Ana Carolina

Meu deus, que série! Fazia tempo que eu não me sentia tão impactada, é uma montanha russa entre pisotear meu coração e depois me fazer sentir um quentinho no peito.

Terminando o segundo episódio, eu estava estraçalhada, não conseguia acreditar que aquilo foi colocado tão friamente, do nada! Eu fiquei de boca aberta por uns minutos até conseguir colocar o próximo episódio. E que surpresa agradável colocarem logo de seguida a perspectiva do cachorro, foi tudo tão "singelo", já que a perspectiva de um animal seria limitada, mas ao mesmo tempo tão simbólica, depois daquele grande impacto do fim do episódio, o momento de dor foi descrito com tanta leveza.
E a relação com a fé? Entre pastores charlatões e padre sem um pingo de caráter, até o completo lado oposto, um pastor que está aberto a dialogar com educação, mantendo seus princípios, mas aberto para aprender. Mostra que nem sempre a religião precisa ser inimiga declarada da ciência.

Poderia ficar falando horas sobre todas as nuances da série, como quando a gente pensa que tudo caminha para um lado, abre uma ramificação muito mais bonita do outro. ❤️ E assim é a aleatoriedade da vida!

A anos vejo pessoas comentando que esse é o melhor filme da infância, e eu sempre me perguntava se tinha visto ou não.

Ontem não tinha nada o que fazer e resolvi procurar na internet, e começou e eu realmente achava que não tinha visto, até chegar a parte que ele encontra os três sequestradores e desafia cada um. Eu lembrava fala por fala!!! 😮

Eu não reconheci o casal principal no começo, não lembrei de nada relacionado a parte do romance, mas lembrava das batalhas, lembrava dele ser torturado, de ressuscitar e de não poder entrar na água logo após o procedimento, lembrava desse nível de detalhe!

Realmente o filme é ótimo pelo que ele é, não é um romance do tipo Disney que tudo gira em torno do grande amor do casal central. Os personagens secundários SÃO a história. Ter um romance foi um mero detalhe. Amei saber que esse também se tornou, depois de adulta, um dos filmes preferidos da infância

Eu sou uma pessoa claustrofóbica, e essa série acabou comigo, me deixava cheia de ódio, angustiada, sem ar! Mas não conseguia parar de ver!

Por ser em preto e branco já é mais contido, tira profundidade, ganha mais sombra. Depois os personagens, um “pior” que o outro! Dickie o mocinho bon vivant que nada mais é do que um banana, Marge a mocinha que passa a ideia de inteligente, moderna, feminista, mas no final, nem faz grande coisa, bem sem sal, e O Tom, o vilão que horas parece ser super inteligente, mas extremamente babaca em outras, se deslumbra, comete erros muito toscos. Ou seja, a personalidade dos personagens é também claustrofóbica, contida, tinha hora que eu só queria gritar pra eles acordarem para a vida!

Mas tenho total noção que essa claustrofobia toda foi muito bem calculada, gera apreensão, e combina perfeitamente com a história. É angustiante você torcer pelo vilão, quando você vê que ele está metendo os pés pelas mãos. A gente fica com o sentimento de “estou sendo trouxa e estou de acordo“ 😂

Eles fizeram um trabalho exemplar no propósito de nos fazer passar raiva, estão de parabéns, amei!