenick Lombardozzi) é outro inimigo à espreita nas sombras que pode ser empurrado para a frente na 2ª temporada.
Com base no final, a 2ª temporada provavelmente começará com Dwight na prisão. Apesar disso, dado que ele tem muitos inimigos do lado de fora que ele quer caçar, há uma boa chance de que ele escape da prisão.
Também é possível que ele possa fazer novas alianças dentro da prisão que poderiam ajudá-lo a escapar e derrubar seus inimigos do lado de fora.
Quanto ao vilão da 2ª temporada, o Chickie (Domenick Lombardozzi) pode se tornar uma nova ameaça que rivalizaria com Dwight, especialmente após sua jogada
chocante de matar seu pai para assumir seus negócios.
Embora Dwight ainda tenha problemas para resolver na 2ª temporada, a Paramount+ já deu a entender o potencial de ver spin-offs sob o guarda-chuva de Tulsa King.
Em entrevista ao IndieWire em janeiro de 2023, a diretora de programação da Paramount+, Tanya Giles, disse que o "enorme sucesso" de Tulsa King no streamer "abre possibilidades" de programas derivados:
"O enorme sucesso que tivemos com 'Tulsa King' e Sylvester Stallone abre possibilidades com Taylor Sheridan, que consistentemente sua mente trabalha em termos de universos e histórias de fundo, então acho que sempre há uma possibilidade de que haja mais nesse universo e mais nessa história. Mais por vir."
Dirigido por Mark L. Lester (de “Os Donos do Amanhã” e “Comando Para Matar”), Massacre no Bairro japonês é o típico filme de ação dos anos 80: violento, muitas explosões, certa nudez, tiroteios e cenas de artes marciais. Talvez uma das coisas mais interessantes do filme é ver a inversão de papéis: Dolph, um praticante de artes marciais, não oriental, inserido nos costumes japoneses e Lee como um chinês criado na América que nada conhece de seu país de origem, preso aos hábitos americanos e igualmente praticante de artes marciais desde pequeno. Dolph Lundren era a estrela da produção e filmes com dupla de atores (Boddy-cop) combatendo o crime estava em moda: 48 Horas (1982); A Fúria do Protetor (1985); Máquina Mortífera (1987); Tocaia (1987); Tango & Cash (1989); O Último Boy Scout (1991); Bad Boys (1995); Seven (1995); A Hora do Rush (1998); Miami Vice (2006) ... apenas para citar alguns antes, durante e depois deste período. Logo, era interessante ter também uma dupla que levasse o público aos cinemas. E Brandon Lee (filho de Bruce Lee), que vinha surgindo, poderia ser um bom chamariz em seu primeiro filme americano. Não por acaso, o filme seguinte, do ator sueco, seria o sucesso “Soldado Universal” ao lado de outro astro que vinha com ótimos resultados: Jean Claude Van Damme. “Massacre ..." se apresenta como um filme de altos e baixos, talvez pelos estúdios “Warner Bros", insatisfeitos com o resultado inicial, terem reduzido a sua metragem, de 90 minutos para 79 minutos, em uma tentativa de apresentar um filme com uma montagem rápida, dinâmica e com muita ação. Situação que levou o diretor Mark L. Lester, depois de ficar desapontado com o estúdio, a começar a financiar e vender seus próprios filmes para mantê-los sob controle. O rascunho original, inclusive, teria mais seriedade e menos o tom irônico apresentado em tela. Talvez hoje, após o termos assistido “O Corvo” e “Rajada de Fogo”, nos venha a pergunta do porquê Brandon aceitou fazer o papel de um policial fanfarão, sempre com piadas prontas e parecendo extremamente ingênuo. A melhor resposta era que Brandon não era ainda uma estrela na América e Dolph estava em franca ascensão. Mas quando o assunto é lutas a dupla não decepciona, pois há no elenco muitos outros atores que realmente dominam artes marciais e volta e meia frequentavam diversos filmes de ação dos anos 80 e 90 como Al Leong (Garantia de Morte), James Lew (A Arma Perfeita), George Cheung (Rambo II) e outros atores que também apareceriam em filmes do gênero como Branscombe Richmond (Difícil de Matar) Quanto ao elenco, Dolph esteve mais solto neste filme e fez aquilo que se tornou sua especialidade: ser o “exército de um só homem” contra as forças do mal, atuando aqui como um “samurai americano” (os filmes de ninja e samurais também iam bem) a combater o crime. Brandon Lee faleceria precocemente, dois anos depois, durante as gravações de “O Corvo” (1994) e, apesar de aceitar um papel que funcionaria como a parte cômica da dupla, penso que foi prejudicado. Se o filme tivesse seguido o planejamento inicial, e fosse mais sério, com certeza, veríamos uma grande atuação e um filme muito melhor elaborado. Ainda assim, como já citado, nas cenas de luta, Brandon mostrou-se muito bem, mas o seu potencial seria revelado em seu último filme "O corvo" que certamente daria uma guinada em sua carreira.
A havaiana Tia Carrere, emprestou sua beleza exótica (todas as suas cenas de nudez foram feitas por uma dublê de corpo) à personagem da cantora da boate de Yoshido, em uma atuação bem sóbria.
Cary-Hiroyuki Tagawa entregou o vilão que o filme precisava com uma atuação bem intensa. Ainda a lembrar: a atriz Renee Allman, em rápida aparição, como a mulher morta pelo vilão, e Nathan Jung (1946–2021) outro que participou de vários filmes famosos nos anos 80 /90 e que poderá ser lembrado como um dos lutadores de Kendo que enfrenta “O Homem- Aranha” no filme de 1977. Massacre no Bairro Japonês colheu boas críticas ao apresentar um misto de comédia com ação. Ainda hoje pode ser visto como um filme violento, repleto de diálogos rasos, mas cuja intenção sempre foi se apresentar como um passatempo rápido, rentável e divertido. Pode ser visto, com alguma regularidade, nos canais a cabo. Com pipoca e refrigerante flui muito bem, e você consegue se divertir vendo o filme.
"Os únicos que podem partir nosso coração são quem mantemos nele."
MAGNETO TINHA RAZÃO?
Esta é uma das abordagens mais fortes que a série X-Men 97 aborda, e para entendermos este ponto devemos lembrar que o Professor X e Magneto são amigos que compartilham o mesmo objetivo, mas que têm pontos de vista muito diferentes sobre como alcançá-lo. Normalmente pensamos que Charles é o bom porque seus métodos mais pacifistas, mas acho que X-Men 97 se questiona o quão eficazes são realmente esses métodos, especialmente depois de tragédias como a de Genosha e algo muito interessante é que podemos encontrar um paralelo com alguns destes elementos no mundo real. Em uma entrevista, Stan Lee disse que acreditava ter escrito inconscientemente ao Professor X e ao Magneto com algumas características de Martin Luther King e Malcolm X, dois líderes do movimento dos direitos civis afro-americanos da época. Ambos tinham objetivos semelhantes, mas métodos muito diferentes. Martin Luther King queria integrar a comunidade afro-americana na sociedade americana e, para isso, apelou à desobediência civil, organizando protestos pacíficos onde os afro-americanos não tinham permissão para responder violentamente aos ataques. Malcolm X, por outro lado, tinha uma visão mais separatista em que os afro-americanos deviam cuidar uns dos outros e incitava à autodefesa. Da mesma forma que Charles regularmente é visto como o razoável, Martin Luther King historicamente nos é apresentado como um exemplo do que uma verdadeira luta deve ser. No entanto, tanto Martin como Malcolm morreram violentamente durante os anos 60, hoje 60 anos mais tarde, os afro-americanos continuam sendo vítimas de alguns atos contra ele. Acho que o que é realmente interessante sobre X-Men 97 é que eles nos dizem que nem o Professor X nem o Magneto são figuras completamente boas ou más, e que nenhum deles tem a razão nem a fórmula certa para resolver problemas tão complexos. O que sim, é que eventos como o de Genosha certamente nos fazem repensar o quão quente devemos ser quando se trata de pedir direitos.
No 8º episódio, Ciclope tenta estreitar os laços com seu filho, enquanto os X-Men são surpreendidos por Bastion e sua Operação Tolerância Zero. Cable conta para os X-Men que o massacre em Genosha perpetrado por Bastion criou um ponto absoluto no tempo, que não pode ser alterado. Com apoio do governo, Bastion usou o mesmo vírus techno orgânico que infectou Cable, para criar uma nova raça de super sentinelas. Seres híbridos capazes de se reproduzir. A cena, extremamente reveladora, conta com as rápidas aparições de Polaris (a filha de Magneto) e Rachel Summers (filha de Ciclope e Jean Grey de uma outra realidade). E não para por ai, o Fera faz uma referência aos místicos do Kamar-Taj e Morfo faz uma divertida piada, alfinetando os roteiristas que insistem em criar futuros distópicos onde Wolverine é sempre o único sobrevivente. Na televisão podemos ver William Stryker, falando sobre a inevitável guerra entre humanos e mutantes. Mas o Stryker que aparece não é do cinema, mas a versão dos quadrinhos da clássica história "Deus ama, o homem mata". Nela, o reverendo William Stryker é um fanático religioso com histórico militar. Seu ódio pelos mutantes é tão grande, que ele foi capaz de matar a esposa e seu filho mutante imediatamente após o nascimento. Como sempre, vale destacar o desenvolvimentos dos personagens. Noturno tem uma linda cena com Jean Grey, demonstrando toda empatia do mundo por Madeline Pryor, e acolhendo a Garota Marvel sem julgamentos. "Sangue é sangue, família é uma escolha." Logo adiante, na cena em que Valerie Cooper confronta o Sr. Sinistro, ela, de forma bem oportuna, chama o maligno geneticista de Dr. Mengele. Josef Mengele, chamado de o "Anjo da Morte" foi um médico alemão no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial, que foi responsável pelas vítimas mortas nas câmaras de gás. Ele também realizou milhares de experimentos desumanos que levaram a um numero desconhecido de mortes. Depois da guerra, o anjo da morte fugiu para a América do Sul, e se escondeu um bom tempo no Brazil. Com uma narrativa bastante dinâmica, acompanhamos Ciclope, Jean Gray e Cable até Pittsburgh, atrás de uma pista que os leva até a casa onde Bastion cresceu. É revelado que o pai de Bastion foi infectado por Nimrod, fazendo de Bastion um descendente direto de cada Sentinela. De quebra, temos dois easter eggs, um panfleto da Stark Expo, e um boneco do Homem Máquina, muito sugestivo. Após descobrir que o plano de Bastion, consiste no extermínio de toda raça mutante, através do uso de seres humanos transformados em super sentinelas, Valerie Cooper fica cara a cara com o vilão e com um Magneto acorrentado, subjugado mais uma vez. Em uma espécie de videoconferência, somos surpreendidos de novo, pelas participações do Dr. Destino e do Barão Zemo. É interessante notar que Destino não concorda com os "crimes de guerra", mas apoia e compactua com as decisões de Bastion. Talvez pela Latvéria, talvez para no momento oportuno, usurpar o poder para si mesmo. Corroída pela culpa, e pelo futuro sombrio que ajudou a construir, Valerie Cooper protagoniza um dos melhores momentos do show, ela liberta Magneto e confronta Bastion e Sinistro. Dizendo que sentiu muitas coisas em Genosha, mas a mais estranho de tudo, era a sensação de déjà vu, porque sempre acabamos no mesmo lugar horrível. Magneto nos conhece melhor do que Charles, a coisa mais assustadora sobre Genosha não foram as mortes, mas a constatação de que Magneto estava certo. Que cena memorável, esse pensamento permeia não apenas a mente de Valerie, mas a mente de todos os espectadores do show. Outra coisa que impressiona são as cenas de ação, todas elas são incríveis, mas nenhuma se compara ao show dado por Wolverine e Noturno. Os fãs ganham nove motivos para literalmente surtar. Além do elegante balé mortal, apresentado pelo "Elfo" (no melhor estilo Errol Flynn), podemos ver o velho carcaju fatiando, picotando e transformando os super sentinelas em picadinhos. A cereja do bolo, é você literalmente ser teletransportado junto com Noturno e Wolverine para fora da mansão. A visão de câmera te joga pra dentro da aventura. Uma vez em liberdade, Magneto vai até o polo norte, para emitir um enorme pulso eletromagnético, desligando toda eletricidade do planeta, desativando todos os Super Sentinelas e criando um mundo de trevas. A onda eletromagnética chama a atenção do Homem-Aranha, do Samurai de Prata, além de colocar um fim na hibernação do Ômega Vermelho. Que f0d@. O ato de Magneto irá soar como uma declaração de guerra. A escola destruída é uma metáfora para o sonho de Xavier em ruínas. Perto do final da temporada, fica claro que Beau De Mayo tinha a série nas mãos, um maestro regendo uma grande orquestra, onde tudo funciona de forma coesa, precisa e metódica. São os X-Men na sua forma mais brilhante, mais fabulosa, mais necessária. Poesia em forma de resistência. Será que os eventos finais, podem colocar os X-Men em confronto direto com os poderosos Vingadores? Tudo pode acontecer, o fim está próximo e parece inevitável.
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Definitivamente X-Men 97 está fazendo história. O sétimo episódio da série é magnifico, extremamente bem roteirizado e repleto de momentos emocionantes.
Em "Olhos Brilhantes" acompanhamos o funeral de Gambit após sua surpreendente morte em Genosha. As palavras de Kurt, realmente me fizeram chorar. "Todo jogador tem um sinal quando blefa, o do Gambit, era a modéstia." Enquanto isso, Vampira tem que lidar com a perda de seu grande amor, ao mesmo tempo que parte em uma caçada alucinante, para descobrir quem está por trás do massacre mutante, com direito a uma rápida participação do velho trovão, Thunderbolt Ross, e do Capitão América, que a exemplo de Vampira, também procura por respostas. Imagino que o Capitão Rogers esteja procurando seu escudo, até agora. A série continua investindo pesado no desenvolvimento de seus personagens. Jubileu e Mancha Solar, protagonizam uma esclarecedora cena com a mãe de Roberto daCosta. Roberto decide que chegou a hora de revelar para sua mãe que ele é um mutante. Inicialmente a mãe de Roberto reage bem, mas será que ela está disposta a enfrentar ao lado de seu filho, a sociedade, a família...o mundo? Uma ótima analogia a situações recorrentes vividas por inúmeras pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Dificilmente elas são acolhidas plenamente pelos pais, são na maioria das vezes expulsas de casa. O restante, a exemplo de Roberto, são apenas toleradas. No México, em meio as comemorações do "Dia de Los Muertos" Vampira finalmente tem tempo para sentir a morte de Gambit. Que cena forte e comovente, repleta de conteúdo emocional. Foi aqui que eu chorei de novo. Depois de uma impressionante e inacreditável morte por esganadura (é, mortes estão frequentes na animação), o verdadeiro vilão é finalmente é revelado. Quem foi o responsável pelo massacre em Genosha, quem estava puxando as cordas...
Bastion. Mas afinal de contas, quem é Bastion? Bastion é a combinação mortal do Molde Mestre com Nimrod, o sentinela do Futuro. Nos quadrinhos, o Molde Mestre absorveu os sistemas de um Sentinela imensamente poderoso que veio do futuro, Nimrod. Criando um ser híbrido que acabou se tornando Bastion. A existência de Bastion cria um loop paradoxal. Nimrod, o sentinela do futuro, é o responsável por sua própria criação. Ele cria Bastion no presente, que será o responsável por sua criação no futuro. Cable muito provavelmente está tentando quebrar esse loop. Bastion cria então, os Prime Sentinelas, humanos aperfeiçoados com nanotecnologia. Como vimos acontecer com Bolivar Trask nesse episódio. A cena em questão, exemplifica os reais motivos que causaram a demissão de Beau De Mayo. Do alto do prédio, prestes a saltar para a morte, Trask é chamada de Oppenheimer por Morfo. A comparação de Trask, com o monstro que criou a bomba atômica (que os americanos tentam humanizar a todo custo) é bastante interessante. Principalmente quando notamos que Trask, teve mais dignidade que Oppenheimer. Trask não conseguiu viver com as mortes que causou, ela sabia o monstro que havia se tornado. Já Oppenheimer... Cada episódio tem a estrutura de um filme, e o terceiro ato não podia ser mais espetacular. Os X-Men enfrentando uma nova espécie de super sentinela humano. Um show em cenas de ação, com direito a um inesperado e comovente reencontro. Um episódio excelente, que termina com grandes revelações, uma incrível demonstração de poder e acena para um futuro sombrio e mortal para todos os mutantes. Nós não estamos preparados para o que está por vir.
as ausências de Magneto e Gambit na abertura, deixando claro que a morte dos dois personagens é uma realidade. Esse gosto amargo na boca é amenizado por alguns milésimos de segundo, quando somos surpreendidos com a inclusão do Noturno na abertura. Nada mais justo que Kurt Wagner, um dos X-Men mais populares entre os fãs, faça parte da equipe principal. "Elfo" (como é chamado carinhosamente pelo Wolverine) jamais poderia ter ficado de fora da série animada original. "Morte em Vida" parte: 2, começa como uma verdadeira Guerra nas Estrelas entre os impérios, Kree e Shi'ar. De cara somos presenteados com a participação da Guarda Imperial Shi'ar, principalmente pela presença do Gladiador, personagem que possui todos os poderes do Superman. O poderoso Ronan, o acusador (de Guardiões da Galáxia), e seu poderoso exercito Kree, não tiveram a menor chance contra Rapina (irmã de Lilandra) e a Guarda Imperial. Uma cena empolgante e divertida, que explora as incontáveis possibilidades cósmicas do universo X-Men. Após descobrir que Lilandra pretende se casar com Charles Xavier, Rapina invoca um antigo ritual Shi'ar, com o intuito de apagar parte das memórias de Xavier, fazendo-o esquecer de seu período na terra. Mais uma vez o desenvolvimento dos personagens é perfeito. A exemplo de Scott e Jean, Xavier precisa decidir que caminho seguir, qual será sua prioridade. O romance com Lilandra, ou seu dever com os X-Men? Mas talvez a melhor cena do episódio, pode ter passado despercebido por muita gente. Xavier e o Superm..., quer dizer o Gladiador, estão conversando diante das estatuas dos deuses de Shi'ar, a conversa que no inicio é sobre arte, transcende para algo muito maior. O Gladiador tenta justificar o sistema de colonização espacial Shi'ar, dizendo que conectar várias culturas em uma, é uma coisa boa, para manter a paz e a harmonia nas galáxias. Xavier rebate dizendo que isso soou muito Rudyard Kipling. Rudyard Kipling foi um escritor e poeta inglês descrito por muitos como um representante do imperialismo britânico, um colonialista, moralmente insensível e repugnante. Seu poema mais controverso "O fardo do homem branco", defende o colonialismo e retrata inúmeras outras raças como inferiores. Quando o Gladiador, quer dizer o "Super-Homem" pergunta quem foi Kipling? Xavier responde: "Ele foi um homem que possuía vários fardos, mas nenhum deles era real." Ver o Professor X comparando o Gladiador, ou melhor, o Superman, com Kipling, um dos símbolos do imperialismo, não tem preço. Consegue entender agora, porque Beau DeMayo foi demitido? Bob Iger e a Disney não querem esse tipo de mensagem, de militância, preferem entretenimento por entretenimento, simples e burro. Após se recusar a renunciar suas memórias, o Professor X se vê obrigado a entrar em confronto direto com Rapina, que tenta dar um golpe de estado confrontando a Guarda Imperial Shi'ar. Xavier usa então seu maior poder, o de ensinar. O professor X leva todos (inclusive o Gladiador) para o plano astral, onde dentro de uma sala de aula, ele pretende educa-los sobre a coexistência pacifica. O Home de Aço não teria a menos chance contra o maior telepata da terra. Xavier dá uma aula sobre o terror da colonização, sobre como o império Shi'ar é um esquema fraudulento, que destrói culturas mais novas, impedindo-as de se desenvolver. Ele termina dizendo que o universo é muito antigo, e que nós, somos muito jovens, nascidos da poeira estelar, todos...filhos do átomo. Enquanto isso, Tempestade vai a procura de um raro cacto, para curar a ferida no ombro de Forge, mordido pela entidade conhecida como...o adversário. O Adversário é uma manifestação dos medos e dúvidas da Tempestade, um demônio que se alimenta do medo e da insegurança. Ele é derrotado quando Tempestade aceita seu papel como mutante e como uma X-Men. Muito do vemos ali, é de forma metafórica. Tempestade, após derrotar seus medos, emerge como uma nova pessoa, por isso o uniforme clássico surge do nada. Vale lembrar que a maravilhosa cena de voo de Ororo no deserto, é uma clara referência a primeira cena de voo do Superman, em Homem de Aço. Ao final do episódio, descobrimos aparentemente quem foi o responsável pelo massacre de Genosha. Mas será que não existe algo ainda mais "sinistro" por trás de tudo?
X-Men 97 - Crítica do espetacular 5º episódio
"Foi causado por testes atômicos, ou foi a própria natureza que decidiu mudar a raça humana?"
Com esses questionamentos feitos pela repórter de TV Trish Tilby, (a eterna namorada do fera) começa "Lembre-se disso" o espetacular 5º episódio de X-Men 97. Ouso falar que esse episódio não é apenas o melhor episódio da série até agora, mas um dos melhores episódios de uma série animada de todos os tempos. A primeira metade do episódio é usada para o desenvolvimento de seus personagens e suas relações interpessoais. Trish Tilby, comanda uma série de entrevistas na mansão X, por conta da inacreditável resolução da ONU de reconhecer a soberania de Genosha. Enquanto isso, Magneto, Gambit e Vampira, viajam para a "ilha mutante" para um gigantesco evento comemorativo, nos mesmos moldes do Hellfire Gala. (os atuais fãs dos quadrinhos dos X-Men, devem ter surtado). As referências a "era Krakoana" não param por ai, Genosha é governado por um conselho formado por: Sebastian Shaw, Emma Frost, Dra. Moira MacTaggert, Sean Cassidy e Madelyne Pryor, muito parecido com o modelo socialista, usado pelos moradores da ilha viva Krakoa. Quanto ao desenvolvimento de personagens, ele é extremamente bem feito. Enquanto Ciclope desabafa em frente as câmeras de TV, sobre a ingratidão dos ditos normais, o clássico triangulo amoroso dos X-Men finalmente ganha destaque. Em meio as lembranças do passado, Jean beija Logan, que a exemplo dos quadrinhos, quebra o momento, lembrando os dois das "regras", que Jean aparentemente esqueceu, como ele bem diz, por alguns segundos. Sempre foi assim, Logan sempre respeitou o relacionamento de Jean e Scott. Falando ainda de Ciclope, finalmente podemos ver Scott, sofrendo e refletindo sobre o destino do pequeno Cable, e pelo fim de seu relacionamento com Madelyne Pryor. As consequências desse fatos foram totalmente ignoradas no 3º episódio. Vampira conta para Gambit que viveu um romance com Magneto no passado. O relacionamento de Vampira e magneto na Terra Selvagem, agora também é cânone na animação. O roteiro aborda temas extremamente adultos, que enriquecem e aumentam a qualidade do show. Após inúmeros corações partidos, e uma rápida aparição do Vigia, tudo se encaminha para um final esperançoso para a raça mutante. Porém, o que se vê é destruição, caos e morte. Genosha é atacada por um novo tipo de Molde Mestre Sentinela, muito mais poderoso que os anteriores. Vários mortos, vários feridos, vários sonhos destruídos. Medo e insegurança é tudo que resta para os mutantes. Incríveis cenas de ação, intercalam com momentos inacreditáveis e muito bem construidos. Perdas irreparáveis, que vão mudar o status quo da produção. O que parecia ser um episódio de relacionamentos interpessoais, se transforma em um pesadelo de morte, desespero e destruição. Gambit tem seus melhores momentos de todos os tempos, ele nunca foi tão heroico, tão legal, tão f0d@stico, tão...mortal. Os momentos finais te deixam sem ar, sem palavras, você literalmente fica sem respirar por alguns segundos. "O nome é Gambit, mon ami. Lembre-se disso." A música final, em tom fúnebre, é de cortar o coração. A abertura do próximo episódio deve revelar quem realmente morreu de verdade. Fica a pergunta: Quem organizou o ataque a Genosha? Jean e Madelyne sofreram ataques psíquicos durante todo tempo. O responsável pelo ataque tem que ser um telepata, tão poderoso quanto Xavier. Só pode ser a irmã maligna de Charles, Cassandra Nova. Nos quadrinhos, Cassandra usou um exército de Sentinelas para destruir Genosha, na tentativa de exterminar todos os mutantes. Um episódio adulto, que mostra todo o potencial desses personagens. Que eleva o crivo das animações para outro patamar. O que será de nós e de X-Men 97, sem seu produtor e roteirista, Beau DeMayo, que foi demitido da Marvel às vésperas da estreia do show.
Aconteceu de tudo em "Fogo Encarnado", o 3º episódio de X-Men 97.
Com a chegada de uma "sósia" de Jean Grey, os filhos do átomo precisam descobrir quem é a verdadeira Garota Marvel e quem é a impostora. Após surpreendentes revelações, o episódio vira um verdadeiro conto de terror, a voz do Sr. Sinistro projetada através da babá eletrônica é horripilante. O que vemos a partir dai, é o que existe de melhor no universo mutante. Recortes da origem de Madelyne Pryor nos quadrinhos, se entrelaçam com a saga Inferno, proporcionando um episódio dinâmico, divertido e surpreendentemente aterrorizante. Nos quadrinhos, Madelyne Pryor era inicialmente uma sósia de Jean Grey, que acabou se tornando um clone, por decisão dos executivos da editora, que resolveram trazer Jean Grey de volta, para fazer parte do X_Factor. Durante a saga Inferno Madelyne fez um pacto com um demônio e foi transformada na Rainha dos Duendes. Inferno foi uma saga dos anos 90 que reuniu várias equipes mutantes. Dois demônios do limbo pretendiam usar os poderes de Illyana Rasputin, para abrir uma passagem entre a terra e o inferno. A cena em que os X-Men são tentados no inferno é espetacular, repleta de momentos icônicos dos quadrinhos. Culminando em confrontos extremamente empolgantes. Magneto contra Jean Gray, mutante ômega contra mutante ômega. Mas nada te prepara para o confronto entre a Rainha dos Duendes, a fúria forjada em puro enxofre, contra Jean Grey, o poder encarnado de quem já possuiu o fogo da Fenix. Um incrível duelo mental, que literalmente humilhou o embate entre Xavier e Wanda no Multiverso da Loucura. Como nem tudo são flores... A forma como Ciclope lida com Madelyne no final do episódio, fugindo de suas responsabilidades e deixando toda difícil decisão nos ombros de sua nova mulher, é no mínimo, sem sentido. Por não suportar abandonar seu filho, ciclope abandona o filho e a antiga esposa. Scott deveria estar ao lado de Jean nos dois momentos, na despedida do pequeno Cable, enviado para o futuro, e na partida de Madelyne Pryor, mãe de seu filho e parte integrante dos X-Men durante muito tempo. Ciclope pagou de pai brasileiro, não quis assumir nenhum dos B.O.s.
Em 2022, somente no Brasil, mais de 164 mil crianças foram abandonadas pelo genitor ainda no útero materno. No país, 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, e 90% delas são negras.
Uma história não linear, contada da frente pra trás, de acordo com o desenrolar das situações, é montada em oito episódios que precisam necessariamente ser visto em ordem cronológica, correndo o risco de não ser compreendida caso isso não seja respeitado. Tudo porque a história é centrada no Departamento de Polícia de Louisiana, onde dois detetives investigam o assassinato covarde da prostituta Dora Lange, cujo corpo é encontrado em uma posição de reza, com uma galhada de veado na cabeça e cercado de objetos que se assemelham à cultura cajum (bastante popular na região sul do Mississipi), o que poderia evidenciar alguma espécie de ritual ou crime religioso. A partir daí, a história vai sendo desvendada, com lapsos confusos que depois se encaixam como peças de um quebra-cabeças bastante elaborado.
Encabeçando a investigação, Rustin “Rast” Chole (Matthew McConaughhey, em mais uma atuação excelente no seu currículo) e Martin “Marty” Hart (Woody Harrelson, que parece ter nascido para esses papeis sombrios de trama no interior do país e tem muita cara de policial), dois policiais que investigaram o caso, em 1995, mas que, dezessete anos depois, precisam revisitar a história por conta de outros crimes semelhantes que voltam a acontecer. Só que, quase duas décadas depois, a vida pessoal e os passados de cada um começam a cobrar o preço da negligência que ambos tiveram por conta do trabalho exigente.
De uma forma geral, a trama da primeira temporada de ‘True Detective’ não é exatamente original, porém o seu diferencial reside na forma fantástica como a história é contada. Desde a primeira cena, em que vemos uma queimada no matagal e em primeiro plano temos o longo e tristíssimo rio Mississipi, com uma paleta de cores escuras, do azul para o preto, contrastando com o amarelo alaranjado do fogo, para, duas cenas depois, sermos jogados em plena manhã seca e calorosa do delta, e observamos os dois investigadores se dirigirem para a cena do crime; em que a textura da plantação que definha sem água e a umidade sufocante do calor parecem saltar da tela, causando falta de ar no espectador. Ou ainda, a forma como a história foi recortada para ir sendo esclarecida pelos próprios personagens, a medida em que eles mesmos descobrem as novas pistas.
Tudo isso é corroborado por um clima noir que conduz a trama num misto de suspense e misticismo, que é exatamente a ambientação que se tem de um Mississipi desconhecido e isolado, palco de muitas lutas e injustiças.
Como fio condutor, a música tema ‘Far from any road’, cantada por The Handsome Family, que dá aquela sensação de marasmo mas que ao mesmo tempo parece que alguma coisa terrível está prestes a acontecer a cada instante. A trilha sonora é toda nesse estilo, e ajuda a criar uma atmosfera ainda mais imersiva na série.
True Detective é uma série fascinante, densa, claustrofóbica, que vai aumentando a tensão a cada episódio.
Com atuações brilhantes e uma história inquietante, torna-se uma série obrigatória para que curte, produções de investigações polícias e serial Killers.
Preferi não contar nenhum spoiler, para não estragar a experiência de quem ainda não assistiu.
"Você acha que eu não me preocupo? O problema é muito maior, Vera. Pra fila andar, saúde tinha que ser prioridade do governo, mas... infelizmente não é"
"Eu não acho justo
Eu já tinha falado isso aqui antes, mas vou repetir: Antes de ser uma série sobre medicina, Sob Pressão é uma série sobre política pública e corrupção. É o retrato (quase) perfeito da saúde pública no Brasil.
Ao longo das cinco temporadas, "Sob Pressão" se tornou uma série reconhecida em diversos lugares do mundo. Elogiada pelo público e pela crítica, a narrativa da obra ganhou notoriedade internacional logo na primeira temporada, sendo exibida em festivais como Berlinale (Berlim), e TIFF (Toronto). Desde então, a série vem conquistando reconhecimento: ganhou quatro prêmios no "31st Festival International de Programmes Audivisuels (2018), em Biarritz, nna França; melhor série; melhor interpretação feminina e masculina (para Marjorie Estiano e Julio Andrade, respectivamente); e melhor roteiro. Em 2019, Marjorie Estiano foi indicada ao Emmy Internacional de Melhor Atriz por seu trabalho na segunda temporada. Na Argentina, a série estreou na Telefe em janeiro de 2019 e consagrou-se entre os programas mais assistidos da TV Aberta. "Sob Pressão" foi exibida também em Portugal, no canal Globo, e, além da Argentina, já foi licenciada para mais de 70 paíeses como Itália, Emirados Árabes, Catar, Egito, Equador, entre outros, e é hoje uma das séries mais vendidas da Globo.
Nossos amigos verdadeiros, queridos amigos, as bandas, os cantores, as músicas, as festas, os bailes que íamos, as meninas, que sentíamos a maior vergonha em começar uma conversa...
Foi maravilhoso viver tempos mais românticos.
As pessoas tinham mais simplicidade.
Nossos amigos queridos.
O respeito que tínhamos com nossos pais.
E assistir esse filme, depois de mais de 30 anos do seu lançamento, é indescritível.
A minissérie O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss.
“O Véu”, a nova série de Steven Knight, criador do sucesso “Peaky Blidenrs”, estreou no Star+. Dois episódios da produção já estão disponíveis. Ao todo são seis, que serão lançados semanalmente.
Primeiras Impressões:
É curioso notar que os projetos que a atriz Elisabeth Moss atua (e produz) têm sempre a mesma pegada, o mesmo tópico de discussão e órbita no mesmo tema, onde no caso do seriado O Véu (The Veil, 2024) não é diferente.
Na TV, seja com The Handmaid’s Tale ou Iluminadas, ou no cinema com O Homem Invisível, os projetos de Moss sempre tem um toque feminista, onde a atriz personifica personagens de mulheres contra o patriarcado, ou mulheres que sofreram e viveram relações abusivas com homens e isso tudo acaba por fazer parte da narrativa de uma forma ou de outra. E mesmo que em alguns, essa questão possa não ser o que representa o projeto em sua totalidade, fica claro que esses temas estão lá presentes de qualquer forma.
E O Véu tem isso em sua história e com essa personagem que Moss apresenta aqui. E talvez, o seriado que mais se aproxima do que O Véu apresenta nesses primeiros episódios, seja o drama Homeland, estrelado por Claire Danes, que durou 8 temporadas, e que marcou época por ser uma atração que colocava uma agente governamental à frente de diversas missões de espionagem.
Claro, no começo isso, não foi assim, mas começo de O Véu segue com a mesma narrativa, onde aqui o que temos são duas personagens, mulheres, num jogo de gato e rato, igual foi com Homeland no seu começo. Quem fala a verdade? E é esse o sentimento que essa nova série me passou nesse começo, nesses 2 primeiros episódios.
O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss. Afinal, a vencedora do Emmy aqui interpreta uma espiã que assume vários nomes e identidades (no começo ela é Portia) e que aqui vamos chamar de Imogen Salter. E num mundo globalizado, super tecnológico, cheio de drones, e dispositivos que só vemos em filmes de Bond, O Véu coloca essa espiã interpretada por Moss para fazer um trabalho que depende extremamente do contato humano. Nada de algoritmos, nada de informações vinda de softwares, análises de redes sociais. A agente Salter precisa descobrir, munida de sua intuição e seu felling da situação, se a refugiada Adilah El Idrissi (Yumna Marwan, muito boa) é apenas uma mãe separada da sua filha que vive na França ou se ela é a número 2 de uma organização terrorista que planeja um grande atentado no Ocidente nos próximos meses.
Assim, O Véu trabalha nesse jogo de ambiguidade, de mentiras e traições, enquanto Salter ajuda El Idrissi a sair de um campo de refugiados rumo à Turquia. Mas é claro que a agência governamental de espionagem francesa está de olho nelas, a agência de inteligência britânica também, e é claro que a CIA americana também, onde depois que chegam em Istambul o destino final dessas duas mulheres é a França.
O seriado então se preocupa em mostrar os diversos lados da comunidade de inteligência tentando reunir provas sobre a identidade da fugitiva. Do agente francês Malik Amar que tem um envolvimento pessoal com Salter, até mesmo o agente americano Max Peterson que está ali para assumir a operação, todos eles estão do outro lado do mundo, enquanto Salter atravessa as regiões mais perigosas do mundo ao lado de El Idrissi, e no final toma para si as rédeas da missão.
O mais interessante desse começo é ver o intrincado jogo de gato e rato que as duas jogam, na medida que o roteiro da atração coloca essas personagens contradizendo tudo que nós os espectadores sabemos delas. Em um dos momentos, Salter diz para El Idrissi
que não tem filhos, mas vemos nos flashbacks que a personagem teve uma filha.
Assim, a atração costura essa história dessas duas mulheres de uma forma que empolga e intriga para saber quem diz a verdade, e o quão verdadeira é essa verdade que elas dizem.
E tanto Moss quanto Marvan estão tão bem aqui, afinal, as duas balanceam qual das duas personagem está no controle da situação em determinado momento e quando um novo pedaço de informação chega (às vezes descobrimos as coisas antes das personagens) você começa a questionar tudo que já viu na tentativa de solucionar esse mistério antes que a série.
com os flashbacks sobre um homem mais velho, uma criança, e uma propriedade rural,
vão eclipsar seu julgamento? Será que ela vai conseguir respostas? Será que Yuman diz a verdade? Ou existe alguma coisa maior por trás e envolvida?
A série dá pistas, e também, sempre surge com novas perguntas, e nos deixa com a pulga atrás da orelha sempre que alguma coisa nova é introduzida.
E na medida que tentamos descobrir e saber o que está acontecendo, ajuda quando temos as paisagens das cidades como Paris e Istambul de plano de fundo. O único perigo de O Véu é na hora que o pano for levantado, as perguntas terem sido mais interessantes do que as respostas.
Al Pacino é um dos melhores atores de sua geração. Disso todo mundo já sabe. No entanto, em O Advogado do Diabo Pacino se supera em um dos papéis mais cínicos de sua carreira. Neste filme, ele é o próprio Diabo, escondido` na pele de um advogado bem sucedido, John Milton (o nome é uma referência óbvia ao autor de O Paraíso Perdido).
Keanu Reeves é Kevin Lomax, um jovem advogado que nunca perdeu um caso em sua vida profissional. É quando ele recebe uma proposta excelente de uma grande firma de advogados de Nova York: `Milton, Chadwick e Waters`. Apesar dos avisos de sua mãe, uma religiosa interpretada por Judith Ivey (a esposa de Gene Wilder em A Dama de Vermelho), Reeves parte para a grande cidade acompanhado de sua esposa, a bela e voluntariosa Mary Ann (Charlize Theron).
No entanto, aos poucos "Mary Ann" vai percebendo que algo de sórdido se esconde sob a fachada respeitável da firma em que seu marido trabalha, e passa a ter certas visões assustadoras, acompanhadas de pesadelos terríveis. Mas seu marido está envolvido em um caso novo: um milionário (vivido por Craig T. Nelson de Fantasmas do Passado) está sendo acusado de matar a esposa, o enteado e uma criada, e cabe a Lomax defendê-lo. Durante o processo, porém, o jovem advogado vai descobrindo que o poderoso chefão da firma, John Milton (Pacino), possui um outro lado, assustador. Mas aí já pode ser tarde demais...
O roteiro de Jonathan Lemkin e Tony Gilroy é inteligente o bastante para não deixar óbvio, em momento algum, o motivo por trás do interesse de Milton em Lomax. Apesar da platéia saber, desde o início, que John Milton é o diabo em pessoa, a história prende ao fazer a opção de não mostrar, de fato, o monstro por baixo do disfarce. De vez em quando alguma `máscara` cai e nós podemos vislumbrar de relance todo o horror que se esconde por trás das feições que julgávamos mais agradáveis. Porém, logo depois tudo volta ao normal, deixando no espectador (e nos personagens) uma sensação angustiante, criando uma tensão muito maior do que a que seria criada se o filme abusasse dos efeitos especiais e das maquiagens monstruosas (quando estas surgem são obra do maquiador Rick Baker, um dos melhores do ramo.
Quanto as atuações temos aqui elenco fantástico de muito talento, o ponto mais fraco talvez seja Keanu Reeves, que é um ator meio inexpressivo em muitas de suas atuações, muitas vezes não consegue entregar um grande resultado.
Ele não chega a comprometer o filme, graças ao ótimo roteiro e o elenco que ele tem ao seu lado.
A direção de Hackford é eficiente, e (auxiliado pelos storyboards - espécie de versão em quadrinhos do que virá a ser o filme - e direção de arte de Bruno Rubeo) é capaz de criar uma atmosfera sufocante, tensa. O apartamento de John Milton é quase uma obra-de-arte. Outra cena feliz é aquela em que o personagem de Reeves sai andando por uma Nova York completamente vazia (existe algo mais assustador que uma grande cidade-fantasma?).
A única coisa que lamento e que não me permite dar 5 estrelas é a falta de coragem, que Hollywood acaba demonstrando no final de seus filmes. É claro que não pretendo contar nada de importante neste texto, digo apenas que o filme teria sido infinitamente melhor se acabasse dois ou três minutinhos antes do que na verdade termina. Seria, então, perfeito. Mas não: "estamos na era dos finais felizes (ou quase)".
Mas nada é perfeito, e um `quase` já significa muita coisa. É como diz John Milton, em certo momento do filme: `Eu só monto o palco. Vocês puxam as próprias cordinhas.` Infelizmente o roteiro puxa as cordinhas erradas em alguns momentos. Mas o espetáculo final compensa muito.
O livro de mesmo nome, é diferente do filme. No livro, o 'advogado do diabo' é menos literal; na igreja católica, quando estão em processo de canonização para um santo, eles enviam um padre (geralmente com muitos anos de sacerdocio), para investigar esse suposto santo e descobrir os 'podres' e motivos pelos quais ele não merece ser canonizado, um outro padre tem o mesmo papel, de modo inverso, tenta comprovar que essa pessoa era realmente milagrosa e merece ser canonizada, dai o livro acompanha as reflexões desse processo, atraves dos olhos do padre idoso, que tenta comprovar que a pessoa a ser canonizada não era santo.
O Advogado do Diabo é um filme denso, complexo e sufocante, que merece ser apreciado com calma e atenção.
Vale muito a pena.
"Olhe, mas não toque; Toque, mas não prove; Prove, mas não engula."
Esse filme é baseado em um livro best seller de mesmo nome.
e quando ele diz que a VAIDADE é o pecado predileto dele faz referência a Bíblia e os pecados capitais, sendo esse que puxa os outros...Santo Agostinho diz ser esse O pecado...e foi o que ele cometeu e foi lançado no inferno...
‘Bebê Rena’ é o retrato doloroso de todos os abusos!
Sucesso na Netflix, a excelente minissérie 'Bebê Rena' choca ao falar sobre a simbiose existente em uma relação abusiva.
Se você está circulando nas redes sociais no último mês, certamente já cruzou com publicações falando sobre uma minissérie da Netflix chamada Bebê Rena, que está nos primeiros postos dos mais assistidos da plataforma. Curiosamente, a série escrita e estrelada pelo comediante Richard Gadd é um caso raro de sucesso popular com qualidade inegável.
Mas o mais impressionante é constatar o tema de Bebê Rena: a intrincada dinâmica que envolve pessoas abusadas e seus abusadores. Toda a trama que gira em torno do fracassado Donny Dunn (Gadd) e sua stalker Martha (Jessica Gunning, em um trabalho irretocável) é tão desgraçadamente incômoda que é até difícil acreditar que muita gente tenha chegado até o final.
O fato é, tal como um acidente de carro horrível do qual não conseguimos tirar os olhos, Bebê Rena também consegue nos hipnotizar, mesmo que a sensação causada por ela seja quase todo o tempo da mais pura aflição. E a razão talvez seja essa: a série consegue traduzir em narrativa as sensações que envolvem pessoas que se metem em situações abusivas, seja como abusadores ou abusados.
O verbo “meter” é proposital, e sugere algo difícil de assumir: que, entre pessoas adultas, há sempre uma parcela de responsabilidade de quem permanece nessa situação. A hipótese aqui é que, quem já passou por isso, acaba se conectando com a série por meio da identificação; já os sortudos que nunca estiveram em uma relação abusiva permanecem vendo pela sensação de estarem pasmos com o que alguém como Donny é capaz de se submeter.
‘Bebê Rena’: passeio por vários gêneros
Em tempo: Bebê Rena é daquelas séries que vale a pena não saber muito sobre antes de assistir. Mas basta aqui dizer que se trata da história real (apresentada pela primeira vez por Richard Gadd como um show solo em 2019, em um festival de Edimburgo, na Escócia) de um comediante sem sucesso que trabalha como garçom em um pub inglês.
Um dia, uma mulher chega, senta no bar e ele, por pena, serve uma bebida de graça para ela. É a chave para que ela tente a todo custo chamar sua atenção e se tornar cada vez mais próxima dele. Em suma, ela vai se tornando a sua stalker. Ao mesmo tempo, Donny se apaixona por uma mulher chamada Teri (Nava Mau, excelente no papel), mas a consolidação do seu romance com ela parece estar truncado por conta da mulher obsessiva. Aos poucos, vamos entendendo que o buraco é mais embaixo.
Nos primeiros dos sete capítulos, uma questão pulsa a todo instante: por que Donny não corta a mulher desagradável? Por que ele parece ser absurdamente tolerante com uma mulher que não para de assediá-lo, de forma cada vez mais detestável? A resposta à dúvida é a chave para entender a força de Bebê Rena, que tem como trunfo conseguir construir essa história para além de um óbvio maniqueísmo.
O que vamos descobrindo é que há uma espécie de relação simbiótica ali, que envolve culpa, baixa auto estima, identificação e muita repressão sexual. Entendemos aos poucos que Donny se odeia, e que sua péssima visão de si mesmo faz com que ele se ligue com uma mulher igualmente miserável. Ambos, portanto, são mais próximos do que parece.
Em termos de estrutura narrativa, a grande sacada de Bebê Rena é conseguir surpreender o espectador a cada instante. Há um passeio interessante entre os gêneros em uma espécie de quebra-cabeça que nos pega o tempo todo, alternando tensão com momentos de pura comicidade. A plateia, de todo modo, não é poupada: não espere resoluções confortáveis ao drama de Donny.
Em resumo, Bebê Rena não é para os fracos. Mas quem consegue mergulhar nessa história, sai dela recompensado. Nem que seja aprendendo alguma coisinha a mais sobre si mesmo. _____________
Tem uma frase dele no último episódio que define a vida:
“Quando você é abusado você se torna presa fácil para esses predadores que sentem o cheiro da sua ferida aberta e grudam em você como se você fosse um imã” foi algo assim, e sim é verdade.
Também achei a série mais honesta e bela que já assisti. Mas também, triste e perturbadora por conta dos transtornos psicológicos da Martha e do Donny e dos abusos que ele sofreu. Tudo nela é incrível: a forma como prende o espectador desde os primeiros segundos, as interpretações impecáveis dos atores, os sentimentos tão verdadeiros dos personagens (e os nossos também), as surpresas a cada episódio, as situações que nos deixam dúvidas por não serem explicadas, o fato de ser uma série curta e nos deixar com vontade de assistir mais, o final que insinua uma continuação, e, principalmente, a comoção que sentimos por ser uma história real. Isso deixa tudo ainda mais interessante. É admirável e muito emocionante.
O trauma se repete até que seja superado.
"Tive o cuidado de retratá-la como alguém que também sofria, e não apenas como uma pessoa ruim." (Richard Gadd)
Jamais romantizem o stalking, obsessão não é romance, é doença. Podemos ter empatia para entender o que se passa, também enfrentar essa situação de cabeça erguida mas nunca passar pano além de impor limites. O que começa mal termina mal, séries como essa só ressaltam a importância de deixar a manutenção da nossa saúde mental em dia, e questionar quando afetamos os limites de outras pessoas.
Essa mini série, para mim, é um micro cosmos de como funcionamos na vida real. Pessoas quebradas se envolvendo em ciclos viciosos de outras pessoas quebradas perpetuando atitudes nocivas sem nem conseguirmos processar o motivo. Série tragicamente maravilhosa, cinza, sem inocentes e cheio de vitimas.
Gostei muito da forma como trataram a dependência emocional na série, e a complexidade dos problemas psicológicos...
Os atores são maravilhosos, mas o Donny precisa de muita ajuda. Quando ele volta a casa do
Um ponto que me pega é o fato de como o abuso e assédio masculino ainda é subestimado.A vergonha, a auto depreciação dele são tão profundos que ele não consegue pedir ajuda. Claro que em ambos os casos é assustador, é desesperador, mas pensar que a repressão no cara é tanta que ele não consegue reagir é de cortar o coração
Fiquei impressionada com a atuação da Jessica Gunning que interpreta a Martha, ela demonstrava as mudanças de humor de forma impactante e amedrontadora.
A Marta me lembrou a enfermeira de Misery do Stephen King.
Repito aqui o que tenho comentado em tudo que é canto: Esse é o retrato mais fidedigno que eu já vi de uma violência sexual (a forma como ela acontece E as consequências que ela gera na vítima, a confusão, o medo, a vergonha, o sentimento de culpa, de estar perdido dentro do próprio corpo). Para mim, que também sofri violência sexual, assistir foi TERAPÊUTICO, sim, digo isso sem medo de exagerar, porque me fez encarar coisas sobre minha experiência que eu vinha enterrando embaixo do tapete. Agradeço MUITO ao Gadd não só por produzir, mas pela CORAGEM de escancarar seu trauma, inclusive atuando (e revivendo) as cenas mais pesadas. É de uma ousadia que eu admiro com todo o coração!
A série é um tratado sobre codependência, um tipo de transtorno de personalidade, ainda em estudos, a ser chancelado como tal pela comunidade que trata de saúde mental. Codependentes e narcisistas partilham de muitas semelhanças (negligência parental, traumas de infância, abusos, etc), traços que ensejam à validação do outro como meio de existência no mundo, tornando-se os primeiros vítimas preferenciais dos segundos, ou seja, o "match" perfeito ou o que chamam de dança macabra. Nessa relação tóxica de idas e vindas, cujos pares exercem papéis de "traficante" e "adicto" em busca de validação constante, a vida gira em círculos, um caminho labiríntico obscuro e (quase) sem saída. O final da série é bem emblemático quanto a isso. Bebê Rena, por essas e por outras questões, é imperdível, uma das melhores coisas da Netflix atualmente, pois vai a fundo num tema espinhoso e por muitas vezes minimizado dentro da sociedade.
Esses filmes estão ficando melhores do que qualquer blockbusters de Hollywood.
Eckhart tem a cara mais presidencial que já vi. Ele não parecia deslocado em uma montanha.
Eckhart é subestimado! E esses filmes B recentes são ótimos!
Olga Krukyenko é a verdadeira superestrela de ação. Devo dizer que o Alex Pettyfer está parecendo muito bem neste trailer.
Estava esperando por este há muito tempo. Jesse V. Johnson é o meu diretor quando eu quiser e filme de ação da velha guarda. Ter Olga Kurylenko lá dentro é um bom bônus; ela é subestimada pra caramba.
Título Americano. Harvey Dent está realmente indo bem para si mesmo.
É um filme de terror e ficção científica lançado em 28 de abril de 1995, dirigido por John Carpenter e baseado no romance "The Midwich Cuckoos" de John Wyndham.
Embora "A Cidade dos Amaldiçoados" tenha recebido críticas mistas na época do lançamento, o filme fez sucesso com o público e hoje é considerado cult, sua atmosfera sombria e as interpretações sólidas do elenco, principalmente do protagonista Christopher Reeve, oferece ao público uma abordagem interessante sobre o tema do desconhecido e os perigos da manipulação genética.
Curiosidades:
- O filme é um remake de "Village of the Damned" (1960), dirigido por Wolf Rilla.
- John Carpenter, conhecido por dirigir clássicos como "Halloween" e "O Enigma de Outro Mundo", foi escolhido para dirigir o remake.
- Christopher Reeve, famoso por interpretar o Superman, é o protagonista do filme, o Dr. Alan Chaffee.
- O elenco também inclui Kirstie Alley, Linda Kozlowski, Michael Paré e Mark Hamill.
Último filme Este foi o último filme estrelado por Christopher Reeve antes do acidente de cavalo que o deixou tetraplégico, ocorrido em 27 de maio de 1995. Depois do acidente, ele ainda atuou no remake do filme Janela Indiscreta, em 1998, na cadeira de rodas.
Participação especial O diretor John Carpenter aparece em uma pequena ponta, como um homem ao telefone no posto de gasolina.
Remake Refilmagem de A Aldeia dos Amaldiçoados (1960).
Adaptação do livro The Midwich Cuckoos (1957)
DETALHE: - The Midwich Cuckoos é uma série de televisão britânica de ficção científica na Sky Max, criada por David Farr. É baseado no livro de 1957 com o mesmo nome de John Wyndham.
O Jogo que Mudou a História
1"O Jogo que Mudou a História", nova série da plataforma de streaming do Brasil.
José Júnior resumiu sua trama: "O Rio de Janeiro tem mais de mil áreas deflagradas. O 'Jogo' é uma série que conta como surgiram os grupos armados. Surgem em 1979. A Falange Vermelha foi a primeira. Além desse surgimento, falamos das grandes guerras. Uma série que tem 12 protagonistas, 70% do nosso elenco é preto. Gravamos em todas favelas reais. Na Tavares Bastos, Vigário Geral, Parada de Lucas, no Dique, na Rocinha. A trilha sonora é feita de forma customizada. A nossa tem predominância de samba rock, funk, MPB. Uma pegada muita preta e nordestina. Há uma série de sotaques. Gravamos em dois presídios reais: o Complexo da Frei Caneca, já fechado, e o do Bangu 1, que está ativo. Orgulho em mostrar a história do ponto de vista do preso, da população, do agente penitenciário. Normalmente nesses filmes é mostrada a história sob o ponto de vista da polícia ou do jornalista, não do protagonista real. Minhas referências foram as histórias que eu ouvia. Não li livro algum, não tive referência. É uma série que vai impactar bastante quem vai assistir", adiantou.
Alli Willow comentou sobre sua personagem: "Faço uma freira e ela é minha grande personagem. Foi uma paixão minha. A gente foi muito impactado pela série e pela preparação. A gente mergulhou em muitas histórias. São fios de muitas realidades diferentes.
Ela é inspirada na Irmã Doroty. Tivemos experiências que incorporamos no projeto. Nunca tive uma preparação comparável com a que tive neste trabalho".
Babu Santana comentou sobre a importância da série: "Faço o Houfman, um dos líderes da tomada de Ilha Grande. Estou muito feliz. Um personagem muito complexo. É duro e ao mesmo tempo carismático. Só aceitei fazer esse tipo de personagem porque era projeto do José Júnior. Estávamos precisando de um preto periférico contando uma história assim. Tem um olhar de dentro de quem morou na favela e de quem viveu essa situação, o que é muito importante. Vi o AfroReggae nascer e poder estar caminhando ao lado dele é incrível".
Bukasssa Kabengele complementou: "Tive o convite para viver o mestre, um dos líderes fundadores do Comando Vermelho. É uma série que não só conta toda a complexidade do narcotráfico, mas como as pessoas são desconsideradas. E é uma série que aceita os sotaques. Mestre Osevam tenta reconstruir sua família e sua dignidade, embora a sociedade não permita".
Fabrício Assis também falou sobre seu papel: "Tive a honra de fazer o Renatinho. Sou apaixonado por esse personagem. A série traz o ponto de vista de todo mundo e o Renatinho é morador. Ele se vê no meio daquela guerra na infância e tem uma infância interrompida. Ele vira refém da situação. O pai dele era chefe do morro. E a gente que mora da favela acaba vivendo isso mesmo. A série mostra a situação do ponto de vista do morador, de quem está na cadeia e de onde a pessoa não vai sair socializada porque o sistema penitenciário não é justo".
Jailson Silva se emocionou quando analisou seu personagem: "É um policial que luta após sair da prisão. Me vejo no personagem porque o Belmiro tem 45 anos, a mesma idade que eu fiz a gravação. É um projeto que vai conquistar o mundo e é um grande privilégio ter feito parte desse projeto que não vai só me representar, como vai representar o Brasil em geral. Foi uma honra fazer um projeto tão grandioso. Vim preparado para estar neste projeto. Ansioso pela estreia".
Jonathan Azevedo lembrou sobre a importância da preparação do elenco: "Tivemos todo um preparo. Um diretor incrível, roteirista maravilhoso, uma preparadora fantástica. E pessoas que me inspiraram no elenco, além da galera que me acolheu. Vivo um personagem que realmente existiu. Gilsinho é um cara que mistura o intelecto e a paixão que o Jonathan têm como pessoa. Todo mundo que fez parte desse projeto deixou parte de sua vivência para o povo ver esses Brasis do Brasil".
João Fernandes não escondeu sua animação: "Interpreto o Binho e essa história permeia oportunidades. Ao longo da minha caminhada artística, nunca vivi nada igual. Por mais que seja uma série que tenha muitos personagens reais, sinto que é uma ode a muita gente sem nome. A gente vai dar uma visão do que essas pessoas viveram. A visão de quem está de dentro. Não é uma coisa do policial ou do jornalista, é do povo. Tudo o que acontece caminha para o futuro dos jovens periféricos. Um prazer poder ter contado essa história com essa relevância".
Pedro Wagner contou um pouco de seu personagem: "Faço o Amarildo nessa colcha de retalhos sobre coragem. É o presidente da associação de moradores. Um imigrante que saiu de um lugar com um apagamento muito grande e vai parar em uma comunidade. Eu me sinto extremamente agradecido. É o personagem da minha vida. Nem em mil vidas conseguirei agradecer ao José Júnior por esse presente. Tem muito da minha ancestralidade nesse papel. Espero que as pessoas se apaixonem por essa história".
Ravel Andrade analisou a realidade que a série retrata: "Foi um projeto muito forte para todo mundo. A preparação foi uma grande transformação na minha vida. A preparadora Fátima Domingues misturou pessoas reais com ex-agentes, atores, enfim, muitas pessoas. O nosso grande ouro está na junção dessas pessoas, na simbiose criada. Levo para minha vida. Meu personagem Egídio é um jovem de classe média alta que sai com o carro do pai, atropela uma menina e a mata. Ela é filha de um coronel que bota ele no presídio de Ilha Grande. A série se passa nos anos 70, época da ditadura. O personagem está ali para mostrar a rapidez com que o sistema carcerário transforma uma pessoa em criminoso. E isso com uma pessoa sendo branca de classe média porque com o negro é ainda pior e mais cruel".
Samuel Melo fez um resumo sobre o seu personagem: "Gegê é um moleque de favela que tem um grande sonho em ser jogador de futebol. Eu também tentei esse sonho e tenho uma sensibilidade muito grande com esse personagem. Quero agradecer essa oportunidade e torço para que o público fique encantado. O jogo que vai mudar a história do Brasil assistindo a essa série".
"O Jogo que Mudou a História" terão dez episódios.
Ervas Secas
4.0 14‘Ervas Secas’ é obra-prima sobre existência humana à deriva!
Filme do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan, 'Ervas Secas', premiado no Festival de Cannes, mergulha sem pressa no absurdo de vidas aparentemente desimportantes.
Quando nos deparamos com Samet pela primeira vez, o protagonista solitário do drama Ervas Secas, do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, é impossível não sentir o peso de sua desolação. Abandonado em um lugar que parece estar no meio do nada, ele enfrenta a neve profunda e o uivo do vento, sem uma alma à vista. O retorno ao trabalho após as férias de inverno só intensifica sua angústia, pois ele volta para um emprego que despreza em uma pequena vila isolada que detesta. Ao longo das próximas três horas do filme, essa miséria existencial raramente dá trégua, deixando-nos a imaginar quantos outros serão arrastados junto com ele.
Ceylan, o renomado cineasta cujo filme Sono de Inverno, de 2014, foi laureado com a Palma de Ouro em Cannes, tem uma habilidade singular para retratar indivíduos desiludidos lutando contra o desespero, enquanto as circunstâncias sombrias em que estão inseridos são contrastadas pelas paisagens deslumbrantes da Turquia, com a beleza ao redor quase zombando de sua dor. No entanto, mesmo dentro do impressionante corpo de obra de Ceylan, Ervas Secas se destaca como um mergulho no abismo da complexidade humana, apresentando um protagonista que, ao final, é difícil de ser redimido. Essa verdade pode não ser evidente de imediato, mas se torna inescapável conforme a história se desenrola.
Interpretado por Deniz Celiloğlu, excelente, Samet reside em İncesu, uma comunidade sonolenta e empobrecida no leste da Anatólia, onde ensina arte na escola local ao lado de seu companheiro de casa, Kenan (Musab Ekici). Com apenas um semestre restante antes de completar seu mandato obrigatório de quatro anos, ele anseia pela transferência para a vibrante Istambul, ansioso para escapar de um lugar que ele considera nada além de um fosso de desesperança.
Existem algumas pequenas consolações em sua existência. Samet se encanta por Sevim (Ece Bağcı), uma aluna inteligente com quem compartilha uma conexão especial. No entanto, a dinâmica entre eles logo se torna mais complicada, com flertes sutis e presentes trocados, tudo deixado pairando no ar como um segredo não dito. E como todos os segredos, este terá suas consequências.
Mas a história de Samet não se resume apenas a Sevim. Ele também conhece Nuray (Merve Dizdar, melhor atriz no Festival de Cannes 2023), uma colega professora com quem tem um encontro às cegas. A interação entre eles é amigável, porém reservada, e logo descobrimos que Nuray carrega consigo as cicatrizes de um passado doloroso, incluindo a perda de sua perna direita em um ataque terrorista. Enquanto Samet se vê envolvido em um triângulo romântico tenso entre Sevim e Nuray, suas próprias motivações e desejos se tornam cada vez mais difíceis de decifrar, ou aceitar.
À medida que mergulhamos mais fundo na psique de Samet, percebemos que ele é um homem atormentado por suas próprias incertezas e desejos contraditórios. Ele busca controle sobre sua vida em um mundo que parece determinado a mantê-lo preso em um ciclo de desespero e desilusão. E conforme o filme avança, testemunhamos suas tentativas desesperadas de encontrar redenção e significado em meio ao caos de sua existência.
O trabalho de Ceylan ganha vida na tela grande, onde as vastas paisagens da Anatólia proporcionam o cenário perfeito para os dramas pessoais de seus personagens. Filmado com maestria por Cevahir Şahin e Kürşat Üresin, cada cena é uma obra de arte em si mesma, com cada detalhe cuidadosamente elaborado para transmitir a angústia silenciosa de Samet e seus companheiros.
E assim como as fotografias capturadas por Samet ao longo do filme, Ervas Secas nos convida a contemplar a complexidade da condição humana, explorando temas de solidão, desespero e redenção. No final, somos deixados com uma sensação de ambiguidade, sem respostas fáceis ou soluções simples. Pois, assim como Samet, cada um de nós está lutando para encontrar nosso lugar neste mundo, perdidos nas vastas planícies das nossas próprias existências e insignificâncias.
Entrevista com o Demônio
3.5 341‘Late Night With the Devil’ diverte e assusta enquanto critica a televisão!
Em estilo found footage, o filme de horror 'Late Night With the Devil', dos diretores australianos Cameron e Colin Cairnes, explora um episódio maldito de um talk show nos anos 1970.
Ao menos desde Poltergeist (1982), de Tobe Hopper, e Videodrome (1983), de David Cronenberg, a televisão foi apropriada enquanto um objeto que pode ser conectado ao sobrenatural e ao maligno. A tecnologia nascente – por conta tanto de seus elementos físicos marcantes (como a estática) quanto por seu poder de persuasão – sempre pareceu um dispositivo capaz de servir de portal para o que havia de mais obscuro.
Ainda não lançado no país, Late Night With the Devil, dos diretores australianos Cameron e Colin Cairnes, tem gerado uma ótima repercussão entre os fãs do gênero ao fazer uma espécie de homenagem não apenas a esses filmes, mas à televisão produzida nos anos 1970 e aos programas em estilo talk show. Mas, diferente dos filmes de que, aqui o foco está na produção dos programas (e não em sua recepção), mas, sobretudo, nas consequências do já pungente sensacionalismo televisivo.
A proposta de Late Night With the Devil é se enquadrar enquanto um found footage. Há uma fita que foi encontrada que mostra um episódio do programa Night Owls de 1977, capitaneado pelo apresentador meio canastrão Jack Delroy (David Dastmalchian, de Duna, que está excelente no papel). O episódio, exibido durante o Halloween, é maldito: sabe-se que algo muito terrível ocorreu naquela noite.
Contudo, o que vai ocorrendo – e que não cabe contar aqui para não estragar a experiência – é eletrizante. Em cerca de 90 minutos, a obra dos irmãos Cairnes convence e nos envolve em um único fôlego do início ao fim.
Uma homenagem (horrenda) à televisão
Categorizado entre o horror e a comédia, Late Night With the Devil é desses raros filmes que conseguem aproximar gêneros improváveis de uma forma original. É engraçado por razões difíceis de precisar, sem nunca arrancar gargalhadas – o chiste está na paródia bem feita à estética dos anos 1970 e na crítica elegante que carrega aos excessos televisivos em prol da audiência.
Jack Delroy, no momento de produção de seu programa, está em baixa: parece condenado a sempre permanecer na vice-liderança, atrás do programa de Johnny Carson. Mas, como quase todo apresentador de programas populares, Delroy parece propenso a fazer qualquer coisa para salvar o show. Ao lado de seu produtor nebuloso (Josh Quong Tart), ele dá a sensação de ser daqueles tipos capazes de vender a mãe caso isso renda uns pontinhos de IBOPE.
David Dastmalchian está excelente como o apresentador Jack Delroy.
Para tentar bombar no Halloween, eles investem em um filão que costuma ir bem nesse tipo de atração: o sobrenatural (o que faz lembrar, por exemplo, nos tantos programas dominicais que levaram médiuns ao antigo local do presídio do Carandiru para ouvir espíritos). E, como o título já entrega, isso pode significar, no Night Owls, um “convite” ao diabo.
Os cenários iluminados de um estúdio de televisão, por incrível que pareça, podem ser mais assustadores que os ambientes soturnos típicos de filmes do gênero. Entram então no palco desse programa maldito personagens tão bizarros como risíveis, como um médium árabe capaz de se conectar com os mortos (o ator libanês Fayssal Bazz), um sujeito meio “Padre Quevedo” que se dedica a desmentir fraudes (Ian Bliss) e uma parapsicóloga (Laura Gordon) que salvou uma menina de uma possessão demoníaca (Ingrid Torelli, assustadora).
Talvez toda a ideia não seja exatamente original, assim como filmes que criticam o sensacionalismo televisivo não são uma novidade. Mas Late Night With The Devil prova uma verdade: quando bem executada, até uma trama meio batida pode gerar um bom filme.
Encantado’s (2ª Temporada)
3.8 3Segunda temporada de "Encantado`s" mantém as qualidades da primeira.
Em meio ao sucesso da primeira temporada de "Encantado`s" na televisão por assinatura --- cuja estreia foi em novembro de 2022 e a exibição na televisão fechada entre maio e junho de 2023 ---, uma segunda já tinha sido encomendada e estreou na plataforma de streaming do Brasil em março deste ano. A receptividade do público seguiu em alta e sua entrada na grade da tevê aberta se deu em pouco mais de um mês ---- um intervalo muito menor. E dá para entender todos os motivos para o êxito da série.
Na primeira temporada, o público conheceu o funcionamento do mercado e da agremiação Joia do Encantado, que dividem o mesmo espaço no estabelecimento da família Ponza, em uma mistura de personagens apaixonados por ambos. De dia, é Olímpia (Vilma Melo) quem administra o comércio, sucesso entre os moradores do bairro, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quando anoitece, é hora de arrastar as prateleiras e abrir espaço para o samba, a maior inspiração na vida de Eraldo (Luis Miranda). E é encarando as adversidades e levando o dia a dia com leveza que esses irmãos mantêm a união para tocar os negócios herdados pelo pai, Geraldo Ponza, também interpretado por Luis Miranda.
Depois do desfile apoteótico que emocionou a avenida, Olímpia, Eraldo e toda a turma enfrentam novos desafios. Se a disputa entre os irmãos foi a base da primeira temporada, agora, sem deixar de lado os conflitos da dupla,
que passa pela sobrevivência dos seus empreendimentos para contornar os resultados negativos dos investimentos frustrados que fizeram, as relações familiares ganham diferentes camadas e histórias dos personagens que vivem no entorno dos protagonistas são aprofundadas.
Mergulhando nas novidades da temporada, no mercado, Maria Augusta (Evelyn Castro), influencer digital e a mulher de Eraldo, salva o "Encantado`s" da falência e se autoproclama como gerente, sendo mais um problema para a cunhada, Olímpia. Já no bairro, a vilã da vez é Dalva (Eliane Giardini), que ocupa o lugar de Madurão (Tony Ramos), com objetivos que vão muito além da mera compra do terreno dos Ponza. Após ter aprontado com Eraldo e quase levado a Joia do Encantado ao rebaixamento no último episódio da primeira temporada, Madurão é rechaçado por Marlene Ponza (Dhu Moraes). A matriarca da família não aceita as desculpas do bicheiro, que acaba ridicularizado pela comunidade. Mas antes de ser enviado para um ponto menor, o mandachuva consegue articular sobre quem o substituirá na contravenção: entra em cena Dalva. A princípio, a chegada da mãe de Ceroto (Leandro Ramos) parece trazer alívio cômico para a série, mas as aparências enganam. O curioso é que Tony precisou se afastar da segunda temporada por conta das gravações intensas de "Terra e Paixão", onde vivia o temido Antônio La Selva. E Eliane Giardini, além de tê-lo substituído, ainda conseguiu emendar com a novela de sucesso de Walcyr Carrasco e, na pele da perversa Agatha La Selva, fez um trio grandioso com Tony e Gloria Pires (Irene La Selva). No primeiro episódio da segunda temporada, Tony e Eliane contracenaram brevemente, o que causou a lembrança imediata do folhetim das nove.
A série fala de afetos, relações e superação com uma mistura competente de humor e leveza. Desta vez, além do núcleo familiar dos Ponza, a cada episódio ficam evidentes um pouco mais das relações e características das figuras que compõem tanto o supermercado como a Joia do Encantado. Com um elenco repleto de talentos, o caminho para a expansão desses personagens foi algo esperado e merecido. Há um foco na relação de Melissa (Ramille) e Ponza, além da nova relação de Melissa com Pedro (Dhonata Augusto). O agora namoro entre Flashback (Digão Ribeiro) e Pandora (Dandara Mariana) e uma espécie de trégua nos embates entre os irmãos Olímpia e Eraldo diante de Maria Augusta, que não deixa de ser um problema em comum, e até uma crise na dupla formada por Eraldo e Leozinho (Augusto Madeira). Também há uma boa sacada em abordar como é a rotina da comunidade nos meses em que não há nada sobre Carnaval.
A sintonia entre Vilma Melo e Luis Miranda reflete bem o clima gostoso da série e Evelyn Castro segue como um dos pontos altos do elenco. Mas é até injusto destacar apenas alguns porque todos esbanjam talento e os personagens são carismáticos. Luellem de Castro diverte através do péssimo humor de Ana Shaula, Ludmillah Anjos traz toda a sua luminosidade para Crystal, Digão Ribeiro imprime uma pureza bonita demais ao Flashback e a entrada da maravilhosa Eliane Giardini e do ótimo Romeu Evaristo (Tião) deixou o time ainda melhor. Ainda merecem elogios Augusto Madeira, Dandara Mariana, Dhonata Augusto, Ramille, João Côrtes (Celso), Neusa Borges (Tiia Ambrosia) e Dhu Moraes. Vale citar também as deliciosas participações, como Clara Moneke revivendo a Kate de "Vai na Fé", Fabíula Nascimento, Paolla Oliveira, Késia, Welder Rodrigues, Tia Surica, Urias e até Regina Rouca.
"Encantado`s" ---- com direção artística de Henrique Sauer e direção de Nathalia Warth e Naína de Paula ----, manteve as qualidades da primeira temporada na segunda e já tem uma terceira em andamento. Fruto do sucesso de uma história simples e desenvolvida com amor pelas autoras e criadoras Renata Andrade e Thais Pontes, que contam com a colaboração de Antonio Prata, Chico Mattoso e Hela Santana.
Renascer
3.4 4Impressionante como não acontece NADA nessa novela. Semanas e semanas passam e tudo segue exatamente na mesma, onde até os diálogos se repetem. E a Globo jurou que seria um sucesso baseada no resultado de 31 anos atrás. Caiu do cavalo.Bem feito.
Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão
3.4 487 Assista AgoraO pior filme da franquia
O terceiro filme de uma série pode ser um sucesso ou um fracasso. Há uma onda de “uau, chegamos até aqui?” por parte dos cineastas e uma onda de “Não acredito que eles estão fazendo outro” no público e, compreensivelmente, os cineastas e estúdios tentam ver se conseguem levar a série em uma direção diferente na finalização de uma trilogia. O problema é que, com essa mudança, embora entre em jogo certa admiração pelo risco, a mudança de rumo pode muitas vezes desperdiçar ou diminuir o que já foi construído a partir dos filmes anteriores e solidificar a decisão do cinéfilo de não procurar mais filmes daquela franquia. Aconteceu com a franquia Brinquedo Assassino e a franquia Halloween e, infelizmente, acabou acontecendo com Mad Max.
A série, que começou com um filme de baixo orçamento mas bem realizado, conseguiu seu sucesso no segundo longa. O primeiro filme pegou o básico do cinema de ação e construiu o início de uma história distópica assustadora, embora um tanto leve e sem grandes momentos memoráveis. Sua sequência, no entanto, acelerou, trazendo um grande investimento em ação e cenários, afirmando formalmente o personagem titular de Mel Gibson como um herói importante do gênero de ação.
O terceiro filme, Mad Max - Além da Cúpula do Trovão, faz uma abordagem no estilo Retorno de Jedi para a sequência, suavizando-a tudo, acabando com a violência do segundo filme, decorando-a com fantasias, tentando algo completamente diferente e, por fim, deixando reações extremamente divididas entre o seu público.
O que antes era uma série sobre suspense e desordem no meio do nada se transformou em um filme que segue a fórmula de um épico ou de um conto de guerreiro clássico mas com pouco efeito. Além da Cúpula do Trovão se transforma em um filme de fantasias bobas e coisas que mastigam cenários, em vez de capitalizar o que tornou a franquia tão única e, muitas vezes, tão hipnotizante.
Gibson retorna no papel titular, desta vez exilado no deserto por Aunty Entity (Tina Turner), a governante de Bartertown. Enquanto vagava pelo deserto, novamente tentando permanecer vivo e alerta em um mar de caos e desordem, Max se depara com o local da queda de um Boeing 747. As pessoas dentro do avião são membros de um culto de carga melanésia, muitos dos quais são crianças.
Depois de proteger os aldeões do filme anterior, Max se confronta para tentar manter a ordem entre as pessoas e protegê-las, especificamente as crianças, dos perigos das gangues que espreitam no deserto. (Filme de ação cheio de crianças nunca dão certo).
Mad Max - Além da Cúpula do Trovão parece um filme que conseguiu escapar do controle de George Miller e realmente escapou, já que o filme teve 3 roteiros diferentes e dois diretores foram creditados. O filme parece ter sido sequestrado pelas forças maiores de Hollywood, que, por sua vez, minimizaram toda a violência, recusaram temas mais sombrios e criaram um filme muito mais preocupado com a representatividade das pessoas do que com os perigos que espreitam no deserto. Isso seria compreensível se o filme não estivesse sobrecarregado por uma sensação geral de desconexão total com os filmes anteriores. Pouco interesse humano pode ser obtido desses personagens, e Max sente como se tivesse transcendido o reino de ser um enigma para um personagem completamente artificial, sem peso, e sem seus dilemas que tanto o atormentam, além de extremamente caricato, especialmente quando vestido com aquelas fantasias ridículas.
Essa direção diferente do filme, equipado com cenas mais "alegres", até meio "Disney", totalmente distintas dos dois projetos anteriores. Faz o filme parecer o tempo todo um suspense de baixo risco, especialmente na parte intermediária do filme; em nenhum momento sentimos um perigo verdadeiro na história. Existem alguns momentos legais no longa, graças ao carisma de Mel Gibson, mas é apenas isso; sem a presença do astro, esse filme seria ainda mais esquecível.
Finalizando, Mad Max - Além da Cúpula do Trovão sofre sob o peso de suas próprias ambições e ideias, criando efetivamente algo a partir de uma propriedade original que não existia para começar. Tenho certeza de que se você dissesse ao Max do primeiro filme que ele acabaria nas situações em que se encontra neste filme, ele riria de você.
MIB: Homens de Preto
3.5 712 Assista AgoraSó para vocês terem uma ideia, o governo decide revelar que existe vida em outros planetas, e mais que isso, mostra provas dos contatos com outras civilizações. Vocês já imaginaram a confusão que isso iria causar só com as religiões no planeta? Os conflitos, fanatismos e muito mais.
E só citando as religiões, sem falar nos possíveis colapsos econômicos, militares e todo um caos que poderia acontecer.
O pavo é facilmente manipulado em uma eleição, fazem loucuras por política, viram verdadeiros fanáticos, às vezes até criminosos, imaginem a reação popular em algo tão grandioso.
Vai ser um caos!
Rambo: Programado Para Matar
3.7 579 Assista AgoraSem duvidas, first blood foi o mais autentico e visceral de todos.
Amo o herói Rambo revelou o lado do soldado que voltou da guerra sofrido e desamparado pelo governo e comunidade. Amo a trilogia Rambo!!
"Nada acabou, senhor, nada. Não se consegue desligar. A guerra não era minha; você me chamou, não pedi para ir. Fiz o que tinha que fazer para vencer, mas não deixaram a gente ganhar; e eu volto para o mundo e vejo aqueles babacas no aeroporto protestando, me chamando de assassino de bebês e todo tipo de baboseira. Quem são eles para protestar contra mim; quem são eles? Se estivessem na minha pele pelo menos saberiam porque estavam gritando. Para mim a vida civil não é nada. No campo poderia pilotar um helicóptero, dirigir um tanque, comandava equipamentos de 1 milhão de dólares, aqui eu não consigo arrumar uma porcaria de um emprego de frentista de posto de gasolina." A cena, na minha opinião, a mais emocionante do filme... Pesado
O livro é bem bacana, a adaptação vale apena. Considero uma das melhores obras sobre "traumas de guerra".
Em outro sentido de ironia do filme, uma cena no escritório de Teasle mostra que ele possui uma caixa sombria com medalhas, o que significa que ele também é um veterano. Não se sabe por que Teasle mostraria tal preconceito em relação a Rambo, embora uma explicação possa ser que é provável que a visão original de Teasle sobre os veteranos não fosse a de homens desempregados e desalinhados como Rambo, mas sim a de homens bem-vestidos voltando para casa após a Guerra da Coréia (1950-1953) e que imediatamente conseguiu empregos, o que contribuiu para a década de 1950, um dos tempos económicos mais vibrantes da história americana, enquanto outra explicação é o ciúme rancoroso de veteranos da Guerra do Vietname como Rambo sendo mais publicamente enfatizado em veteranos da Guerra da Coreia como o próprio Teasle.
Maomé: O Mensageiro de Alah
3.8 13O diretor americano de origem síria Moustapha Akkad filmou o filme "A Mensagem" para explicar que o Islã é uma religião de tolerância e paz. Em 2005, o hotel em que ele se hospedou na Jordânia foi atacado por uma organização terrorista islâmica, e o diretor e sua filha perderam a vida!
Spawn - O Soldado do Inferno (1ª Temporada)
4.2 16 Assista AgoraSpawn não é da Marvel nem DC.
Essa série é muito boa, não se brinca com choradeiras ou para Gerações de Cristal.
É cruel? Sim, pois é direta e com clareza.
Quando um humano é transformado em Hellspawn, o seu corpo mortal fica na Terra e a sua alma recebe um novo corpo feito em parte da essência demoníaca do Senhor Infernal que o cria, mas em grande medida é criado a partir de uma substância chamada Necroplasma, que é parasitária, empática e um potente gerador de energia mágica. O necroplasma reage à mente e ao ego do sujeito e recria um corpo poderoso que emana uma aura maligna, que então alimentará os poderes do hospedeiro e nutrirá o seu fato, embora seja um poder limitado e se desgasta a menos que a cria absorva aura maligna de lugares e seres afastados da bênção celestial. No entanto, este processo de recarga literalmente apodrece a alma que outrora a originou e transforma progressivamente a cria num demónio.
Suas habilidades ainda são limitadas e possuem fraquezas. A luz e o fogo de Deus enfraquecem-no e podem feri-lo. A zona morta, um pedaço do céu no mundo, desativa seus poderes, o mesmo quando toca em um ser celestial de alto nível.
Aposto que este vídeo não vai ter curtidas nem nada, porque Spawn tem medo das Gerações de Cristal?
Preferem um Superman que dá muito 🥱🥱🥱
Eu prefiro um roteiro como Spawn, pena que a 🎥 não bateu muito e eles tinham um bom ator Michael Jai White.
Mas a Série Animada é uma obra de arte.
Moonlight
4.1 85𝐌𝐨𝐨𝐧𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 é uma série de televisão norte-americana, exibida nos Estados Unidos em 2007 pela rede CBS, no Brasil pela Warner e SBT em Portugal pela FOX. A série foi cancelada em 2008, após uma só temporada.
𝙎𝙞𝙣𝙤𝙥𝙨𝙚:
O enredo gira em torno de vampiros.
O protagonista é Mick St. John (𝐀𝐥𝐞𝐱 𝐎’𝐋𝐨𝐮𝐠𝐡𝐥𝐢𝐧), um detetive particular ao estilo noir, que descreve seus pensamentos enquanto se envolve em casos exóticos. Ele se tornou vampiro há mais de meio século, em 1952, quando foi mordido pela vampira Coraline (𝐒𝐡𝐚𝐧𝐧𝐲𝐧 𝐒𝐨𝐬𝐬𝐚𝐦𝐨𝐧). Ela era sua noiva e o transformou no dia do casamento. Mick a abandonou com raiva e repulsa, mas nunca se viu livre dela, que ainda o ama.
Muito da mitologia dos vampiros é deixado de lado: eles podem andar sob a luz do Sol, embora não por muito tempo, não morrem com estacas (só ficam paralisados) ou água benta e são neutros quanto ao alho. Já no piloto da série, Mick encontra uma pessoa do passado, Beth Turner (𝐒𝐨𝐩𝐡𝐢𝐚 𝐌𝐲𝐥𝐞𝐬), uma jornalista que ele salvou da sua esposa maligna há vinte e dois anos e pela qual se apaixona. O elenco principal se completa com o mentor de Mick, Josef (𝐉𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐃𝐨𝐡𝐫𝐢𝐧𝐠), um vampiro sarcástico e centenário.
Em 𝐌𝐨𝐨𝐧𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭, aborda-se a concepção de vampiro do Ocultismo, em que o personagem absorve energia vital. Essa energia está presente no sangue e é descrita em antigos textos místicos. Já no piloto, um professor de Antropologia diz que somos todos vampiros, pois começamos nossas vidas nos alimentando do sangue materno e, adultos, buscamos recuperar essa agradável, quase religiosa sensação de beber sangue.
O seriado é produzido por 𝐃𝐚𝐯𝐢𝐝 𝐆𝐫𝐞𝐞𝐧𝐰𝐚𝐥𝐭, co-criador de Angel. De acordo com o The Hollywood Reporter, Moonlight se avizinha como uma das mais interessantes séries sobrenaturais dos últimos anos. Basicamente, o protagonista investiga um caso por episódio e sua companheira, sabendo que ele é um vampiro, passa a ajudá-lo. Coraline, que nunca desistiu de Mick, reaparece no meio da primeira temporada.
Uma série que poderia muito bem ter tido mais temporadas, mas que infelizmente foi cancelada muito cedo - 📺
Justiça (2ª Temporada)
3.5 90"Justiça 2" foi uma grande decepção!
Manuela dias recebeu a missão de escrever uma nova temporada de "Justiça", após o sucesso da série exibida pela Globo há 8 anos. A autora criou quatro novas histórias que se interligam, repetindo o formato original, e manteve apenas uma personagem da história de 2016. A trama teve uma imensa repercussão na época e foram vários elogios. No entanto, apesar do saldo muito positivo, a produção teve problemas visíveis no desenvolvimento. E as incongruências da narrativa se agravaram em "Justiça 2".
O novo enredo chegou ao fim no Globoplay nesta quinta-feira (23/05), depois da liberação dos quatro últimos episódios, fechando o ciclo com um total de 28 capítulos. A sinopse da série resumiu bem o drama dos protagonistas. O motoboy Balthazar (Juan Paiva) é preso injustamente após ser reconhecido como assaltante do restaurante Canto do Bode em um catálogo digital de suspeitos da polícia. Violentada pelo tio na adolescência, Carolina (Alice Wegmann) muda de cidade para se distanciar da situação. Quando volta para Ceilândia (DF), revive traumas do passado e decide denunciar seu abusador. Renato (Filipe Bragança), um traficante de classe média, se muda para a comunidade do Sol Nascente. Com seu som alto ligado 24 horas por dia, passa a entrar em conflito com as vizinhas Geíza (Belize Pombal) e Sandra (Gi Fernandes). Em um momento de desespero, Milena (Nanda Costa) rouba um carro e acaba presa por um crime que não cometeu.
Das quatro histórias, a única que não deu para engolir desde o primeiro ato foi a de Milena. A autora subestimou a inteligência do público do primeiro ao último minuto daquele enredo. O objetivo era claro: formar um casal lésbico sem sofrer a censura da televisão aberta. E a química entre Paolla Oliveira e Nanda Costa foi visível. Mas só química não sustenta uma trama.
Não precisava ter sacrificado tanto a lógica para a paixão das personagens. Milena ter roubado um carro e esfaqueado o motorista apenas para usar a bateria do veículo como gerador --- para a sua mãe não perder os salgadinhos em sua geladeira --- foi o suprassumo do ridículo. E todos os acontecimentos posteriores deixaram o contexto ainda pior, incluindo três assassinatos que desafiaram a racionalidade de qualquer um. Tudo sobre o núcleo já foi analisado em uma crítica anterior (que você pode ler aqui: Trama de Milena em "Justiça 2" faz o público de idiota).
Já as outras três tramas prenderam a atenção graças ao desempenho visceral do elenco e ao contexto, que representa uma rotina triste da sociedade brasileira em cima do que acontece com o povo preto e mulheres vítimas de estupradores. No entanto, até mesmo as narrativas de Balthazar, Carolina e Geíza foram se perdendo ao longo dos episódios a ponto de também ultrapassarem a linha tênue da licença poética. É importante tomar cuidado na cobrança de verossimilhança na ficção porque toda obra tem seus furos, o que é compreensível e até 'perdoado' pelo público caso a história seja muito boa e bem estruturada. Mas no caso da série as situações estapafúrdias foram virando uma bola de neve.
O conflito que desencadeia todas as desgraças na vida de Geíza é bastante frágil. Um playboy jamais ficaria com um som ligado 24 horas em uma favela sem ser enquadrado pelo tráfico local. Ainda que ele estivesse dentro do 'esquema'. E como assim Geíza e Sandra decidem fugir do local do crime comprando passagens na rodoviária? A saída de Geíza da prisão, após sete anos, promoveu uma inversão de papeis com sua filha virando protagonista e ela coadjuvante. A lógica seria Geíza lutar pela sua inocência, uma vez que assassinou Renato em legítima defesa. Mas a personagem se viu diante de um esquema de lavagem de dinheiro, onde sua filha era a laranja. Tudo por culpa de Nestor (Marco Ricca), um político corrupto e responsável por 99% das maldades da série, o que também enfraqueceu a narrativa. O bom plot é a morte de Sandra, que assusta e surpreende. O telespectador não espera aquele desfecho. Mas o crime acontece por conta de uma situação forçada. Como pode Cassiano (Luciano Mallman), o sujeito que mais quer se vingar de Nestor, colocar as duas em um carro com um motorista que ele nunca viu na vida? E, após a outra desgraça que acomete a vida de Geíza, fica difícil comprar o romance que surge entre ela e Abílio (Danton Mello), pai do rapaz que ela matou. Até porque ele foi o responsável indireto pela morte de Sandra, já que compactuava com o esquema. Por mais que tenham se unido contra Nestor, é uma situação tão incômoda quanto a criada pela mesma autora em "Justiça", quando Elisa (Debora Bloch) se envolveu com Vicente (Jesuíta Barbosa), o genro que matou a filha dela.
A trama de Carolina começou muito bem e era a que mais instigava porque Jayme (Murilo Benício) foi preso pelas várias tentativas de estupro, após a denúncia da sobrinha. A omissão da família diante do crime ainda expunha uma dura realidade na vida de muitas mulheres e adolescentes. Mas, depois que Júlia (Júlia Lemmertz) acabou no hospital, o enredo começou a degringolar. Carolina decidiu virar garota de programa para pagar a conta do hospital particular que cobrava semanalmente pela internação. E seu único cliente era Nestor. A mãe acabou morrendo porque Jayme contou sobre a nova profissão de Carol, mas a personagem seguiu com o político. Após muitos encontros, o vilão se encantou pela garota, que virou uma espécie de amante fixa. A sobrinha de Jayme descobriu que foi ele o responsável pela morte da mãe e decidiu matá-lo. Então seduziu Nestor para que aprendesse com o cliente a atirar. Aprendeu, furtou a arma dele e armou um plano idiota. Ia matá-lo durante uma campanha feita para a pet shop de sua propriedade e depois fugiria. Simples assim. Kellen (Leandra Leal) descobriu e não permitiu que a burrice se concretizasse. Só que Carol aceitou uma carona do tio, que tentou violentá-la outra vez, mas não conseguiu porque a sobrinha provocou um acidente e fugiu.
E nem o drama de Balthazar escapou do amontoado de contrassensos. A saga do motoboy era uma das mais realistas diante de tantas situações que ocorrem com jovens negros no país. Porém, tudo começou a mudar quando a aliança com Cassiano foi firmada. Além do personagem ter perdido o destaque que tinha, passou a protagonizar situações esdrúxulas, como a cena em que o rapaz deduziu que Maria Eduarda (Helena Kern) entenderia um código de ligar apenas três vezes porque jogava um negócio chamado "Game 3" e por lá eles poderiam conversar sem serem grampeados por Nestor. A filha do corrupto se aliou aos dois para libertar a mãe, Silvana (Maria Padilha), da clínica em que acabou internada contra a vontade. Mas a tal aliança não teve qualquer resultado até a última semana da série. Para piorar, Larissa (Jéssica Marques) descobriu que o autor do assalto ao restaurante Canto do Bode foi o seu ex-noivo, Túlio (Breno da Matta). O crime que caiu nas costas de Balthazar só foi desvendado porque a garota reconheceu o tênis do sujeito, que ainda usava o par sete anos depois. Após ter sido desmascarado pela ex, o motoboy foi até Nestor e pediu autorização para matar Balthazar com a garantia de que não iria para a cadeia. A proposta foi aceita. E o que ele fez? Pegou um carro e atropelou o rival, que fazia entregas de bicicleta e usando um capacete. A tentativa de assassinato aconteceu no meio de uma avenida movimentada e na frente de uma multidão que acompanhava os ensaios de Milena. Outra sequência que desafiou os limites da lógica. O criminoso achou que não tinha câmera de tráfego na área? Que não teria testemunha? Fora que a cena do atropelamento foi tão fraca e mal realizada que nem o para-brisa do carro quebrou.
A autora tinha a chance de melhorar o saldo da trama com finais catárticos e estruturados. Mas não conseguiu. Os três últimos episódios pareceram um surto coletivo e apenas o fim de Balthazar se mostrou condizente com sua trajetória, uma vez que o motoboy viveu um verdadeiro inferno repleto de desgraças até o seu merecido final feliz com direito ao dinheiro da indenização pela sua prisão injusta e um bonito casamento com Larissa. Mas que ideia infeliz exibir o jornal com todos os desfechos no término de cada episódio. Era para ter a imagem apenas no último. O telespectador recebeu uma cuspida de spoilers na cara a ponto de arruinar qualquer surpresa dos demais desfechos e que não foram bons.
A solução que Carolina encontrou para se vingar de Jayme foi quase um plano infalível do Cebolinha, da "Turma da Mônica". Qual o sentido da personagem concluir que Darlan (Fábio Lago) surtaria com o sequestro da sua cachorra a ponto de assassinar alguém a sangue frio? E tudo funcionou direitinho por pura conveniência de roteiro. A personagem ainda traiu as duas únicas pessoas que a ajudaram em meio ao caos de sua vida. Seria muito mais lógico o Nestor ter sido usado por ela para matar o seu abusador. Aliás, a ex-prostituta roubou a arma dele e o sujeito mais esperto da trama não descobriu? Ele nunca mais a procurou por qual motivo? E por que o casamento de Carolina tinha acabado? Uma cena longa de 'DR' (Discussão de Relacionamento) foi exibida e não teve explicação para o mais importante. Eles reataram? Dividiram o dinheiro da indenização? Nada foi dito. Ao menos a última cena, quando Carolina mergulhou no mar para limpar sua alma ao som de "Triste, Louca ou Má", cantada por Maria Gadú, merece elogios.
Já o desfecho de Geísa e Abílio foi pior ainda. A mãe de Sandra deu seu apartamento para o chefe do tráfico para que o pai de Renato conseguisse fugir do presídio (o sujeito foi preso por conta de uma armação de Nestor). E os dois foram embora de ônibus sem um tostão no bolso, mas felizes pelo amor que criaram um pelo outro. Não teve vingança alguma ou justiça. Para que gravaram aquele vídeo de Nestor transando com Carolina se não teve qualquer serventia? Assim como aconteceu com Carolina, a punição do algoz do casal foi realizada por outra pessoa, no caso Silvana, que esfaqueou o marido enquanto o asqueroso homem a estuprava. Uma morte muito 'simples' e rápida diante de todos os horrores que o vilão fez na série. E o que aconteceu depois? Só aparece a manchete no jornal impresso com a notícia de que a 'esposa matou o marido a sangue frio'. Sangue frio? Não foi comprovado que ela estava sendo violentada? Não foi feito nenhum exame? Ela foi parar na cadeia? O que aconteceu com a filha deles? Marco Ricca e Maria Padilha deram um show, mas foi outro desfecho que deixou a desejar e não teve nem a metade do impacto esperado.
O vigésimo oitavo episódio foi marcado pela conclusão da saga do casal Jordana e Milena, que foi formado após uma sucessão de situações absurdas. Portanto, a expectativa era bem baixa diante do conjunto da trama da aspirante a cantora. E realmente não houve nada de impactante ou surpreendente. As incongruências seguiram ali a ponto de Jayme desvendar que Milena foi a assassina de Egisto por conta de uma pulseira que ele lembrou que ela usava durante um encontro que teve com Jordana por cerca de um minuto. A empresária ainda levou o casaco em que Luara (Juliana Xavier) costurou cópias dos documentos que comprovavam seus crimes, após tê-la matado, para jogar no mar, ação que foi vista por Jayme. Não era mais fácil ter queimado o tecido em casa? E graças ao tio de Carolina que Jordana soube do crime de Milena. A última cena, em que Jordana viu Luara em um show de Milena, foi a comprovação derradeira da parceria das duas. Mas a milionária manteve o relacionamento com a cantora e fez uma cara de decepção para manter a dúvida no telespectador sobre o que aconteceu depois (se matou a namorada afogada ou se vai ficar sempre com medo de ser a próxima vítima).
"Justiça 2" foi uma série carregada pelo seu elenco repleto de talentos. Quase todos merecem aplausos e defenderam seus personagens com segurança. E no quesito entretenimento, a produção também prendeu até o final graças aos bons ganchos de Manuela Dias. Mas a autora pecou bastante no desenvolvimento de todas as histórias e muitas vezes subestimou a inteligência do público, o que afetou conjunto da obra e o resultado final, que se mostrou bem aquém da primeira temporada. Uma grande decepção.
Justiça (2ª Temporada)
3.5 90Elenco é o ponto alto de "Justiça 2"
A nova série da TV, escrita por Manuela Dias e baseada no mesmo formato e universo de "Justiça", exibida em 2016, apresenta quatro histórias fortes e com elementos que prendem a atenção do público. No entanto, há várias incongruências no roteiro que prejudicam a narrativa. Ainda assim, o conjunto desperta interesse por conta de um fator decisivo: o elenco escalado.
Os atores sustentam a história através de interpretações contundentes. A autora e o diretor, Gustavo Fernández, foram muito felizes na escolha do time de "Justiça 2" e em todas as cenas o êxito na escalação aflora. É até injusto citar um grande destaque porque a disputa é acirrada, inclusive entre os coadjuvantes e participações pontuais.
Entre os protagonistas, Belize Pombal, Alice Wegmann e Juan Paiva acabam sobressaindo por conta da dramaticidade de suas respectivas histórias, todas impregnadas de sofrimento por todos os lados, onde não há um respiro sequer.
Uma mulher presa por ter cometido um crime em legítima defesa, uma garota violentada pelo tio e um rapaz que foi parar na cadeia por conta de um reconhecimento facial racista. A narrativa do trio fica cada vez mais pesada com o passar dos episódios, o que vai exigindo uma entrega mais intensa doa atores, que correspondem integralmente.
Belize Pombal é uma força da natureza. Sua potência cênica é fascinante e seu trabalho irretocável ficou conhecido pelo grande público através da primeira fase do remake de "Renascer", onde emocionou na pele da também sofrida Quitéria, mãe de Maria Santa (Duda Santos). A atriz ganhou uma merecida protagonista na série e arrebata assim que surge em cena. A saga de Geiza é a pior de todas e as cenas dilaceram o telespectador. O olhar de profunda tristeza da personagem toca fundo em quem assiste e Belize fez uma dobradinha incrível com a igualmente talentosa Gi Fernandes, que viveu Sandra, a única filha daquela mulher. E o acontecimento trágico dessa trama proporcionou uma cena de elevado grau de dificuldade para a intérprete, que tirou de letra.
Alice Wegmann prova mais uma vez que está pronta para qualquer desafio, inclusive uma protagonista de novela, ainda que não esteja em seus planos por agora diante do seu envolvimento com tantos outros projetos. Carolina é uma mulher de olhar triste e distante por conta de tantos abusos sofridos ao longo da infância e adolescência. A prisão do abusador Jayme (Murilo Benício), durante sete anos, não provoca qualquer melhora em seu estado psicológico e sua soltura ocasiona uma piora ainda maior em sua vida. São cenas desconfortáveis e pesadas. A atriz está irretocável em cena e vale destacar seus momentos ao lado de Murilo Benício e Júlia Lemmertz, intérprete de Júlia, a mãe omissa e adoentada de Carolina.
Juan Paiva vem se destacando como João Pedro no remake de "Renascer" e ganhou mais um personagem sofredor em "Justiça 2", uma vez que Balthazar come o pão que o diabo amassou e está em uma situação muito pior que a do caçula de Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) na novela das nove. Preso injustamente por sete anos, o motoboy não conseguiu se despedir da avó, que faleceu enquanto o neto estava na cadeia, e se viu sem o pouco que tinha quando saiu da prisão. O ator virou um 'expert' em interpretar tipos que não conseguem um segundo de paz e está ótimo na série. Aliás, em seu núcleo há outros talentos que precisam ser citados. Jéssica Marques merece elogios pela composição da íntegra Larissa, amor da vida do rapaz, assim como as participações de Dja Martins como a avó Regina e Amir Haddad como o Seu Galdino. E o que dizer sobre Marco Ricca e Maria Padilha?! O ator está magistral vivendo o violento e corrupto Nestor, um vilão maniqueísta digno de dramalhão mexicano. Já Maria faz muita falta na televisão e voltou com uma personagem que honra seu talento. A perua Silvana aparenta valer tão pouco quanto o seu marido, mas com o passar dos episódios vai ficando claro que é mais uma vítima do responsável por todos os males da história.
A saga de Milena (Nanda Costa) é a mais fraca da série e é impossível comprar qualquer narrativa em cima do que vai acontecendo com aquela protagonista, mas a química entre Nanda e Paolla Oliveira é incontestável e sempre é bom ver um casal homoafetivo sendo explorado sem a censura ainda tão presente na teledramaturgia da Globo. E Paolla interpreta uma personagem totalmente diferente de tudo o que já tinha feito na televisão. A poderosa empresária musical é uma psicopata que não pensou duas vezes antes de assassinar o meio irmão que conheceu no dia do velório de seu pai. A atriz está à vontade em cena. Vale elogiar também Marcello Novaes na pele do mau-caráter Egisto, assim como Teresa Seiblitz (mais uma figura que faz falta nas novelas) na pele de Silvana e Juliana Xavier como Luara.
E Leandra Leal é a única atriz que participou de "Justiça" há 8 anos e voltou como Kellen, a cafetina que acaba participante direta ou indiretamente de todas as histórias. Ela foi um dos grandes destaques da série original e não é diferente na continuação. Ainda mais solta em cena, a atriz faz uma dobradinha deliciosa com Fábio Lago, intérprete de Darlan, marido da personagem. Ainda é necessário mencionar todos os demais integrantes do elenco que se destacam, como Danton Mello interpretando um tipo que nunca tinha vivido antes na carreira. O metódico, introspectivo e depressivo Abílio é um perfil que muitos autores jamais direcionariam para o ator, que está seguro em cena. Rita Assemany (tia Ingrid), Giovanni Venturinni (Elias) e a participação visceral de Filipe Bragança no terceiro episódio (como Renato) também foram grandes acertos.
"Justiça 2" tem bastante problemas em seu desenvolvimento, mas o talento dos atores faz diferença. É o ponto alto da série.
Tulsa King 2 temporada
2Os detalhes da trama da 2ª temporada de Tulsa King estão envoltos em segredo, mas o final da 1ª temporada forneceu muitas dicas sobre para onde a história irá.
No final da 1ª temporada, Dwight (Sylvester Stallone)
e sua equipe derrotaram Waltrip e sua gangue de motoqueiros locais. Após a doce vitória, porém, Stacy Beale traiu Dwight e mandou prendê-lo durante os eventos do final.
Além da virada surpresa de Stacy, o Chickie (Domenick Lombardozzi) é outro inimigo à espreita nas sombras que pode ser empurrado para a frente na 2ª temporada.
Com base no final, a 2ª temporada provavelmente começará com Dwight na prisão. Apesar disso, dado que ele tem muitos inimigos do lado de fora que ele quer caçar, há uma boa chance de que ele escape da prisão.
Também é possível que ele possa fazer novas alianças dentro da prisão que poderiam ajudá-lo a escapar e derrubar seus inimigos do lado de fora.
Quanto ao vilão da 2ª temporada, o Chickie (Domenick Lombardozzi) pode se tornar uma nova ameaça que rivalizaria com Dwight, especialmente após sua jogada
chocante de matar seu pai para assumir seus negócios.
Embora Dwight ainda tenha problemas para resolver na 2ª temporada, a Paramount+ já deu a entender o potencial de ver spin-offs sob o guarda-chuva de Tulsa King.
Em entrevista ao IndieWire em janeiro de 2023, a diretora de programação da Paramount+, Tanya Giles, disse que o "enorme sucesso" de Tulsa King no streamer "abre possibilidades" de programas derivados:
"O enorme sucesso que tivemos com 'Tulsa King' e Sylvester Stallone abre possibilidades com Taylor Sheridan, que consistentemente sua mente trabalha em termos de universos e histórias de fundo, então acho que sempre há uma possibilidade de que haja mais nesse universo e mais nessa história. Mais por vir."
Massacre no Bairro Japonês
3.2 144 Assista AgoraDirigido por Mark L. Lester (de “Os Donos do Amanhã” e “Comando Para Matar”), Massacre no Bairro japonês é o típico filme de ação dos anos 80: violento, muitas explosões, certa nudez, tiroteios e cenas de artes marciais. Talvez uma das coisas mais interessantes do filme é ver a inversão de papéis: Dolph, um praticante de artes marciais, não oriental, inserido nos costumes japoneses e Lee como um chinês criado na América que nada conhece de seu país de origem, preso aos hábitos americanos e igualmente praticante de artes marciais desde pequeno.
Dolph Lundren era a estrela da produção e filmes com dupla de atores (Boddy-cop) combatendo o crime estava em moda: 48 Horas (1982); A Fúria do Protetor (1985); Máquina Mortífera (1987); Tocaia (1987); Tango & Cash (1989); O Último Boy Scout (1991); Bad Boys (1995); Seven (1995); A Hora do Rush (1998); Miami Vice (2006) ... apenas para citar alguns antes, durante e depois deste período. Logo, era interessante ter também uma dupla que levasse o público aos cinemas. E Brandon Lee (filho de Bruce Lee), que vinha surgindo, poderia ser um bom chamariz em seu primeiro filme americano. Não por acaso, o filme seguinte, do ator sueco, seria o sucesso “Soldado Universal” ao lado de outro astro que vinha com ótimos resultados: Jean Claude Van Damme.
“Massacre ..." se apresenta como um filme de altos e baixos, talvez pelos estúdios “Warner Bros", insatisfeitos com o resultado inicial, terem reduzido a sua metragem, de 90 minutos para 79 minutos, em uma tentativa de apresentar um filme com uma montagem rápida, dinâmica e com muita ação. Situação que levou o diretor Mark L. Lester, depois de ficar desapontado com o estúdio, a começar a financiar e vender seus próprios filmes para mantê-los sob controle. O rascunho original, inclusive, teria mais seriedade e menos o tom irônico apresentado em tela. Talvez hoje, após o termos assistido “O Corvo” e “Rajada de Fogo”, nos venha a pergunta do porquê Brandon aceitou fazer o papel de um policial fanfarão, sempre com piadas prontas e parecendo extremamente ingênuo.
A melhor resposta era que Brandon não era ainda uma estrela na América e Dolph estava em franca ascensão. Mas quando o assunto é lutas a dupla não decepciona, pois há no elenco muitos outros atores que realmente dominam artes marciais e volta e meia frequentavam diversos filmes de ação dos anos 80 e 90 como Al Leong (Garantia de Morte), James Lew (A Arma Perfeita), George Cheung (Rambo II) e outros atores que também apareceriam em filmes do gênero como Branscombe Richmond (Difícil de Matar)
Quanto ao elenco, Dolph esteve mais solto neste filme e fez aquilo que se tornou sua especialidade: ser o “exército de um só homem” contra as forças do mal, atuando aqui como um “samurai americano” (os filmes de ninja e samurais também iam bem) a combater o crime. Brandon Lee faleceria precocemente, dois anos depois, durante as gravações de “O Corvo” (1994) e, apesar de aceitar um papel que funcionaria como a parte cômica da dupla, penso que foi prejudicado.
Se o filme tivesse seguido o planejamento inicial, e fosse mais sério, com certeza, veríamos uma grande atuação e um filme muito melhor elaborado. Ainda assim, como já citado, nas cenas de luta, Brandon mostrou-se muito bem, mas o seu potencial seria revelado em seu último filme "O corvo" que certamente daria uma guinada em sua carreira.
A havaiana Tia Carrere, emprestou sua beleza exótica (todas as suas cenas de nudez foram feitas por uma dublê de corpo) à personagem da cantora da boate de Yoshido, em uma atuação bem sóbria.
Cary-Hiroyuki Tagawa entregou o vilão que o filme precisava com uma atuação bem intensa. Ainda a lembrar: a atriz Renee Allman, em rápida aparição, como a mulher morta pelo vilão, e Nathan Jung (1946–2021) outro que participou de vários filmes famosos nos anos 80 /90 e que poderá ser lembrado como um dos lutadores de Kendo que enfrenta “O Homem- Aranha” no filme de 1977.
Massacre no Bairro Japonês colheu boas críticas ao apresentar um misto de comédia com ação. Ainda hoje pode ser visto como um filme violento, repleto de diálogos rasos, mas cuja intenção sempre foi se apresentar como um passatempo rápido, rentável e divertido. Pode ser visto, com alguma regularidade, nos canais a cabo.
Com pipoca e refrigerante flui muito bem, e você consegue se divertir vendo o filme.
X-Men '97 (1ª Temporada)
4.5 222 Assista Agora"Os únicos que podem partir nosso coração são quem mantemos nele."
MAGNETO TINHA RAZÃO?
Esta é uma das abordagens mais fortes que a série X-Men 97 aborda, e para entendermos este ponto devemos lembrar que o Professor X e Magneto são amigos que compartilham o mesmo objetivo, mas que têm pontos de vista muito diferentes sobre como alcançá-lo. Normalmente pensamos que Charles é o bom porque seus métodos mais pacifistas, mas acho que X-Men 97 se questiona o quão eficazes são realmente esses métodos, especialmente depois de tragédias como a de Genosha e algo muito interessante é que podemos encontrar um paralelo com alguns destes elementos no mundo real.
Em uma entrevista, Stan Lee disse que acreditava ter escrito inconscientemente ao Professor X e ao Magneto com algumas características de Martin Luther King e Malcolm X, dois líderes do movimento dos direitos civis afro-americanos da época. Ambos tinham objetivos semelhantes, mas métodos muito diferentes.
Martin Luther King queria integrar a comunidade afro-americana na sociedade americana e, para isso, apelou à desobediência civil, organizando protestos pacíficos onde os afro-americanos não tinham permissão para responder violentamente aos ataques. Malcolm X, por outro lado, tinha uma visão mais separatista em que os afro-americanos deviam cuidar uns dos outros e incitava à autodefesa.
Da mesma forma que Charles regularmente é visto como o razoável, Martin Luther King historicamente nos é apresentado como um exemplo do que uma verdadeira luta deve ser. No entanto, tanto Martin como Malcolm morreram violentamente durante os anos 60, hoje 60 anos mais tarde, os afro-americanos continuam sendo vítimas de alguns atos contra ele.
Acho que o que é realmente interessante sobre X-Men 97 é que eles nos dizem que nem o Professor X nem o Magneto são figuras completamente boas ou más, e que nenhum deles tem a razão nem a fórmula certa para resolver problemas tão complexos.
O que sim, é que eventos como o de Genosha certamente nos fazem repensar o quão quente devemos ser quando se trata de pedir direitos.
X-Men 97 | Episódio 08 - Crítica, comentários e easter eggs
X-Men 97 se tornou a melhor adaptação já feita dos filhos do átomo.
No 8º episódio, Ciclope tenta estreitar os laços com seu filho, enquanto os X-Men são surpreendidos por Bastion e sua Operação Tolerância Zero.
Cable conta para os X-Men que o massacre em Genosha perpetrado por Bastion criou um ponto absoluto no tempo, que não pode ser alterado.
Com apoio do governo, Bastion usou o mesmo vírus techno orgânico que infectou Cable, para criar uma nova raça de super sentinelas. Seres híbridos capazes de se reproduzir.
A cena, extremamente reveladora, conta com as rápidas aparições de Polaris (a filha de Magneto) e Rachel Summers (filha de Ciclope e Jean Grey de uma outra realidade).
E não para por ai, o Fera faz uma referência aos místicos do Kamar-Taj e Morfo faz uma divertida piada, alfinetando os roteiristas que insistem em criar futuros distópicos onde Wolverine é sempre o único sobrevivente.
Na televisão podemos ver William Stryker, falando sobre a inevitável guerra entre humanos e mutantes. Mas o Stryker que aparece não é do cinema, mas a versão dos quadrinhos da clássica história "Deus ama, o homem mata".
Nela, o reverendo William Stryker é um fanático religioso com histórico militar. Seu ódio pelos mutantes é tão grande, que ele foi capaz de matar a esposa e seu filho mutante imediatamente após o nascimento.
Como sempre, vale destacar o desenvolvimentos dos personagens. Noturno tem uma linda cena com Jean Grey, demonstrando toda empatia do mundo por Madeline Pryor, e acolhendo a Garota Marvel sem julgamentos.
"Sangue é sangue, família é uma escolha."
Logo adiante, na cena em que Valerie Cooper confronta o Sr. Sinistro, ela, de forma bem oportuna, chama o maligno geneticista de Dr. Mengele.
Josef Mengele, chamado de o "Anjo da Morte" foi um médico alemão no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial, que foi responsável pelas vítimas mortas nas câmaras de gás.
Ele também realizou milhares de experimentos desumanos que levaram a um numero desconhecido de mortes.
Depois da guerra, o anjo da morte fugiu para a América do Sul, e se escondeu um bom tempo no Brazil.
Com uma narrativa bastante dinâmica, acompanhamos Ciclope, Jean Gray e Cable até Pittsburgh, atrás de uma pista que os leva até a casa onde Bastion cresceu.
É revelado que o pai de Bastion foi infectado por Nimrod, fazendo de Bastion um descendente direto de cada Sentinela.
De quebra, temos dois easter eggs, um panfleto da Stark Expo, e um boneco do Homem Máquina, muito sugestivo.
Após descobrir que o plano de Bastion, consiste no extermínio de toda raça mutante, através do uso de seres humanos transformados em super sentinelas, Valerie Cooper fica cara a cara com o vilão e com um Magneto acorrentado, subjugado mais uma vez.
Em uma espécie de videoconferência, somos surpreendidos de novo, pelas participações do Dr. Destino e do Barão Zemo.
É interessante notar que Destino não concorda com os "crimes de guerra", mas apoia e compactua com as decisões de Bastion. Talvez pela Latvéria, talvez para no momento oportuno, usurpar o poder para si mesmo.
Corroída pela culpa, e pelo futuro sombrio que ajudou a construir, Valerie Cooper protagoniza um dos melhores momentos do show, ela liberta Magneto e confronta Bastion e Sinistro.
Dizendo que sentiu muitas coisas em Genosha, mas a mais estranho de tudo, era a sensação de déjà vu, porque sempre acabamos no mesmo lugar horrível. Magneto nos conhece melhor do que Charles, a coisa mais assustadora sobre Genosha não foram as mortes, mas a constatação de que Magneto estava certo.
Que cena memorável, esse pensamento permeia não apenas a mente de Valerie, mas a mente de todos os espectadores do show.
Outra coisa que impressiona são as cenas de ação, todas elas são incríveis, mas nenhuma se compara ao show dado por Wolverine e Noturno.
Os fãs ganham nove motivos para literalmente surtar. Além do elegante balé mortal, apresentado pelo "Elfo" (no melhor estilo Errol Flynn), podemos ver o velho carcaju fatiando, picotando e transformando os super sentinelas em picadinhos.
A cereja do bolo, é você literalmente ser teletransportado junto com Noturno e Wolverine para fora da mansão. A visão de câmera te joga pra dentro da aventura.
Uma vez em liberdade, Magneto vai até o polo norte, para emitir um enorme pulso eletromagnético, desligando toda eletricidade do planeta, desativando todos os Super Sentinelas e criando um mundo de trevas.
A onda eletromagnética chama a atenção do Homem-Aranha, do Samurai de Prata, além de colocar um fim na hibernação do Ômega Vermelho. Que f0d@.
O ato de Magneto irá soar como uma declaração de guerra.
A escola destruída é uma metáfora para o sonho de Xavier em ruínas.
Perto do final da temporada, fica claro que Beau De Mayo tinha a série nas mãos, um maestro regendo uma grande orquestra, onde tudo funciona de forma coesa, precisa e metódica.
São os X-Men na sua forma mais brilhante, mais fabulosa, mais necessária. Poesia em forma de resistência.
Será que os eventos finais, podem colocar os X-Men em confronto direto com os poderosos Vingadores?
Tudo pode acontecer, o fim está próximo e parece inevitável.
Definitivamente X-Men 97 está fazendo história.
O sétimo episódio da série é magnifico, extremamente bem roteirizado e repleto de momentos emocionantes.
Em "Olhos Brilhantes" acompanhamos o funeral de Gambit após sua surpreendente morte em Genosha. As palavras de Kurt, realmente me fizeram chorar.
"Todo jogador tem um sinal quando blefa, o do Gambit, era a modéstia."
Enquanto isso, Vampira tem que lidar com a perda de seu grande amor, ao mesmo tempo que parte em uma caçada alucinante, para descobrir quem está por trás do massacre mutante, com direito a uma rápida participação do velho trovão, Thunderbolt Ross, e do Capitão América, que a exemplo de Vampira, também procura por respostas.
Imagino que o Capitão Rogers esteja procurando seu escudo, até agora.
A série continua investindo pesado no desenvolvimento de seus personagens.
Jubileu e Mancha Solar, protagonizam uma esclarecedora cena com a mãe de Roberto daCosta.
Roberto decide que chegou a hora de revelar para sua mãe que ele é um mutante. Inicialmente a mãe de Roberto reage bem, mas será que ela está disposta a enfrentar ao lado de seu filho, a sociedade, a família...o mundo?
Uma ótima analogia a situações recorrentes vividas por inúmeras pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Dificilmente elas são acolhidas plenamente pelos pais, são na maioria das vezes expulsas de casa. O restante, a exemplo de Roberto, são apenas toleradas.
No México, em meio as comemorações do "Dia de Los Muertos" Vampira finalmente tem tempo para sentir a morte de Gambit. Que cena forte e comovente, repleta de conteúdo emocional. Foi aqui que eu chorei de novo.
Depois de uma impressionante e inacreditável morte por esganadura (é, mortes estão frequentes na animação), o verdadeiro vilão é finalmente é revelado.
Quem foi o responsável pelo massacre em Genosha, quem estava puxando as cordas...
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Bastion.
Mas afinal de contas, quem é Bastion?
Bastion é a combinação mortal do Molde Mestre com Nimrod, o sentinela do Futuro.
Nos quadrinhos, o Molde Mestre absorveu os sistemas de um Sentinela imensamente poderoso que veio do futuro, Nimrod. Criando um ser híbrido que acabou se tornando Bastion.
A existência de Bastion cria um loop paradoxal.
Nimrod, o sentinela do futuro, é o responsável por sua própria criação.
Ele cria Bastion no presente, que será o responsável por sua criação no futuro.
Cable muito provavelmente está tentando quebrar esse loop.
Bastion cria então, os Prime Sentinelas, humanos aperfeiçoados com nanotecnologia.
Como vimos acontecer com Bolivar Trask nesse episódio.
A cena em questão, exemplifica os reais motivos que causaram a demissão de Beau De Mayo.
Do alto do prédio, prestes a saltar para a morte, Trask é chamada de Oppenheimer por Morfo. A comparação de Trask, com o monstro que criou a bomba atômica (que os americanos tentam humanizar a todo custo) é bastante interessante.
Principalmente quando notamos que Trask, teve mais dignidade que Oppenheimer. Trask não conseguiu viver com as mortes que causou, ela sabia o monstro que havia se tornado. Já Oppenheimer...
Cada episódio tem a estrutura de um filme, e o terceiro ato não podia ser mais espetacular.
Os X-Men enfrentando uma nova espécie de super sentinela humano. Um show em cenas de ação, com direito a um inesperado e comovente reencontro.
Um episódio excelente, que termina com grandes revelações, uma incrível demonstração de poder e acena para um futuro sombrio e mortal para todos os mutantes.
Nós não estamos preparados para o que está por vir.
X-Men 97 | Episódio 06 - Crítica
O ótimo sexto episódio de X-Men 97, já começa com
as ausências de Magneto e Gambit na abertura, deixando claro que a morte dos dois personagens é uma realidade.
Esse gosto amargo na boca é amenizado por alguns milésimos de segundo, quando somos surpreendidos com a inclusão do Noturno na abertura.
Nada mais justo que Kurt Wagner, um dos X-Men mais populares entre os fãs, faça parte da equipe principal. "Elfo" (como é chamado carinhosamente pelo Wolverine) jamais poderia ter ficado de fora da série animada original.
"Morte em Vida" parte: 2, começa como uma verdadeira Guerra nas Estrelas entre os impérios, Kree e Shi'ar.
De cara somos presenteados com a participação da Guarda Imperial Shi'ar, principalmente pela presença do Gladiador, personagem que possui todos os poderes do Superman.
O poderoso Ronan, o acusador (de Guardiões da Galáxia), e seu poderoso exercito Kree, não tiveram a menor chance contra Rapina (irmã de Lilandra) e a Guarda Imperial.
Uma cena empolgante e divertida, que explora as incontáveis possibilidades cósmicas do universo X-Men.
Após descobrir que Lilandra pretende se casar com Charles Xavier, Rapina invoca um antigo ritual Shi'ar, com o intuito de apagar parte das memórias de Xavier, fazendo-o esquecer de seu período na terra.
Mais uma vez o desenvolvimento dos personagens é perfeito.
A exemplo de Scott e Jean, Xavier precisa decidir que caminho seguir, qual será sua prioridade. O romance com Lilandra, ou seu dever com os X-Men?
Mas talvez a melhor cena do episódio, pode ter passado despercebido por muita gente.
Xavier e o Superm..., quer dizer o Gladiador, estão conversando diante das estatuas dos deuses de Shi'ar, a conversa que no inicio é sobre arte, transcende para algo muito maior.
O Gladiador tenta justificar o sistema de colonização espacial Shi'ar, dizendo que conectar várias culturas em uma, é uma coisa boa, para manter a paz e a harmonia nas galáxias.
Xavier rebate dizendo que isso soou muito Rudyard Kipling.
Rudyard Kipling foi um escritor e poeta inglês descrito por muitos como um representante do imperialismo britânico, um colonialista, moralmente insensível e repugnante.
Seu poema mais controverso "O fardo do homem branco", defende o colonialismo e retrata inúmeras outras raças como inferiores.
Quando o Gladiador, quer dizer o "Super-Homem" pergunta quem foi Kipling?
Xavier responde:
"Ele foi um homem que possuía vários fardos, mas nenhum deles era real."
Ver o Professor X comparando o Gladiador, ou melhor, o Superman, com Kipling, um dos símbolos do imperialismo, não tem preço.
Consegue entender agora, porque Beau DeMayo foi demitido?
Bob Iger e a Disney não querem esse tipo de mensagem, de militância, preferem entretenimento por entretenimento, simples e burro.
Após se recusar a renunciar suas memórias, o Professor X se vê obrigado a entrar em confronto direto com Rapina, que tenta dar um golpe de estado confrontando a Guarda Imperial Shi'ar.
Xavier usa então seu maior poder, o de ensinar.
O professor X leva todos (inclusive o Gladiador) para o plano astral, onde dentro de uma sala de aula, ele pretende educa-los sobre a coexistência pacifica.
O Home de Aço não teria a menos chance contra o maior telepata da terra.
Xavier dá uma aula sobre o terror da colonização, sobre como o império Shi'ar é um esquema fraudulento, que destrói culturas mais novas, impedindo-as de se desenvolver.
Ele termina dizendo que o universo é muito antigo, e que nós, somos muito jovens, nascidos da poeira estelar, todos...filhos do átomo.
Enquanto isso, Tempestade vai a procura de um raro cacto, para curar a ferida no ombro de Forge, mordido pela entidade conhecida como...o adversário.
O Adversário é uma manifestação dos medos e dúvidas da Tempestade, um demônio que se alimenta do medo e da insegurança.
Ele é derrotado quando Tempestade aceita seu papel como mutante e como uma X-Men.
Muito do vemos ali, é de forma metafórica. Tempestade, após derrotar seus medos, emerge como uma nova pessoa, por isso o uniforme clássico surge do nada.
Vale lembrar que a maravilhosa cena de voo de Ororo no deserto, é uma clara referência a primeira cena de voo do Superman, em Homem de Aço.
Ao final do episódio, descobrimos aparentemente quem foi o responsável pelo massacre de Genosha.
Mas será que não existe algo ainda mais "sinistro" por trás de tudo?
X-Men 97 - Crítica do espetacular 5º episódio
"Foi causado por testes atômicos, ou foi a própria natureza que decidiu mudar a raça humana?"
Com esses questionamentos feitos pela repórter de TV Trish Tilby, (a eterna namorada do fera) começa "Lembre-se disso" o espetacular 5º episódio de X-Men 97.
Ouso falar que esse episódio não é apenas o melhor episódio da série até agora, mas um dos melhores episódios de uma série animada de todos os tempos.
A primeira metade do episódio é usada para o desenvolvimento de seus personagens e suas relações interpessoais.
Trish Tilby, comanda uma série de entrevistas na mansão X, por conta da inacreditável resolução da ONU de reconhecer a soberania de Genosha.
Enquanto isso, Magneto, Gambit e Vampira, viajam para a "ilha mutante" para um gigantesco evento comemorativo, nos mesmos moldes do Hellfire Gala. (os atuais fãs dos quadrinhos dos X-Men, devem ter surtado).
As referências a "era Krakoana" não param por ai, Genosha é governado por um conselho formado por: Sebastian Shaw, Emma Frost, Dra. Moira MacTaggert, Sean Cassidy e Madelyne Pryor, muito parecido com o modelo socialista, usado pelos moradores da ilha viva Krakoa.
Quanto ao desenvolvimento de personagens, ele é extremamente bem feito.
Enquanto Ciclope desabafa em frente as câmeras de TV, sobre a ingratidão dos ditos normais, o clássico triangulo amoroso dos X-Men finalmente ganha destaque.
Em meio as lembranças do passado, Jean beija Logan, que a exemplo dos quadrinhos, quebra o momento, lembrando os dois das "regras", que Jean aparentemente esqueceu, como ele bem diz, por alguns segundos.
Sempre foi assim, Logan sempre respeitou o relacionamento de Jean e Scott.
Falando ainda de Ciclope, finalmente podemos ver Scott, sofrendo e refletindo sobre o destino do pequeno Cable, e pelo fim de seu relacionamento com Madelyne Pryor.
As consequências desse fatos foram totalmente ignoradas no 3º episódio.
Vampira conta para Gambit que viveu um romance com Magneto no passado. O relacionamento de Vampira e magneto na Terra Selvagem, agora também é cânone na animação.
O roteiro aborda temas extremamente adultos, que enriquecem e aumentam a qualidade do show. Após inúmeros corações partidos, e uma rápida aparição do Vigia, tudo se encaminha para um final esperançoso para a raça mutante.
Porém, o que se vê é destruição, caos e morte.
Genosha é atacada por um novo tipo de Molde Mestre Sentinela, muito mais poderoso que os anteriores.
Vários mortos, vários feridos, vários sonhos destruídos.
Medo e insegurança é tudo que resta para os mutantes.
Incríveis cenas de ação, intercalam com momentos inacreditáveis e muito bem construidos. Perdas irreparáveis, que vão mudar o status quo da produção.
O que parecia ser um episódio de relacionamentos interpessoais, se transforma em um pesadelo de morte, desespero e destruição.
Gambit tem seus melhores momentos de todos os tempos, ele nunca foi tão heroico, tão legal, tão f0d@stico, tão...mortal.
Os momentos finais te deixam sem ar, sem palavras, você literalmente fica sem respirar por alguns segundos.
"O nome é Gambit, mon ami. Lembre-se disso."
A música final, em tom fúnebre, é de cortar o coração.
A abertura do próximo episódio deve revelar quem realmente morreu de verdade.
Fica a pergunta:
Quem organizou o ataque a Genosha?
Jean e Madelyne sofreram ataques psíquicos durante todo tempo.
O responsável pelo ataque tem que ser um telepata, tão poderoso quanto Xavier.
Só pode ser a irmã maligna de Charles, Cassandra Nova.
Nos quadrinhos, Cassandra usou um exército de Sentinelas para destruir Genosha, na tentativa de exterminar todos os mutantes.
Um episódio adulto, que mostra todo o potencial desses personagens. Que eleva o crivo das animações para outro patamar.
O que será de nós e de X-Men 97, sem seu produtor e roteirista, Beau DeMayo, que foi demitido da Marvel às vésperas da estreia do show.
Aconteceu de tudo em "Fogo Encarnado", o 3º episódio de X-Men 97.
Com a chegada de uma "sósia" de Jean Grey, os filhos do átomo precisam descobrir quem é a verdadeira Garota Marvel e quem é a impostora.
Após surpreendentes revelações, o episódio vira um verdadeiro conto de terror, a voz do Sr. Sinistro projetada através da babá eletrônica é horripilante.
O que vemos a partir dai, é o que existe de melhor no universo mutante.
Recortes da origem de Madelyne Pryor nos quadrinhos, se entrelaçam com a saga Inferno, proporcionando um episódio dinâmico, divertido e surpreendentemente aterrorizante.
Nos quadrinhos, Madelyne Pryor era inicialmente uma sósia de Jean Grey, que acabou se tornando um clone, por decisão dos executivos da editora, que resolveram trazer Jean Grey de volta, para fazer parte do X_Factor.
Durante a saga Inferno Madelyne fez um pacto com um demônio e foi transformada na Rainha dos Duendes.
Inferno foi uma saga dos anos 90 que reuniu várias equipes mutantes. Dois demônios do limbo pretendiam usar os poderes de Illyana Rasputin, para abrir uma passagem entre a terra e o inferno.
A cena em que os X-Men são tentados no inferno é espetacular, repleta de momentos icônicos dos quadrinhos.
Culminando em confrontos extremamente empolgantes.
Magneto contra Jean Gray, mutante ômega contra mutante ômega.
Mas nada te prepara para o confronto entre a Rainha dos Duendes, a fúria forjada em puro enxofre, contra Jean Grey, o poder encarnado de quem já possuiu o fogo da Fenix.
Um incrível duelo mental, que literalmente humilhou o embate entre Xavier e Wanda no Multiverso da Loucura.
Como nem tudo são flores...
A forma como Ciclope lida com Madelyne no final do episódio, fugindo de suas responsabilidades e deixando toda difícil decisão nos ombros de sua nova mulher, é no mínimo, sem sentido.
Por não suportar abandonar seu filho, ciclope abandona o filho e a antiga esposa.
Scott deveria estar ao lado de Jean nos dois momentos, na despedida do pequeno Cable, enviado para o futuro, e na partida de Madelyne Pryor, mãe de seu filho e parte integrante dos X-Men durante muito tempo.
Ciclope pagou de pai brasileiro, não quis assumir nenhum dos B.O.s.
No país, 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, e 90% delas são negras.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraUma das melhores minissérie já feitas - 📺
Uma história não linear, contada da frente pra trás, de acordo com o desenrolar das situações, é montada em oito episódios que precisam necessariamente ser visto em ordem cronológica, correndo o risco de não ser compreendida caso isso não seja respeitado. Tudo porque a história é centrada no Departamento de Polícia de Louisiana, onde dois detetives investigam o assassinato covarde da prostituta Dora Lange, cujo corpo é encontrado em uma posição de reza, com uma galhada de veado na cabeça e cercado de objetos que se assemelham à cultura cajum (bastante popular na região sul do Mississipi), o que poderia evidenciar alguma espécie de ritual ou crime religioso. A partir daí, a história vai sendo desvendada, com lapsos confusos que depois se encaixam como peças de um quebra-cabeças bastante elaborado.
Encabeçando a investigação, Rustin “Rast” Chole (Matthew McConaughhey, em mais uma atuação excelente no seu currículo) e Martin “Marty” Hart (Woody Harrelson, que parece ter nascido para esses papeis sombrios de trama no interior do país e tem muita cara de policial), dois policiais que investigaram o caso, em 1995, mas que, dezessete anos depois, precisam revisitar a história por conta de outros crimes semelhantes que voltam a acontecer. Só que, quase duas décadas depois, a vida pessoal e os passados de cada um começam a cobrar o preço da negligência que ambos tiveram por conta do trabalho exigente.
De uma forma geral, a trama da primeira temporada de ‘True Detective’ não é exatamente original, porém o seu diferencial reside na forma fantástica como a história é contada.
Desde a primeira cena, em que vemos uma queimada no matagal e em primeiro plano temos o longo e tristíssimo rio Mississipi, com uma paleta de cores escuras, do azul para o preto, contrastando com o amarelo alaranjado do fogo, para, duas cenas depois, sermos jogados em plena manhã seca e calorosa do delta, e observamos os dois investigadores se dirigirem para a cena do crime; em que a textura da plantação que definha sem água e a umidade sufocante do calor parecem saltar da tela, causando falta de ar no espectador. Ou ainda, a forma como a história foi recortada para ir sendo esclarecida pelos próprios personagens, a medida em que eles mesmos descobrem as novas pistas.
Tudo isso é corroborado por um clima noir que conduz a trama num misto de suspense e misticismo, que é exatamente a ambientação que se tem de um Mississipi desconhecido e isolado, palco de muitas lutas e injustiças.
Como fio condutor, a música tema ‘Far from any road’, cantada por The Handsome Family, que dá aquela sensação de marasmo mas que ao mesmo tempo parece que alguma coisa terrível está prestes a acontecer a cada instante. A trilha sonora é toda nesse estilo, e ajuda a criar uma atmosfera ainda mais imersiva na série.
True Detective é uma série fascinante, densa, claustrofóbica, que vai aumentando a tensão a cada episódio.
Com atuações brilhantes e uma história inquietante, torna-se uma série obrigatória para que curte, produções de investigações polícias e serial Killers.
Preferi não contar nenhum spoiler, para não estragar a experiência de quem ainda não assistiu.
Sob Pressão (5ª Temporada)
4.5 35"As pessoas não são número, Décio"
"Você acha que eu não me preocupo? O problema é muito maior, Vera. Pra fila andar, saúde tinha que ser prioridade do governo, mas... infelizmente não é"
"Eu não acho justo
Eu já tinha falado isso aqui antes, mas vou repetir: Antes de ser uma série sobre medicina, Sob Pressão é uma série sobre política pública e corrupção. É o retrato (quase) perfeito da saúde pública no Brasil.
Ao longo das cinco temporadas, "Sob Pressão" se tornou uma série reconhecida em diversos lugares do mundo. Elogiada pelo público e pela crítica, a narrativa da obra ganhou notoriedade internacional logo na primeira temporada, sendo exibida em festivais como Berlinale (Berlim), e TIFF (Toronto). Desde então, a série vem conquistando reconhecimento: ganhou quatro prêmios no "31st Festival International de Programmes Audivisuels (2018), em Biarritz, nna França; melhor série; melhor interpretação feminina e masculina (para Marjorie Estiano e Julio Andrade, respectivamente); e melhor roteiro. Em 2019, Marjorie Estiano foi indicada ao Emmy Internacional de Melhor Atriz por seu trabalho na segunda temporada. Na Argentina, a série estreou na Telefe em janeiro de 2019 e consagrou-se entre os programas mais assistidos da TV Aberta. "Sob Pressão" foi exibida também em Portugal, no canal Globo, e, além da Argentina, já foi licenciada para mais de 70 paíeses como Itália, Emirados Árabes, Catar, Egito, Equador, entre outros, e é hoje uma das séries mais vendidas da Globo.
O Último Guerreiro das Estrelas
3.5 103 Assista AgoraO Último guerreiro das estrelas. ( 1984 )
Filme com sabor de nostalgia!
Anos 80's.
Os melhores anos da minha vida.
Fui feliz!
Fomos Felizes!
Minha geração foi feliz!
Não há como descrever os anos 80's.
Nossos amigos verdadeiros, queridos amigos, as bandas, os cantores, as músicas, as festas, os bailes que íamos, as meninas, que sentíamos a maior vergonha em começar uma conversa...
Foi maravilhoso viver tempos mais românticos.
As pessoas tinham mais simplicidade.
Nossos amigos queridos.
O respeito que tínhamos com nossos pais.
E assistir esse filme, depois de mais de 30 anos do seu lançamento, é indescritível.
Como foi bom descobrir esse canal.
Com um filme da minha adolescência.
Gratidão.
Valeu pessoas.
O Véu
3.0 17A minissérie O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss.
“O Véu”, a nova série de Steven Knight, criador do sucesso “Peaky Blidenrs”, estreou no Star+. Dois episódios da produção já estão disponíveis. Ao todo são seis, que serão lançados semanalmente.
Primeiras Impressões:
É curioso notar que os projetos que a atriz Elisabeth Moss atua (e produz) têm sempre a mesma pegada, o mesmo tópico de discussão e órbita no mesmo tema, onde no caso do seriado O Véu (The Veil, 2024) não é diferente.
Na TV, seja com The Handmaid’s Tale ou Iluminadas, ou no cinema com O Homem Invisível, os projetos de Moss sempre tem um toque feminista, onde a atriz personifica personagens de mulheres contra o patriarcado, ou mulheres que sofreram e viveram relações abusivas com homens e isso tudo acaba por fazer parte da narrativa de uma forma ou de outra. E mesmo que em alguns, essa questão possa não ser o que representa o projeto em sua totalidade, fica claro que esses temas estão lá presentes de qualquer forma.
E O Véu tem isso em sua história e com essa personagem que Moss apresenta aqui. E talvez, o seriado que mais se aproxima do que O Véu apresenta nesses primeiros episódios, seja o drama Homeland, estrelado por Claire Danes, que durou 8 temporadas, e que marcou época por ser uma atração que colocava uma agente governamental à frente de diversas missões de espionagem.
Claro, no começo isso, não foi assim, mas começo de O Véu segue com a mesma narrativa, onde aqui o que temos são duas personagens, mulheres, num jogo de gato e rato, igual foi com Homeland no seu começo. Quem fala a verdade? E é esse o sentimento que essa nova série me passou nesse começo, nesses 2 primeiros episódios.
O Véu é tipo Homeland, só que com Elisabeth Moss. Afinal, a vencedora do Emmy aqui interpreta uma espiã que assume vários nomes e identidades (no começo ela é Portia) e que aqui vamos chamar de Imogen Salter. E num mundo globalizado, super tecnológico, cheio de drones, e dispositivos que só vemos em filmes de Bond, O Véu coloca essa espiã interpretada por Moss para fazer um trabalho que depende extremamente do contato humano. Nada de algoritmos, nada de informações vinda de softwares, análises de redes sociais. A agente Salter precisa descobrir, munida de sua intuição e seu felling da situação, se a refugiada Adilah El Idrissi (Yumna Marwan, muito boa) é apenas uma mãe separada da sua filha que vive na França ou se ela é a número 2 de uma organização terrorista que planeja um grande atentado no Ocidente nos próximos meses.
Assim, O Véu trabalha nesse jogo de ambiguidade, de mentiras e traições, enquanto Salter ajuda El Idrissi a sair de um campo de refugiados rumo à Turquia. Mas é claro que a agência governamental de espionagem francesa está de olho nelas, a agência de inteligência britânica também, e é claro que a CIA americana também, onde depois que chegam em Istambul o destino final dessas duas mulheres é a França.
O seriado então se preocupa em mostrar os diversos lados da comunidade de inteligência tentando reunir provas sobre a identidade da fugitiva. Do agente francês Malik Amar que tem um envolvimento pessoal com Salter, até mesmo o agente americano Max Peterson que está ali para assumir a operação, todos eles estão do outro lado do mundo, enquanto Salter atravessa as regiões mais perigosas do mundo ao lado de El Idrissi, e no final toma para si as rédeas da missão.
O mais interessante desse começo é ver o intrincado jogo de gato e rato que as duas jogam, na medida que o roteiro da atração coloca essas personagens contradizendo tudo que nós os espectadores sabemos delas. Em um dos momentos, Salter diz para El Idrissi
que não tem filhos, mas vemos nos flashbacks que a personagem teve uma filha.
E tanto Moss quanto Marvan estão tão bem aqui, afinal, as duas balanceam qual das duas personagem está no controle da situação em determinado momento e quando um novo pedaço de informação chega (às vezes descobrimos as coisas antes das personagens) você começa a questionar tudo que já viu na tentativa de solucionar esse mistério antes que a série.
Será que o passado de Salter,
com os flashbacks sobre um homem mais velho, uma criança, e uma propriedade rural,
Será que ela vai conseguir respostas?
Será que Yuman diz a verdade?
Ou existe alguma coisa maior por trás e envolvida?
A série dá pistas, e também, sempre surge com novas perguntas, e nos deixa com a pulga atrás da orelha sempre que alguma coisa nova é introduzida.
E na medida que tentamos descobrir e saber o que está acontecendo, ajuda quando temos as paisagens das cidades como Paris e Istambul de plano de fundo. O único perigo de O Véu é na hora que o pano for levantado, as perguntas terem sido mais interessantes do que as respostas.
Vamos saber nos próximos capítulos.
Advogado do Diabo
4.0 1,4K Assista AgoraAl Pacino é um dos melhores atores de sua geração. Disso todo mundo já sabe. No entanto, em O Advogado do Diabo Pacino se supera em um dos papéis mais cínicos de sua carreira. Neste filme, ele é o próprio Diabo, escondido` na pele de um advogado bem sucedido, John Milton (o nome é uma referência óbvia ao autor de O Paraíso Perdido).
A história:
Keanu Reeves é Kevin Lomax, um jovem advogado que nunca perdeu um caso em sua vida profissional. É quando ele recebe uma proposta excelente de uma grande firma de advogados de Nova York: `Milton, Chadwick e Waters`. Apesar dos avisos de sua mãe, uma religiosa interpretada por Judith Ivey (a esposa de Gene Wilder em A Dama de Vermelho), Reeves parte para a grande cidade acompanhado de sua esposa, a bela e voluntariosa Mary Ann (Charlize Theron).
No entanto, aos poucos "Mary Ann" vai percebendo que algo de sórdido se esconde sob a fachada respeitável da firma em que seu marido trabalha, e passa a ter certas visões assustadoras, acompanhadas de pesadelos terríveis. Mas seu marido está envolvido em um caso novo: um milionário (vivido por Craig T. Nelson de Fantasmas do Passado) está sendo acusado de matar a esposa, o enteado e uma criada, e cabe a Lomax defendê-lo. Durante o processo, porém, o jovem advogado vai descobrindo que o poderoso chefão da firma, John Milton (Pacino), possui um outro lado, assustador. Mas aí já pode ser tarde demais...
O roteiro de Jonathan Lemkin e Tony Gilroy é inteligente o bastante para não deixar óbvio, em momento algum, o motivo por trás do interesse de Milton em Lomax. Apesar da platéia saber, desde o início, que John Milton é o diabo em pessoa, a história prende ao fazer a opção de não mostrar, de fato, o monstro por baixo do disfarce. De vez em quando alguma `máscara` cai e nós podemos vislumbrar de relance todo o horror que se esconde por trás das feições que julgávamos mais agradáveis. Porém, logo depois tudo volta ao normal, deixando no espectador (e nos personagens) uma sensação angustiante, criando uma tensão muito maior do que a que seria criada se o filme abusasse dos efeitos especiais e das maquiagens monstruosas (quando estas surgem são obra do maquiador Rick Baker, um dos melhores do ramo.
Quanto as atuações temos aqui elenco fantástico de muito talento, o ponto mais fraco talvez seja Keanu Reeves, que é um ator meio inexpressivo em muitas de suas atuações, muitas vezes não consegue entregar um grande resultado.
Ele não chega a comprometer o filme, graças ao ótimo roteiro e o elenco que ele tem ao seu lado.
A direção de Hackford é eficiente, e (auxiliado pelos storyboards - espécie de versão em quadrinhos do que virá a ser o filme - e direção de arte de Bruno Rubeo) é capaz de criar uma atmosfera sufocante, tensa. O apartamento de John Milton é quase uma obra-de-arte. Outra cena feliz é aquela em que o personagem de Reeves sai andando por uma Nova York completamente vazia (existe algo mais assustador que uma grande cidade-fantasma?).
A única coisa que lamento e que não me permite dar 5 estrelas é a falta de coragem, que Hollywood acaba demonstrando no final de seus filmes. É claro que não pretendo contar nada de importante neste texto, digo apenas que o filme teria sido infinitamente melhor se acabasse dois ou três minutinhos antes do que na verdade termina. Seria, então, perfeito. Mas não: "estamos na era dos finais felizes (ou quase)".
Mas nada é perfeito, e um `quase` já significa muita coisa. É como diz John Milton, em certo momento do filme: `Eu só monto o palco. Vocês puxam as próprias cordinhas.` Infelizmente o roteiro puxa as cordinhas erradas em alguns momentos. Mas o espetáculo final compensa muito.
O livro de mesmo nome, é diferente do filme.
No livro, o 'advogado do diabo' é menos literal; na igreja católica, quando estão em processo de canonização para um santo, eles enviam um padre (geralmente com muitos anos de sacerdocio), para investigar esse suposto santo e descobrir os 'podres' e motivos pelos quais ele não merece ser canonizado, um outro padre tem o mesmo papel, de modo inverso, tenta comprovar que essa pessoa era realmente milagrosa e merece ser canonizada, dai o livro acompanha as reflexões desse processo, atraves dos olhos do padre idoso, que tenta comprovar que a pessoa a ser canonizada não era santo.
O Advogado do Diabo é um filme denso, complexo e sufocante, que merece ser apreciado com calma e atenção.
Vale muito a pena.
"Olhe, mas não toque;
Toque, mas não prove;
Prove, mas não engula."
Esse filme é baseado em um livro best seller de mesmo nome.
"A vaidade é o meu pecado favorito."
Vi no cinema...
e quando ele diz que a VAIDADE é o pecado predileto dele faz referência a Bíblia e os pecados capitais, sendo esse que puxa os outros...Santo Agostinho diz ser esse O pecado...e foi o que ele cometeu e foi lançado no inferno...
Bebê Rena
4.0 538 Assista Agora‘Bebê Rena’ é o retrato doloroso de todos os abusos!
Sucesso na Netflix, a excelente minissérie 'Bebê Rena' choca ao falar sobre a simbiose existente em uma relação abusiva.
Se você está circulando nas redes sociais no último mês, certamente já cruzou com publicações falando sobre uma minissérie da Netflix chamada Bebê Rena, que está nos primeiros postos dos mais assistidos da plataforma. Curiosamente, a série escrita e estrelada pelo comediante Richard Gadd é um caso raro de sucesso popular com qualidade inegável.
Mas o mais impressionante é constatar o tema de Bebê Rena: a intrincada dinâmica que envolve pessoas abusadas e seus abusadores. Toda a trama que gira em torno do fracassado Donny Dunn (Gadd) e sua stalker Martha (Jessica Gunning, em um trabalho irretocável) é tão desgraçadamente incômoda que é até difícil acreditar que muita gente tenha chegado até o final.
O fato é, tal como um acidente de carro horrível do qual não conseguimos tirar os olhos, Bebê Rena também consegue nos hipnotizar, mesmo que a sensação causada por ela seja quase todo o tempo da mais pura aflição. E a razão talvez seja essa: a série consegue traduzir em narrativa as sensações que envolvem pessoas que se metem em situações abusivas, seja como abusadores ou abusados.
O verbo “meter” é proposital, e sugere algo difícil de assumir: que, entre pessoas adultas, há sempre uma parcela de responsabilidade de quem permanece nessa situação. A hipótese aqui é que, quem já passou por isso, acaba se conectando com a série por meio da identificação; já os sortudos que nunca estiveram em uma relação abusiva permanecem vendo pela sensação de estarem pasmos com o que alguém como Donny é capaz de se submeter.
‘Bebê Rena’: passeio por vários gêneros
Em tempo: Bebê Rena é daquelas séries que vale a pena não saber muito sobre antes de assistir. Mas basta aqui dizer que se trata da história real (apresentada pela primeira vez por Richard Gadd como um show solo em 2019, em um festival de Edimburgo, na Escócia) de um comediante sem sucesso que trabalha como garçom em um pub inglês.
Um dia, uma mulher chega, senta no bar e ele, por pena, serve uma bebida de graça para ela. É a chave para que ela tente a todo custo chamar sua atenção e se tornar cada vez mais próxima dele. Em suma, ela vai se tornando a sua stalker. Ao mesmo tempo, Donny se apaixona por uma mulher chamada Teri (Nava Mau, excelente no papel), mas a consolidação do seu romance com ela parece estar truncado por conta da mulher obsessiva. Aos poucos, vamos entendendo que o buraco é mais embaixo.
Nos primeiros dos sete capítulos, uma questão pulsa a todo instante: por que Donny não corta a mulher desagradável? Por que ele parece ser absurdamente tolerante com uma mulher que não para de assediá-lo, de forma cada vez mais detestável? A resposta à dúvida é a chave para entender a força de Bebê Rena, que tem como trunfo conseguir construir essa história para além de um óbvio maniqueísmo.
O que vamos descobrindo é que há uma espécie de relação simbiótica ali, que envolve culpa, baixa auto estima, identificação e muita repressão sexual. Entendemos aos poucos que Donny se odeia, e que sua péssima visão de si mesmo faz com que ele se ligue com uma mulher igualmente miserável. Ambos, portanto, são mais próximos do que parece.
Em termos de estrutura narrativa, a grande sacada de Bebê Rena é conseguir surpreender o espectador a cada instante. Há um passeio interessante entre os gêneros em uma espécie de quebra-cabeça que nos pega o tempo todo, alternando tensão com momentos de pura comicidade. A plateia, de todo modo, não é poupada: não espere resoluções confortáveis ao drama de Donny.
Em resumo, Bebê Rena não é para os fracos. Mas quem consegue mergulhar nessa história, sai dela recompensado. Nem que seja aprendendo alguma coisinha a mais sobre si mesmo.
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Tem uma frase dele no último episódio que define a vida:
“Quando você é abusado você se torna presa fácil para esses predadores que sentem o cheiro da sua ferida aberta e grudam em você como se você fosse um imã” foi algo assim, e sim é verdade.
Também achei a série mais honesta e bela que já assisti. Mas também, triste e perturbadora por conta dos transtornos psicológicos da Martha e do Donny e dos abusos que ele sofreu. Tudo nela é incrível: a forma como prende o espectador desde os primeiros segundos, as interpretações impecáveis dos atores, os sentimentos tão verdadeiros dos personagens (e os nossos também), as surpresas a cada episódio, as situações que nos deixam dúvidas por não serem explicadas, o fato de ser uma série curta e nos deixar com vontade de assistir mais, o final que insinua uma continuação, e, principalmente, a comoção que sentimos por ser uma história real. Isso deixa tudo ainda mais interessante. É admirável e muito emocionante.
O trauma se repete até que seja superado.
"Tive o cuidado de retratá-la como alguém que também sofria, e não apenas como uma pessoa ruim." (Richard Gadd)
Jamais romantizem o stalking, obsessão não é romance, é doença. Podemos ter empatia para entender o que se passa, também enfrentar essa situação de cabeça erguida mas nunca passar pano além de impor limites. O que começa mal termina mal, séries como essa só ressaltam a importância de deixar a manutenção da nossa saúde mental em dia, e questionar quando afetamos os limites de outras pessoas.
Essa mini série, para mim, é um micro cosmos de como funcionamos na vida real. Pessoas quebradas se envolvendo em ciclos viciosos de outras pessoas quebradas perpetuando atitudes nocivas sem nem conseguirmos processar o motivo. Série tragicamente maravilhosa, cinza, sem inocentes e cheio de vitimas.
Gostei muito da forma como trataram a dependência emocional na série, e a complexidade dos problemas psicológicos...
Os atores são maravilhosos, mas o Donny precisa de muita ajuda.
Quando ele volta a casa do
abus3d0r
síndrome de Estocolmo
Um ponto que me pega é o fato de como o abuso e assédio masculino ainda é subestimado.A vergonha, a auto depreciação dele são tão profundos que ele não consegue pedir ajuda. Claro que em ambos os casos é assustador, é desesperador, mas pensar que a repressão no cara é tanta que ele não consegue reagir é de cortar o coração
Fiquei impressionada com a atuação da Jessica Gunning que interpreta a Martha, ela demonstrava as mudanças de humor de forma impactante e amedrontadora.
A Marta me lembrou a enfermeira de Misery do Stephen King.
Repito aqui o que tenho comentado em tudo que é canto: Esse é o retrato mais fidedigno que eu já vi de uma violência sexual (a forma como ela acontece E as consequências que ela gera na vítima, a confusão, o medo, a vergonha, o sentimento de culpa, de estar perdido dentro do próprio corpo). Para mim, que também sofri violência sexual, assistir foi TERAPÊUTICO, sim, digo isso sem medo de exagerar, porque me fez encarar coisas sobre minha experiência que eu vinha enterrando embaixo do tapete. Agradeço MUITO ao Gadd não só por produzir, mas pela CORAGEM de escancarar seu trauma, inclusive atuando (e revivendo) as cenas mais pesadas. É de uma ousadia que eu admiro com todo o coração!
A série é um tratado sobre codependência, um tipo de transtorno de personalidade, ainda em estudos, a ser chancelado como tal pela comunidade que trata de saúde mental. Codependentes e narcisistas partilham de muitas semelhanças (negligência parental, traumas de infância, abusos, etc), traços que ensejam à validação do outro como meio de existência no mundo, tornando-se os primeiros vítimas preferenciais dos segundos, ou seja, o "match" perfeito ou o que chamam de dança macabra. Nessa relação tóxica de idas e vindas, cujos pares exercem papéis de "traficante" e "adicto" em busca de validação constante, a vida gira em círculos, um caminho labiríntico obscuro e (quase) sem saída. O final da série é bem emblemático quanto a isso. Bebê Rena, por essas e por outras questões, é imperdível, uma das melhores coisas da Netflix atualmente, pois vai a fundo num tema espinhoso e por muitas vezes minimizado dentro da sociedade.
Recomendadíssima!
Chefe de Estação
2.5 2Esses filmes estão ficando melhores do que qualquer blockbusters de Hollywood.
Eckhart tem a cara mais presidencial que já vi. Ele não parecia deslocado em uma montanha.
Eckhart é subestimado! E esses filmes B recentes são ótimos!
Olga Krukyenko é a verdadeira superestrela de ação. Devo dizer que o Alex Pettyfer está parecendo muito bem neste trailer.
Estava esperando por este há muito tempo. Jesse V. Johnson é o meu diretor quando eu quiser e filme de ação da velha guarda. Ter Olga Kurylenko lá dentro é um bom bônus; ela é subestimada pra caramba.
Título Americano. Harvey Dent está realmente indo bem para si mesmo.
A Cidade dos Amaldiçoados
3.1 353 Assista AgoraÉ um filme de terror e ficção científica lançado em 28 de abril de 1995, dirigido por John Carpenter e baseado no romance "The Midwich Cuckoos" de John Wyndham.
Embora "A Cidade dos Amaldiçoados" tenha recebido críticas mistas na época do lançamento, o filme fez sucesso com o público e hoje é considerado cult, sua atmosfera sombria e as interpretações sólidas do elenco, principalmente do protagonista Christopher Reeve, oferece ao público uma abordagem interessante sobre o tema do desconhecido e os perigos da manipulação genética.
Curiosidades:
- O filme é um remake de "Village of the Damned" (1960), dirigido por Wolf Rilla.
- John Carpenter, conhecido por dirigir clássicos como "Halloween" e "O Enigma de Outro Mundo", foi escolhido para dirigir o remake.
- Christopher Reeve, famoso por interpretar o Superman, é o protagonista do filme, o Dr. Alan Chaffee.
- O elenco também inclui Kirstie Alley, Linda Kozlowski, Michael Paré e Mark Hamill.
Último filme
Este foi o último filme estrelado por Christopher Reeve antes do acidente de cavalo que o deixou tetraplégico, ocorrido em 27 de maio de 1995. Depois do acidente, ele ainda atuou no remake do filme Janela Indiscreta, em 1998, na cadeira de rodas.
Participação especial
O diretor John Carpenter aparece em uma pequena ponta, como um homem ao telefone no posto de gasolina.
Remake
Refilmagem de A Aldeia dos Amaldiçoados (1960).
Adaptação do livro The Midwich Cuckoos (1957)
DETALHE:
- The Midwich Cuckoos é uma série de televisão britânica de ficção científica na Sky Max, criada por David Farr. É baseado no livro de 1957 com o mesmo nome de John Wyndham.