Chega aos cinemas o mais novo thriller de ação estrelado por Liam Neeson. Dessa vez a história se passa durante um voo e tem como plano de fundo toda a paranoia americana depois dos atentados terroristas de 11 de setembro.
Observe o início do filme, dando ênfase em alguns personagens: um árabe barbudo, um negro, um policial… enfim, temos um foco até em uma das aeromoças, e assim temos os nossos “suspeitos”, já que mortes começarão a acontecer.
Liam Neeson vive no filme um agente de segurança aérea, e assim é quem está à caça do assassino. O filme também trata de colocá-lo como suspeito, já que algumas evidências apontam para ele e o fato de ser alcoólatra não o ajuda muito. O diretor Jaume Collet-Serra utiliza muito bem a tecnologia nos dias de hoje para colocar medo durante o voo. O personagem de Liam Nesson recebe mensagens em seu celular do assassino dizendo para depositar uma certa quantia em uma conta, caso contrário alguém morrerá a cada 20 minutos.
Outro acerto do diretor é utilizar a claustrofobia para nos transportar para dentro do filme. Praticamente todo o filme se passa dentro do avião. Tirando o final, o que temos de fora do avião são os telefonemas de negociação do personagem de Liam Neeson e transmissão de jornais que passam nas poltronas. O clima de tensão é tão grande que você se sente dentro do avião, assim passando por todo o desespero dos passageiros. Será fácil você passar quase toda a sessão com o coração na mão, tamanha é a sensação de pânico e medo que o filme te traz.
Liam Neeson passa a credibilidade necessária para torcermos por ele. Apesar de que, em certa parte do filme, ficamos suspeitando da sanidade do seu personagem. Fora isso, o diretor conduz a narrativa por meio da tecnologia, enquanto utiliza câmeras e efeitos para dar ação ao filme. Se você for atento, notará que muitas vezes a física foi completamente ignorada no filme. Mas nada que vá estragar o filme.
O final deixa um pouco a desejar. Talvez a maneira rápida, ou porque não dizer “simples” demais para solucionar os crimes, dão a impressão de que os roteiristas não quiseram pensar muito em um final mais elaborado. Mas o final simples não comprometerá toda a experiência que o filme traz ao público.
Um filme que traz a imagem do herói desacreditado e solitário, brincando com clichês de filmes de ação e com a paranoia do pensamento americano. Liam Neeson acerta mais uma vez, em mostrar um filme bem bacana para o público.
Non-Stop, 2014. Direção: Jaume Collet-Serra. Com: Liam Neeson, Julianne Moore, Scoot McNairy, Michelle Dockery, Lupita Nyong’o, Shea Whigham. 106 Min. Ação.