Halloween (2018)

País: Estados Unidos

Duração: 1 h e 46 min

Gêneros: Horror, thriller

Elenco Principal:  Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak

Diretor: David Gordon Green

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt1502407/


Opinião: “Sustos nostálgicos reservados.”


Justamente num momento no qual o gênero terror/horror tenta se reinventar e abandonar as velhas fórmulas, que já deram muito certo, mas já perderam a eficácia e a capacidade de atrair a atenção dos espectadores, eis que surge mais um slasher movie – para quem não sabe, é um subgênero de filmes de terror que envolve assassinos psicopatas que matam aleatoriamente e aparentemente sem motivações determinadas. Não é, entretanto, um slasher comum, pois tem como antagonista ninguém menos do que o lendário Michael Myers, com 40 anos a mais em relação ao primeiro filme da franquia “Halloween“, que chegou aos cinemas em 1978. Trata-se de um filme que, apesar de ser repetitivo quanto à abordagem clássica de produção de filmes do gênero, traz de volta aquele magnetismo, recheado com muita tensão e muitas mortes, que o famoso psicopata sempre provocou nos espectadores de todo o mundo.

A sinopse, retirada da internet e com adaptações, é a seguinte: “Quatro décadas depois de ter escapado do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas, dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada para recebê-lo.”

Entre os elementos habituais da série de filmes “Halloween”, como um sem-número de jump scares, que são aqueles sustos causados pela surpresa e potencializados por efeitos sonoros agudos, há, na obra em tela, duas novidades que concedem um incremento grande de tensão à narrativa: a obsessão e a vingança. Através da leitura da sinopse, vemos que há um duelo à vista: a sobrevivente (a “mocinha”) Laurie Strode, interpretada pela mesma Jamie Lee Curtis do filme da década de 70,  versus o “vilão” Michael Myers. A chama da vingança residente no âmago de Laurie por quatro décadas finalmente terá a oportunidade de entrar em alta combustão – e quem ganha somos nós, observadores luxuosos da exteriorização da ira de uma idosa obsessiva em busca de redenção. O problema é que do outro lado se encontra um dos assassinos mascarados mais perigosos e sangrentos da história do cinema. É o presságio de um embate espetacular!

Obviamente, pelo tipo de filme de que estamos tratando, há aqueles famosos exageros e aqueles clássicos assassinatos bizarros e apoteóticos, que não assustam mais ninguém. Apesar de bastante gente gostar dessa abordagem, vamos dar mais importância às grandes doses de tensão psicológica inserida nas cenas  – das quais temos uma pequena amostra já no início, mesmo sem haver uma única gota de sangue derramada, e num cenário bastante psicodélico e perturbador, que até me lembrou aqueles do clássico “Suspiria” (1977). Há uma evidente atribuição de atos e pensamentos insanos à personagem Laurie, o que lhe acarreta diversos problemas familiares e até um certo isolamento. Preciso destacar que, para destruir o seu antagonista, Laurie tem um plano meticulosamente pensado e passou por um “treinamento de guerra” que durou 40 anos (isto é que é obsessão), o qual inclui até mesmo a utilização de sua residência, que se confunde com um “artefato bélico” responsável por surpresas espetaculares durante o desfecho, que pode ser resumido como uma caçada mútua entre os dois protagonistas, cujo derrotado – ou a “presa” – tem um destino que nem precisa ser explicitado. Notem que Myers inicialmente se encontra preso num manicômio judiciário, o que denota um embate entre mentes perturbadas, no qual tudo ao redor se torna coadjuvante: personagens, motivações, família, etc. O que importa mesmo é a vontade de matar!

Halloween” não é o que podemos chamar de obra-prima do terror. Não obstante, só em escutar aquela inquietante e famosa trilha sonora, e assistir ao, literalmente, velho Michael Myers, com toda sua frieza, dilacerando corpos indefesos com sua faca frenética, já nos vemos diante de uma excelente jornada, pois é inegável que temos no mínimo um reencontro com o passado; um reencontro com momentos que já causaram muitos sustos e muita agonia, pelo menos para quem acompanhou os primeiros filmes da série. Trata-se de uma nostalgia gostosa e apreciável. Vale muito a pena mergulhar nessa onda.

O trailer, com legendas em português, segue abaixo.

Adriano Zumba


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